Contos - Contos de Ale  

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1 - A Longa Viagem

2 - O Anão Apressado

Contos - O Anão Apressado  

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O anão apressado

Se existe uma coisa que nós, anões, gostamos de fazer em nossas vidas é contar histórias.

Sim, histórias, e não somos acostumados a realizarem como os humanos estranhos das terras que eles alegam serem civilizadas, com aquelas aglomerados de pedras e barro, que eles constroem aleatoriamente e depois tentam, de forma estranha e até mesmo engraçada, chamar de aquilo de civilização, com uma denominação para a junção daquelas coisas ou construções, seja lá como eles chamam, de vilarejo.

Não, não. Nós não somos assim. Somos anões, os bons e velhos anões, um dos seres mais antigos a povoar este mundo e com certeza o que possui melhor bom senso em construção de todo o continente, senão disser de todo este mundo estanho no qual nós vivemos.

Sim, sim. Nós anões somos os melhores em construções e nisto ninguém pode negar, nem mesmo os senhores “engomadinhos” elfos, os quais alegam em vão serem os senhores do conhecimento e um dos seres mais velhos a pisar neste mundo, o que eu novamente insisto em disser, tratar-se da maior das maiores mentiras, pois como todos nós sabemos, fomos nós, anões, os primeiros seres a defender este mundo de qualquer outra criatura que aqui veio a pisar anteriormente.

Mas não estou aqui para falar sobre nossas espetaculares construções, em saber como nós somos capazes de cortar uma pedra e trabalhá-la perfeitamente para que seja encaixada em uma parede, sem que ninguém perceba um erro sequer no corte ou na construção. Não senhores, eu não estou aqui para falar disto.

Não estou aqui também para discutir com nenhum elfo sobre suas construções idiotas, ou sobre suas “frescuras”, de como levar seiscentos anos para construir uma espada, e depois de pronta, não gostar dela e trocar o modelo por outra, destruindo a anterior. Nem para falar também sobre a ideia dos elfos de construir casas sobre árvores. Quem em sã consciência construiria uma casa sobre uma árvore, é algo tão louco que somente um elfo pode imaginar algo assim.

Eu estou aqui senhores, ao redor desta fogueira, a qual está sendo alimentada das lenhas de um grande carvalho, que foi plantado a muito tempo por algum de meus antepassados, que o fez em amor a grande mãe terra e aos demais seres vivos, com o provável intuito de servir sombra a aqueles que precisassem e hoje, muitos e muitos anos depois, quando o velho carvalho não tivesse mais força para conseguir sobreviver, para aí sim ser cortado pelo fio do machado que herdei de meu velho pai e servir de lenha para esta fogueira na qual nos sentamos ao redor.

E nos sentamos ao redor desta fogueira para que eu lhes conte uma história, não tão velha, mas uma história que deve ser guardada e passada de geração em geração entre nossos irmãos, pois esta história que irei lhes contar é a história de Irusquien, herói e guerreiro de nosso clã, portador do Martelo da ira de Zuriel, descendente e filho de Makior, senhor das forjas e ferreiro, campeão de nosso clã Curva do Rio da Gruta Escura e de Zequira, uma boa mãe e amante de seu marido, uma senhora digna de ser mãe de seu grande filho, o qual lutou e morreu para salvar nosso clã de uma investida implacável e impiedosa realizada por seres das profundezas, seres estes que preenchem os pesadelos das crianças e de muitos adultos, os famosos, temíveis e desprezíveis Drows, ou também conhecidos e assim chamados por seus parentes distantes, entretanto com muitas das suas características, como sendo os Elfos das Sombras.

Antes, no entanto, de iniciar o épico sobre a batalha em que Irusquien, herói e guerreiro de nosso clã, portador do Martelo da ira de Zuriel, descendente e filho de Makior, senhor das forjas e ferreiro, campeão de nosso clã Curva do Rio da Gruta Escura e de Zequira, uma boa mãe e amante de seu marido, uma senhora digna de ser mãe de seu grande filho, eu necessito dar um gole nesta grande caneca de cerveja, artesanalmente produzida em nosso clã e a muitas gerações saboreadas por nossos ascendentes e descendentes. A cerveja feita do mais puro malte encontrado nas profundezas das cavernas, onde alguns riachos correm e matam a sede daqueles que na região vivem.

Um bom gole de cerveja depois...

Bom, agora sim eu posso iniciar a história para vocês, jovens crianças. Conforme anteriormente eu expliquei, trata-se da história de Irusquien, herói e guerreiro de nosso clã, portador do Martelo da ira de Zuriel, descendente e filho de Makior, senhor das forjas e ferreiro, campeão de nosso clã Curva do Rio da Gruta Escura e de Zequira, uma boa mãe e amante de seu marido, uma senhora digna de ser mãe de seu grande filho. Este herói foi e sempre será lembrado como aquele que lutou bravamente, durante vários dias e noites, sozinho, armado somente com o martelo forjado pelo pai de seu pai contra uma investida implacável e impiedosa dos desprezíveis Drows.

A história tem início no quarto dia do início do inverno. Os dias daquele ano haviam sido particularmente bons para nós do clã Curva do Rio da Gruta Escura, pois apesar dos grandes terremotos que surgiram e perduraram por muito e muito tempo, o grande rio que sempre sustentou nossa cidade e nos manteve geração após geração alimentada e sem sede, o rio que nós acreditamos ser a dádiva do próprio Moradin e que se trata de seu presente para nosso sustento, não secou e sequer teve seu curso alterado.

Seria algo que vocês, crianças da nova geração, não consigam entender, mas que para nós tal fato teve uma grande repercussão e que foi até questionado no grande conselho a migração de nosso clã da Curva do Rio da Gruta Escura para outro lugar.

Para vocês terem ideia, o responsável pelos tremores que perduraram durante muitos e muitos dias, meses e até anos depois foi a queda em nosso continente de uma estrela negra, que os viajantes dizem, rompeu o chão ao norte e engoliu um grande espaço de terra, onde foi criado um mar inteiro e que vocês, com a benção de Moradin, poderão um dia partir em viagem e conhecer, mas que eu não perderei muito de meu tempo explicando.

Os viajantes que cruzavam nossas terras e os comerciantes que mantinham contato com os guardas da superfície, olhos de nossos olhos e guardiões de nossas entradas, informavam que chuvas e mais chuvas de intermináveis cristais caiam sobre a terra, matando e destruindo a civilização mal planejada e construída por estes que não somos nós, anões.

Se não bastasse isto, aqueles que mantinham contato com os guardas da superfície, olhos de nossos olhos e guardiões de nossas entradas, falaram durante muito tempo, talvez anos, senão até mesmo uma década, que a superfície de nosso planeta ficou coberta por nuvens que não permitiam sequer a entrada de luz para as plantações daqueles que necessitavam. Além disto, diziam ainda os viajantes que sempre chovia, mas junto com a água que caia dos céus, cinzas eram carregadas e queimavam tudo aquilo que permaneciam.

Muitos dos seres da superfície pereceram naquelas chuvas, criando assim desgraça e desunião por aqueles povos descivilizados. E acreditem ou não, crianças, muitos aproveitavam aquela situação para fazerem escaramuças de guerras e tomarem territórios de nações ou países até então aliados e vizinhos.

São estes povos, acreditem vocês, que vivem na superfície e abaixo dela. Diferente de nós, anões, estes povos procuram fazer guerra entre si, causando morte e destruição para aqueles que vivem próximos. Eles não são capazes de perceber que isto pode acabar com a sua existência, como a de muitos outros, pois sua ganância desenfreada causa arrepios a qualquer ser com um bom senso de discernimento entre o certo e o errado. E isto, isto eu posso afirmar a vocês que o povo da superfície, e o que vive abaixo de nós também, muitas vezes não tem a capacidade de compreender.

No entanto, conforme eu contava a vocês sobre o épico de Irusquien, herói e guerreiro de nosso clã, portador do Martelo da ira de Zuriel, descendente e filho de Makior, senhor das forjas e ferreiro, campeão de nosso clã Curva do Rio da Gruta Escura e de Zequira, uma boa mãe e amante de seu marido, uma senhora digna de ser mãe de seu grande filho, tratava-se do quarto dia após o início do inverno daquele ano de grandes tremores e terremotos, que diziam os viajantes e comerciantes da superfície aos nossos guardas da superfície, olhos de nossos olhos e guardiões de nossas entradas serem causados pela queda de uma estrela negra do céu.

O rio, que manteve o curso e sequer diminuiu um milímetro durante o período dos tremores, começou a apresentar cores e traços que nós não estávamos acostumados. Uma ou duas pessoas amanheceram mortas nas proximidades do rio, que foi interditado e proibido o consumo de qualquer quantidade de água até a resolução do motivo das mortes daquelas pessoas. E felizmente, ou infelizmente, nossos médicos e curandeiros chegaram a uma conclusão do que levou aquelas pessoas até a morte. Poderia parecer óbvio para alguns, mas ninguém sabia ao certo, pois suposições não podem ser provadas, senão tão somente arguidas, e como vocês sabem, não possuem poder probatório nenhum.

A conclusão que eles chegaram foi de que o rio havia sido envenenado. É como eu disse anteriormente, poderia parecer óbvio para muitos, mas nada passará de suposições até as palavras dos médicos competentes comprovarem isto. Isto trouxe inúmeras surpresas para os membros do clã Curva do Rio da Gruta Escura, pois aquele rio alimentou e supriu a sede dos membros do clã durante gerações e gerações, além de ter resistido a vários tremores e terremotos advindos, conforme informação de comerciantes e viajantes que mantinham contato com os guardas da superfície, olhos de nossos olhos e guardiões de nossas entradas, da queda de uma estrela negra do céu, e agora, depois disto ele estava envenenando aqueles que dele sobreviveram durante tantos anos.

Era claro que algo estava errado, não era possível simplesmente o Rio da Gruta Escura, envenenar aqueles que dele dependiam, não depois de tantos anos. Foi por este motivo que um pequeno grupo, formado por não mais do que cinco heróis e membros de nosso clã, ofereceu-se para investigar e trazer uma solução para os problemas que estavam advindos do envenenamento da água. Enquanto isto, os médicos do clã Curva do Rio da Gruta Escura ficariam ali e iriam procurar uma solução para as pessoas que apresentavam sintoma de envenenamento, além de evitar também que qualquer outro desavisado viesse a ingerir aquela água envenenada.

Este grupo era formado por três dos grandes heróis de nosso clã:

O líder Irusquien, herói e guerreiro de nosso clã, portador do Martelo da ira de Zuriel, descendente e filho de Makior, senhor das forjas e ferreiro, campeão de nosso clã Curva do Rio da Gruta Escura e de Zequira, uma boa mãe e amante de seu marido, uma senhora digna de ser mãe de seu grande filho.

Madria, portadora dos ensinamentos de Moradin, zelosa e cuidadora dos enfermos e doentes, curandeira de nossos guerreiros e guardiões, aquela que possuía o toque da cura, filha de Grosti, o cozinheiro, aquele que fornecia os melhores e mais macios pães já comidos e cozinhados nos fogões do clã Curva do Rio da Gruta Escura e de Andaleria, senhora e dona de lar, a qual manteve um casamento com data de encerramento com Grosti o cozinheiro, aquele que fornecia os melhores e mais macios pães já comidos e cozinhados nos fogões do clã Curva do Rio da Gruta Escura e aquela que por decisão própria, mesmo após o encerramento do casamento, decidiu manter a relação com Grosti.

Tordrek, o escudo de Moradin, o escudeiro dos fracos e destinatário dos toques divinos de Moradin, paladino do que era certo e correto, filho de Prutoq, o capitão do posto avançado dos Guardas da Superfície, olhos de nossos olhos e guardiões de nossas entradas e filho de Andália, aquela que foi deixada para morrer pelos seus pais e que não sabe sua descendência, o que não era realmente relevante, pois era mãe e genitora do grande herói Tordrek, o escudeiro de Moradin.

E estes foram os heróis que partiram, minhas pequenas crianças, partiram para investigar os motivos que levaram ao envenenamento do rio da Gruta Escura. Guerreiros e heróis que decidiram de própria vontade, perante aqueles que estavam a padecer do envenenamento, decidiram subir o rio e dirigir-se ao fim da grande gruta, aquela na qual estava instalado o clã Curva do Rio da Gruta Escura.

Só para que vocês saibam, pequenas crianças, todos os meses dois ou três grupos de guardas partiam para verificar as imediações da grande caverna que protegia a cabeça dos membros do clã Curva do Rio da Gruta Escura. Entretanto, como era de se prever, todas as vezes eles retornavam informando que a caverna estava segura, e que nenhum orifício dando para qualquer lugar que fosse havia se aberto, e assim foi feito durante inúmeras gerações, meses após meses.

No entanto, devido os tremidos de terras e aos terremotos dos últimos meses, o conselho do clã Curva do Rio da Gruta Escura decidiu que nenhum homem, mulher, criança ou animal deveria passar além dos limites do território, pois corria o grave risco de sofrer acidentes durante qualquer que fosse o descoramento, que se tornava comum naqueles dias.

Lógico que a qualidade das construções anãs permitiam a segurança do clã Curva do Rio da Gruta Escura, pois as construções eram feitas por anões, não por elfos, não por humanos ou qualquer outro povo, e como todos sabem, os anões são capazes de construírem as melhores construções e edificações de todas, pois nós somos anões, e a qualidade anã é inegável.

Mas, como ninguém vasculhava aquelas regiões, as suspeitas de nossos três heróis é de que alguma coisa poderia ter aberto caminho, e a gruta onde estava localizado o clã Curva do Rio da Gruta Escura poderia estar tendo outra entrada, desconhecida até então pelos membros e que poderia ter sido aberta durante os tremores e terremotos.

Sabendo disto, o líder Irusquien, herói e guerreiro de nosso clã, portador do Martelo da ira de Zuriel decidiu que levaria bombas, para explodir o que pudesse existir lá, e levar consigo o que quer que estivesse matando nossas crianças, nossos anciões e qualquer outro debilitado e incapaz de resistir aos envenenamentos que a água trazia.

O ancião, que contava a história retira e mostra uma bomba de construção anã para aqueles jovens ali sentados escutando a história. Todos olham e admiram o objeto com fascinação.

Esta, meus jovens, esta é uma bomba de construção tipicamente anã. Alguns tolos dizem que os Kobolds constroem bombas mais eficientes, outros que os goblins são os verdadeiros mestres nestas construções. E eu digo, tudo isto não passa da mais pura blasfêmia, todos sabem que as melhores bombas, as mais eficientes, belas, robustas, resolutas e, não sei se eu já disse eficientes bombas são as bombas anãs.

Elas não são tão instáveis quanto às bombas Kobolds, as quais nem as próprias e incompetentes criaturas são capazes de utilizar se causar a própria morte. Além disto, estas bombas contém um pavio muito curto, não seguem um padrão de qualidade e os Kobolds e qualquer outro tolo o suficiente para comprar uma bomba destas, vivem morrendo por não saberem utilizar esta bomba.

As bombas Goblins não ficam tão atrás das bombas dos Kobolds. Só que a diferença entre elas é que eu realmente não imagino como aquelas criaturas horrendas e estranhas conseguem, de uma pilha de lixo, construir aquelas bombas bizarras, as quais eu não tenho a menor ideia de como funcionam, pois não seguem nenhum padrão razoável de qualidade.

As bombas anãs são as boas, elas são tão boas que algumas delas, somente algumas, digamos cinco ou seis são as únicas capazes de destruir uma construção anã, pois é lógico que a única coisa que destrói uma construção anã é outra construção anã, e isto é o raciocínio correto crianças.

E foi com seis desta que o líder Irusquien, herói e guerreiro de nosso clã, portador do Martelo da ira de Zuriel, partiu com seu grupo, composto por Madria, portadora dos ensinamentos de Moradin, zelosa e cuidadora dos enfermos e doentes, curandeira de nossos guerreiros e guardiões, aquela que possuía o toque da cura e por Tordrek, o escudo de Moradin, o escudeiro dos fracos e destinatário dos toques divinos de Moradin, paladino do que era certo e correto em direção ao até então desconhecido.

E assim foi, durante dias e dias eles seguiram o rio acima, em direção à caverna parcialmente desmoronada nas regiões da não existência de construções anãs para segurar as paredes da velha gruta, até que eles chegaram a algo novo e surpreendentemente diferente. Eles chegaram a um acampamento Drow, que pelos cálculos de nossos heróis deveria estar ali a pouco tempo, entre três a seis meses.

Algum tempo depois nossos arquitetos e mestres de obra descobriram que alguns daqueles tremores e terremotos não eram tão somente da queda da grande estrela negra, que cobriu os céus com escuridão e morte, mas também de explosões que aqueles assassinos, traiçoeiros e ladrões dos Drows faziam para abrir caminho e fugirem do submundo, onde eles foram aprisionados para pagarem pelos seus pecados e morrerem sem sua dignidade, pelos crimes que cometeram.

E eis a surpresa do líder Irusquien, herói e guerreiro de nosso clã, portador do Martelo da ira de Zuriel, Madria, portadora dos ensinamentos de Moradin, zelosa e cuidadora dos enfermos e doentes, curandeira de nossos guerreiros e guardiões, aquela que possuía o toque da cura e por Tordrek, o escudo de Moradin, o escudeiro dos fracos e destinatário dos toques divinos de Moradin, paladino do que era certo e correto, pois aquelas criaturas estavam envenenando o Rio da Gruta Escura, pois sabiam da existência de nosso clã abaixo no rio, e esta seria a melhor maneira de acabar conosco e chegar até a saída.

Isto era possível de se esperar de um grupo de Drows, pois todos nós sabemos que eles não são corajosos o suficiente para subirem e lutarem com honra e honestidade, como todo grande anão faz, não, não, sabemos que eles são covardes e traiçoeiros, tão covardes e traiçoeiros que se você deixar dois deles juntos, é perigoso que ambos amanheçam com a garganta cortada, um pela arma do outro, pois suas desonestidade é uma de suas maldições e castigo divino que os acompanha deste o sempre.

Por isto o líder Irusquien, herói e guerreiro de nosso clã, portador do Martelo da ira de Zuriel, Madria, portadora dos ensinamentos de Moradin, zelosa e cuidadora dos enfermos e doentes, curandeira de nossos guerreiros e guardiões, aquela que possuía o toque da cura e Tordrek, o escudo de Moradin, o escudeiro dos fracos e destinatário dos toques divinos de Moradin, paladino do que era certo e correto sabiam o que deviam fazer.

Eles deviam acabar com aquele acampamento e matar todas aquelas criaturas, não sem antes destruir todo o veneno que eles tinham e desmoronar aquele ponto da caverna para que aqueles monstros não passassem dali em diante.

o líder Irusquien, herói e guerreiro de nosso clã, portador do Martelo da ira de Zuriel, partiu com seu grupo, composto por Madria, portadora dos ensinamentos de Moradin, zelosa e cuidadora dos enfermos e doentes, curandeira de nossos guerreiros e guardiões, aquela que possuía o toque da cura e Tordrek, o escudo de Moradin, o escudeiro dos fracos e destinatário dos toques divinos de Moradin, paladino do que era certo e correto foram então até o que parecia o estoque dos Drows, atacando-os e destruindo aquilo que tanto causava dor e sofrimento aos membros do clã, destruindo os estoques de veneno que ali estava.

Só que o ataque causou a ira dos traiçoeiros e amaldiçoados Drows, que começaram a atacar o líder Irusquien, herói e guerreiro de nosso clã, portador do Martelo da ira de Zuriel, a Madria, portadora dos ensinamentos de Moradin, zelosa e cuidadora dos enfermos e doentes, curandeira de nossos guerreiros e guardiões, aquela que possuía o toque da cura e Tordrek, o escudo de Moradin, o escudeiro dos fracos e destinatário dos toques divinos de Moradin, paladino do que era certo e correto, que tinham pouco tempo para armar as grandes bombas anãs, para então por fim ao terrível e destrutivo plano dos traiçoeiros e assassinos Drows.

E foi neste instante, minhas crianças, que o líder Irusquien, herói e guerreiro de nosso clã, portador do Martelo da ira de Zuriel, ordenou, com sua honra e título em jogo, Madria, portadora dos ensinamentos de Moradin, zelosa e cuidadora dos enfermos e doentes, curandeira de nossos guerreiros e guardiões, aquela que possuía o toque da cura e Tordrek, o escudo de Moradin, o escudeiro dos fracos e destinatário dos toques divinos de Moradin, paladino do que era certo e correto acionassem as bombas que eles espalharam e que não retornassem, de nenhum modo, pois ele ficaria ali e morreria para proteger seu clã, seu povo, e tudo aquilo que mais amava.

Madria, portadora dos ensinamentos de Moradin, zelosa e cuidadora dos enfermos e doentes, curandeira de nossos guerreiros e guardiões, aquela que possuía o toque da cura e Tordrek, o escudo de Moradin, o escudeiro dos fracos e destinatário dos toques divinos de Moradin, paladino do que era certo e correto resistiram em obedecer a ordem de o líder Irusquien, herói e guerreiro de nosso clã, portador do Martelo da ira de Zuriel, mas eles sabiam que se eles não fizessem algo, sua desgraça levaria a desonra do clã Curva do Rio da Gruta Escura, e isto eles não podiam permitir, porque este tipo de desonra não é algo fácil de aceitar e se não bastasse isto, aqueles Drows continuariam a envenenar a água do rio, a matar pessoas inocentes e a destruir tudo aquilo que o clã lutou anos e anos para construir.

E diante disto Madria, portadora dos ensinamentos de Moradin, zelosa e cuidadora dos enfermos e doentes, curandeira de nossos guerreiros e guardiões, aquela que possuía o toque da cura e Tordrek, o escudo de Moradin, o escudeiro dos fracos e destinatário dos toques divinos de Moradin, paladino do que era certo e correto partiram e começaram a acionar as bombas, que iam aos poucos destruindo as passagens caverna abaixo e colocando um fim nos Drows remanescentes e acreditavam terem escapado da ira Martelo da ira de Zuriel o líder Irusquien, herói e guerreiro de nosso clã.

O retorno até o clã levou dias, senão semanas para acontecer. E relatos dos dois sobreviventes informavam que durante todo o percurso, apesar de todas as explosões e destruição que causavam pelo caminho que eles faziam, era possível ainda escudar o barulho que emanava dos crânios daqueles Drows morrendo pelo martelo Irusquien. Se não bastasse, dizem até hoje que se você retornar até onde o líder Irusquien, herói e guerreiro de nosso clã, portador do Martelo da ira de Zuriel ficou para lutar, você poderá ver seu espírito descansado e feliz, pois cumpriu com seu papel e salvou a vida de nosso clã, como nenhum outro fez. Dizem ainda que depois disto, nenhum outro mal ousou surgir das profundezas da caverna, pois todos sabiam que aquele local era guardado por ninguém menos que o líder Irusquien, herói e guerreiro de nosso clã, portador do Martelo da ira de Zuriel.

E esta, minhas crianças, é o épico de Irusquien, herói e guerreiro de nosso clã, portador do Martelo da ira de Zuriel descendente e filho de Makior, senhor das forjas e ferreiro, campeão de nosso clã Curva do Rio da Gruta Escura e de Zequira, uma boa mãe e amante de seu marido, uma senhora digna de ser mãe de seu grande filho.

Contos - A Longa Viagem  

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A longa viagem

07 de Ha de 349 da EC
A morte de meu pai trouxe várias lembranças às quais fui obrigado a esquecer. Este ano está sendo particularmente ruim para mim, pois grande parte do que planejei e criei como objetivo foi interrompido com a missão que me incumbiram. As meninas que eu acompanhava necessitavam de ajuda, e isto eu não poderia negar. Não era uma ajuda para criar um time, como acontece em muitos casos. Elas se conheciam muito bem, sendo que cada uma conhecia o defeito da outra e consideravam-se irmãs. A ajuda da qual me refiro, era uma ajuda pontual, alguém que indicasse a elas o caminho correto a seguir e até onde ir.

E eu tentava, mas às vezes eu achava que minha opinião de nada valia para elas. Entretanto, tudo isto mudou com a notícia que eu havia recebido. Aquela carta já descansava em minha bolsa há muitos meses e eu talvez nunca tivesse o interesse em lê-la, principalmente porque em meu tempo de folga dedicava-me a conhecer melhor aquelas meninas por quem compartilhava os últimos meses.

Eis então que eu abri aquela correspondência, a qual já estava começando a ficar amarelada do tempo que ficou guardada e esquecida. A notícia preencheu minha mente com uma profunda tristeza, misturado com raiva e desapontamento. O escrivão de minha cidade natal, amigo de longa data de minha família e meu pai, havia escrito que meu pai tinha morrido já fazia mais de duas semanas atrás da assinatura da carta, e que eu, único herdeiro dos bens deixados, deveria comparecer o mais breve possível à cidade e verificar o que iria fazer com o que foi deixado de herança pela morte de meu pai.

É por este motivo então que eu, em conjunto com minhas companheiras de grupo, decidi que nós teríamos 30 dias para resolvermos nossas pendências e depois partirmos para concluirmos nossa missão. Assim, parto hoje até minha cidade natal, em uma rota que tracei e que poderá me poupar alguns dias de caravana.

É certo que o caminho até Irritarria é simples, com estradas pavimentadas e caminhos que auxiliam qualquer um a utilizar de carruagens e cavalos até a grande cidade, e que no caminho, razoavelmente patrulhado e vigiado, seria fácil encontrar tavernas e estalagens para se estabelecer durante a empreitada.

No entanto, o que realmente me intriga é o caminho a seguir depois de Irritarria. Pelos mapas que eu já fiz, comprei e o que eu visualizei, eu não encontrei nenhuma rota rápida e segura até o reino gélido do norte. E eis aqui o grande problema, que eu acredito ter a melhor solução esquecer qualquer mapa e criar uma rota alternativa pelo meio da floresta, vales, pântanos e campos. Tomara que eu esteja certo e a viagem seja rápida.

09 de Ha de 349 EC
Minha teoria estava certa sobre isto. Hoje eu cheguei a cidade de Irritarria e não tenho nenhum caminho bom para seguir daqui em diante. Cortar caminho é a melhor alternativa para conseguir completar minha rota até minha cidade natal no reino do Império de Brrzengard. Seguir caminho em caravanas, como inicialmente havia cogitado, poderia me custar preciosos dias, os quais provavelmente eu não conseguiria recuperar e que poderia acabar atrasando as meninas em sua viagem.

Por este motivo, enquanto eu descansava na última cidade murada e protegida nos limites dos reinos de Irritarria, decidi traçar uma rota que iria me poupar preciosos dias de viagem. Tal rota não é abordada por mapas, então terei que adentrar pela mata e desbravar lugares pelos quais nunca estive ou sonhei em estar.

Não somente isto, eu acredito também que sou mais rápido e me sinto mais seguro sozinho, do que acompanhando uma caravana até o meu destino. Tenho certeza que minha capacidade técnica e conhecimento prático podem me auxiliar a sobreviver no meio da floresta durante alguns dias, sem maiores problemas.

Hoje eu decido que irei partir em direção ao norte sozinho, e que correrei até minhas pernas não aguentarem mais, adentrando dentro de matas, selvas, vales, planícies, pântanos e qualquer outro tipo de terreno que possa existir. Quando minhas pernas cansarem, é então que irei parar para recuperar minhas forças e se necessário dormir um pouco.

Estou decido a isto, e tenho certeza que conseguirei chegar até casa de meu pai e resolver todos os meus problemas antes do fim combinado com as meninas.

Lógico que antes, no entanto, eu vou beber nesta cidade algumas garrafas de um bom vinho e compartilhar a minha cama com uma boa cortesã, pois acredito que os próximos dias serão dias em que não terei contato com muitas outras pessoas, e isto também será o responsável em testar minha sanidade mental.

Ora, pois mesmo estando inúmeros anos em meio a florestas e campos junto com os rangers, eu sempre estive acompanhado, nunca sozinho, e isto sempre me ajudou a manter minha sanidade mental e a de meus colegas, apesar de alguns parecerem ser doentes e que a minha presença em nada iria mudar este fato.

Ah, outra coisa interessante que pensei nestes últimos dias foi de escrever um livro sobre as regiões as quais estive, visitei ou estudei sobre. Talvez este seja um modo de manter minha eternidade neste plano, com a criação deste livro que apresenta o estudo geográfico de regiões as quais estive e realmente pude constatar o que era possível encontrar ali.

Tomara que as pessoas gostem.

10 de Ha de 349 EC

Hoje eu segui pela rota que tracei e felizmente não tive nenhum problema durante as horas que alternei entre marcha forçada e caminhadas. Durante o caminho eu parei para observar plantas e criaturas que até então nunca havia me dado ao luxo de fazê-lo. Não que eu realmente ache isto importante, mas como eu decidi ontem, apesar de não conhecer todas as criaturas, nada impede que eu coloque em um papel suas características e a densidade que eu consegui encontrar tais criaturas, pois assim aventureiros preparados podem saber o que encontrar pelo caminho, quais frutas, raízes e animais podem servir de alimentação e a facilidade de encontrá-los durante as viagens que forem fazendo.

Acredito que com as Graças dos Deuses os dias começam a ficarem mais frios, principalmente com a aproximação do norte. Aliás, pelos meus cálculos, hoje eu já estou nas terras de ninguém, dentro de áreas sequer bem mapeadas pelos aventureiros. Como era de se imaginar, pelas pesquisas que eu fiz enquanto tinha meus breves momentos de descanso, acredito que não deva existir nenhuma cidade no raio de dois ou três dias desta região.

O número de espécies é consideravelmente alto, e aparentemente não existem rastros de qualquer tipo que possam levar a conclusão da existência de uma cidade, vila ou forte nas proximidades, principalmente pela densidade das matas e pela falta de qualquer tipo de trilha aberta nos últimos meses ou anos.

Ademais, não encontrei nenhum obstáculo intransponível e economizei um de meus mantimentos com a alimentação de algumas raízes comestíveis e muito saborosas que encontrei pelo caminho até aqui. Existem algumas frutas nesta região que eu não encontrei ainda em outras. Outro motivo que me faz acreditar na possibilidade de não existir nenhuma civilização nas proximidades.

Felizmente parece também que os próximos dias não vão ter chuva, e isto com certeza irá permitir que fosse mantido o ritmo da marcha realizada até aqui. Não obstante, pelos meus cálculos, pela posição do terreno e pelo nível de árvores e vegetação na região, acredito que existe um riacho ou rio a aproximadamente seis horas de caminhada de onde estou atualmente.

Vou aproveitar o final do dia e a grande lua cheia que ilumina os céus para subir ao alto de um cume que observo desde a manhã deste dia. De lá, montarei acampamento e farei um pequeno mapa da região, onde farei constar o que encontrei as altitudes do local, e o riacho para o qual devo seguir para encher meu cantil amanhã.

Ah, outra coisa interessante. Descobri que a utilização de alguns itens na camuflagem, somado ao que eu conhecia até então, cheguei a algo realmente bom de camuflagem, e acredito que poderei utilizar para me proteger nos próximos dias de viagem que pretendo seguir.

11 de Ha de 349 EC

Que dia cansativo. A viagem segue como eu planejei desde minha saída da pequena cidade no limite do reino de Irritaria, e provavelmente assim deve continuar pelos próximos dias. Hoje eu subi até o alto do morro que eu havia observado no dia anterior. A visão era perfeita para descrever o lugar. Sinceramente, pelos meus cálculos, eu perdi uma ou duas horas neste local, o que eu posso perfeitamente recuperar correndo um pouco mais amanhã.

A única coisa que posso escrever de observação, no entanto, foi uma maravilhosa flor que eu me dei ao luxo de observar durante pouco menos de uma hora, pois era uma flor tão rara nos dias de hoje, que talvez não volte a encontrar igual senão depois de muita busca. Eis aqui uma nota que valha a anotação, pois pelas informações que tenho sobre tal planta, se pega e armazenada do modo correto, ela poderia salvar a vida de uma pessoa muito doente, pois era utilizada para um composto de remédio muito raro. Pena que tal planta não foi útil para tentar salvar a vida de meu velho pai.

O riacho, conforme eu havia previsto, ficava realmente a menos de algumas horas do local no qual eu estava, o que talvez iria me entristecer quando fosse necessário retornar para sua proximidade e encher meu cantil. Felizmente, para minha surpresa, a poucos metros do local em que eu estava uma bica de água, provavelmente uma dos milhares de fontes que abastassem e servem de nascente para o riacho.

Outro ponto interessante, é que nos últimos quilômetros de minha empreitada eu pude observar pequenas trilhas velhas abertas na região, aumentando a frequência que aparecem conforme eu ia avançando em direção ao norte. Talvez, pelos meus cálculos, algum tipo de civilização deve estar próxima, a uns três ou quatro dias de viagem.

Os animais da região, por exemplo, sentem medo de minha presença e conseguem sentir meu cheiro a uma boa distância. Como eles fogem quando estou próximo, certo deduzir que os animais não são estranhos ao homem, ou seja, eles já conhecem tais criaturas e que esta região, diferente da anterior, já viu humanoides com maior frequência.

Por fim, o dia hoje também foi particularmente gelado. Disto uma coisa eu posso concluir: O norte está próximo!

12 de Ha de 349 EC

Novamente hoje o dia seguiu conforme eu havia previsto. Os dias começam a esfriar, conforme eu sigo em direção ao norte gélido. A vegetação também começa a mudar, começando a alternar entre a vegetação que eu visualizei nos últimos dias, para uma vegetação mais rasteira e típica de uma região gélida. Certo que nos próximos quilômetros eu já adentrarei nas vegetações tipicamente sobreviventes em baixas temperaturas.

Agora pouco eu aproveitei também para criar um esboço sobre os mapas da região. A quantidade de morros e montanhas começa a crescer, o que significa que estou no caminho certo, afinal de contas. A irregularidade do terreno, como era de se imaginar, também começa a pregar peça naqueles que aqui caminham desavisados.

Aos poucos eu estou encontrando porções de neves que demoraram a derreter, o que me permite concluir que esta região mantém um inverno mais rigoroso e longo do que outras regiões. Não obstante, hoje eu vi um animal que há muito tempo eu não visualizava. Era um típico Roté, daquele saltador.

Com isto, além das demais provas que venho visualizando durante o percurso, ainda posso concluir que na região não existe nenhuma vila grande ou ponto de civilização, pois estas criaturas ainda mantém sua habilidade de saltar grandes distâncias, algo que os domesticados já perderam há muito tempo.

Por outro lado, as trilhas durante o percurso estão começando a aumentar, algumas velhas o suficiente para concluir que a muitos anos ninguém passa por ali, outras, no entanto, recentes e marcantes, sendo possível deduzir que algum grupo de exploradores ou caçadores frequenta a região e passa ali com uma certa frequência mensal ou a cada três semanas.

As frutas desta região também estão começando a mudar, com frutas típicas de climas extremamente frios. A frequência com que posso achar tais frutas também está diminuindo, o que me permite acreditar que alguém com frequência passam por estes locais em busca de alimentação. Isto e o fato da falta de criaturas predatórias, como ursos ou grandes felinos caçadores, também me permite acreditar que existe um grupo de patrulha para caçar tais animais e evitar a morte de algum cidadão, camponês ou viajante.

Hoje, diferente dos dias anteriores, eu consigo sentir no ar o cheiro de uma chuva aproximando-se. Provavelmente amanhã irá chover e por isto devo procurar uma rota mais segura.

13 de Ha de 349 EC

Hoje meu sono foi interrompido por uma chuva que iniciou com o raiar do dia. Em função do clima gélido, a chuva era um sinônimo de tortura a qualquer um desprevenido para isto. Eu, no entanto, já sabia da chuva e me preparei para a mesma no dia anterior, como eu até havia escrito neste pequeno diário.

O início da chuva me fez procurar por uma rota mais segura, por meio das árvores remanescentes na região. O terreno elevado também foi um dos meus alvos, pois pelo que eu andei verificando nos últimos dias, uma chuva destas proporções e na surpresa com a qual apareceu, lugares baixos e próximos de riachos poderiam ser surpreendidos com cheias inesperadas, colocando em risco a vida de qualquer desavisado.

Seria importante colocar isto no livro também, pois assim aquele que estiver pesquisando sobre a região, poderá saber que existem algumas chuvas fortes que aparecem de surpresa e que podem causar problemas a pessoas desavisadas, principalmente aquelas próximas de rios, pois a água pode subir rapidamente e afogar qualquer um.

Por outro lado, a chuva também atrasou meu dia de viagem. A neve que encontrei pelo caminho, junto com a terra e a chuva, formam camadas e camadas de barro debaixo de minhas botas, o que acabou em atrasar minha viagem, pois o peso e as condições da lama acabam me “segurando”, não permitindo uma corrida livre o suficiente, além de que é extremamente chata a inconveniência que isto me causa.

Aliás, minhas roupas também estão imundas. Desde que parti eu não tive a oportunidade de tomar um banho digno. Isto, somado ao fato da chuva e o suor das corridas dos últimos dias, me trás uma sensação em meu corpo de podridão da roupa.

Quando chegar a minha cidade natal, farei questão de queimar estas roupas. Agora vou descansar para seguir viagem amanhã.


15 de Ha de 349 EC

Finalmente a chuva que tanto castigava minha viagem nos últimos dois dias acabou. Esta região, gélida, já superou minhas expectativas de chuva. Não pensei que poderia chover tanto em uma região destas, mesmo já tendo residido aqui durante muito tempo em minha vida.

Entretanto, acredito que estas chuvas são consequência do inverno que se aproxima na região, pois o tempo começa a esfriar muito mais do que é possível imaginar para as pessoas que residem ao sul deste grande continente, as quais estão acostumadas com um calor acima da média e pouca, senão quase nenhuma neve, o que lhes permite então utilizar roupas mais frescas e não tão pesadas quanto o povo do norte está acostumado.

Ontem meu dia foi cansativo. Fui obrigado a tomar um grande desvio, algo que me custou meio-dia para retornar ao trajeto original do qual havia traçado. Conforme eu havia previsto, a chuva na região provocou o aumento repentino das águas, e isto fez com que os rios transbordassem as barragens e engolissem algumas pontes construídas pelos vilarejos próximos.

Digo isto pela grande quantidade de lixo que percebi descendo as tumultuadas águas dos rios pelos quais cruzei ontem e hoje. Também observei que a quantidade de trilhas e caminhos abertos na região está aumentando, o que me permitia chegar à conclusão de estar próximo de alguma pequena cidade ou de algum lugar de caça das pessoas da região.

Tanto é verdade que hoje, mais ou menos ao meio dia, eu encontrei alguns rastros de perseguição em relação a caças, sendo ou um pequeno cervo ou algum animal do gênero com casco. Seguindo tal rastro eu encontrei um grupo de caçadores, aparentemente iniciantes, todos descendentes do povo do norte.

Este grupo me recebeu com desconfiança no início, mas quando eu apresentei algo para que eles também pudessem comer e compartilhar sua caça, eles logo tranquilizaram e abaixaram suas armas, parando com as ameaças. Assim, pelo resto do dia eu descansei e compartilhei minha comida com eles, depois bebemos e agora eles descansam, enquanto eu e mais outro jovem ficamos de vigia durante esta noite.

Pelas informações que eles me passaram e os mapas, não muito bem desenhados e fora de escala que eles me passaram, eu consegui perceber que estava próximo de um vilarejo, o qual era o primeiro do grande império do norte, e que pelos meus cálculos, em breve eu já estaria em minha casa, com um ou dois dias de viagem pela frente.

Amanhã de manhã eu irei me despedir deles e seguir meu caminho, deixando mais alguns mantimentos para estes bons homens e os colocando no rastro de uma boa caça para amanhã. Agora vou dormir que a troca de posto se aproxima.

16 de Ha de 349 EC

Hoje eu posso disser que a sorte sorriu em meu caminho. Durante minha viagem, enquanto corria entre as árvores e procurava um ponto alto e seguro para descansar, eu observei ao horizonte uma fumaça subindo, sendo de uma provável queimada ou incêndio no meio da floresta. Pelos meus cálculos, no entanto, eu sabia que aquela região continha uma velha aldeia, e que tal fumaça poderia vir de lá.

Foi então que decidi seguir até o local e tentar ajudar aquelas pessoas.

No caminho, quando eu já conseguia observar a pequena cidade, ou vila, ou vilarejo, eu descobri que não se tratava de tão somente uma cidade pegando fogo, mas sim de um dragão vermelho atacando e matando as pessoas do local, enquanto, ao que parecia para sua diversão ele baforava fogo sobre as casas, crianças e qualquer outra coisa que parecia se mover naquela região.

Digo que a sorte sorriu em meu caminho, pois tal dragão, após acabar com o que parecia ser sua diversão, simplesmente alçou voo e sobrevoou o lugar ao qual eu observava tudo, discretamente. Felizmente, quando eu percebi que ele se dirigia para o meu lado, eu me escondi entre as pedras e ele passou sobre o local, sem me perceber.

Porém, eu não posso dizer o mesmo para as pessoas que moravam nas casas que queimaram. Quando eu cheguei ao vilarejo, nada mais pude observar que chamas, cinzas e coisas queimadas. Aquele dragão fez questão de não deixar nada além de morte e destruição naquela pequena cidade, e eu, mero mortal e sem nenhum equipamento além do necessário para sobreviver, só pude observar aquilo, enquanto lamentava a morte daquelas pessoas provavelmente inocentes.

O destino havia sido cruel com elas. Entretanto, o importante é que aquela não era a vila de meu pai e que em mais um dia de viagem eu já estaria em casa novamente, onde poderia tomar uma boa xícara de chá quente, tomar um banho, trocar minhas roupas e descansar desta que foi uma das maiores viagens de minha vida.




17 de Ha de 349 EC

Dez dias. Dez dias foi o que eu levei para atravessar dois grandes reinos, além de caminhos até então desconhecidos para muitos. Hoje eu chequei ao meu destino, a pequena cidade onde nasci e passei boa parte de minha infância, uma cidade que deixaria qualquer cidadão do sul intrigado por suas belas construções.

Eis aqui uma bela e típica cidade do povo do norte, com suas casas parcialmente construídas sobre o solo, e parcialmente dentro dele, para que no inverno seja mantida sua temperatura.

A casa de meu velho pai continua a mesma. Lógico que maltratada em função do tempo, judiada em função das intempéries do descuidado, mas ali, firme e forte, como meu velho pai sempre foi. Suas portas estavam trancadas com tábuas, suas janelas cerradas por dentro com suportes para não serem abertas.

Entretanto, tudo continuava ali, como sempre foi. Como eu cheguei muito tarde hoje, o mais correto foi procurar por uma boa estalagem aqui na cidade, onde finalmente consegui tomar um banho e trocar a roupa que me acompanhou durante toda a minha viagem, pois afinal de contas, foram dez longos dias em que eu corri, escalei, marchei e caminhei até chegar onde estou agora.

E agora, depois de ter escrito tudo isto, eu vou parar e beber um pouco com meus velhos conterrâneos. Apesar de não parecer, sou um bom descendente Kossoth, e devo compartilhar com meus irmãos minhas histórias, principalmente sobre esta minha viagem, o qual eu passei dez dias para cruzar o reino de Irritária, as terras de ninguém, e boa parte do reino de Brrzengard e chegar finalmente a minha pequena cidade.

Por fim, irei aproveitar este momento e descer para aproveitar o restante do meu dia. Deixo aqui com você, diário, os esboços de mapas e desenhos das regiões pelas quais passeis nos últimos dias, além do relato sobre os animais que encontrei e cacei para conseguir comida.

Não obstante, deixo também minhas anotações sobre quais alimentos encontrei nestas regiões e qual a probabilidade de encontrar alimentação, tudo isto com o intuito de instruir os aventureiros desavisados que passarem a viajar por locais desconhecidos e muitas vezes desbravados, como eu fiz e relatei nestes últimos dias.

Códice - Itens Mágicos Gastáveis  

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Magia “Portátil”

Além dos feitiços que conjuradores manifestam; além de aço entrelaçado com magia; além dos longos cânticos e rituais usando componentes exóticos e velas diversas; além de essas formas vistosas e fáceis de perceber, muitas vezes uma outra forma de magia acaba não sendo vista justamente por aqueles heróis e vilões que mais a usam. Essa forma de magia são os itens mágicos “gastáveis”; poções, pergaminhos e outros aparatos.

Com o conhecimento certo, artífices diferentes podem imbuir magia sobre esses itens, permitindo um gosto de feitiços e poder mágico mesmo para o menos estudado na arte da magia. Desde aventureiros a guardas, de reis a plebeus, as pessoas sabem da existência desses itens menores, e em alguns lugares, tornam-se de uso comum.

Esses itens se dividem em três grupos maiores, que são os seguintes:

-Pergaminhos: Longos rituais podem ser feitos de maneira diferente, reversa, e fixos sobre material previamente preparado. Dessa forma, o conjurador pode utilizá-los mais tarde, entregar para outra pessoa que entenda o básico, ou ainda vender o ritual para uma terceira parte interessada, que não precisa ter o conhecimento de gerar o ritual, apenas os rudimentos do hermetismo.

-Poções: Com a combinação correta de ingredientes exóticos, dedicação e paciência, um alquimista é capaz de criar tipos diversos de poções, que realizam os mais diversos efeitos mágicos. Algumas poções são comuns em efeitos, fecham ferimentos, garantem força maior, dão confiança; outras garantem efeitos exóticos, garantem a visão de um gato ou que água seja respirada; e algumas são de efeitos lendários: Transformam em dragões, aceleram o usuário, permitem suportar ferimentos normalmente impossíveis. Poções são comuns nas mãos de aventureiros e nas lojas de herbalistas, algumas funcionam a qualquer um, outros tônicos mais específicos funcionam apenas para a pessoa a quem foram criados, mas todas carregam um perigo por exagero.

-Receptáculos: Diferente de seus outros pares, receptáculos tendem a receber uma atenção maior, alguns sendo particularmente poderosos. Esses itens são artefatos previamente preparados que contém o Conhecimento ou o Poder de um efeito mágico, que podem ser sorvidos por um usuário treinado. Os que garantem o Conhecimento permitem que seu usuário canalize sua própria Mana através de um feitiço ou poder que ele não necessariamente conheça. Já os que guardam Poder possuem Mana própria, e através dele um efeito, geralmente poderoso, é lançado. Normalmente ritualizados, tais itens são feitos em cajados, ídolos e símbolos sagrados, e tendem a ser a marca de um conjurador.


Pergaminhos

Como rituais são demorados para serem feitos, exigem concentração, componentes caros e uma dedicação que nem sempre pode estar disponível durante uma aventura, muitos aventureiros preferem deixar alguns deles já preparados em rolos de pergaminho especial. Enquanto nem sempre pergaminhos são o meio de escolha, o ritual precisa ser escrito e encantado em uma superfície preparada e portátil (tecnicamente não há necessidade de portabilidade, mas qual é o ponto?).

Quando um ritual é utilizado, a magia presa nos escritos se liberta, geralmente de maneira bastante dramática, mas a escrita mundana continua. A facilidade com que pergaminhos são apagáveis ajuda com isso, mas plaquetas de bambu, correntes de oração e o equivalente também são utilizados. A maioria dos rituais pode ser escrita sobre pergaminho preparado, mas relativamente comum, mas alguns precisam ser escritos em material mais específico. Certos materiais, geralmente pedaços de criaturas mágicas ou materiais mais exóticos, garantem ainda mais poder a um ritual preso em sua forma, apesar de que geralmente são consumidos no ato da conjuração.

Regras
Um rolo de pergaminho (ou o equivalente) costuma ser um objeto de tamanho miúdo, com dureza 0 e 1 PE. Detalhes variam de acordo com material, mas a maioria dos pergaminhos precisa ser protegida do clima e de dano, pois mesmo água os destrói.

Para criar um pergaminho, o conjurador do ritual deve ter todos os componentes do ritual e do pergaminho à mão, e então realizar um procedimento muito parecido com a conjuração do ritual, mas com algumas diferenças. Todo o procedimento de conjurar um ritual é realizado normalmente, mas a CD é 5 a mais. Ao final do procedimento, caso obtenha sucesso, o ritual é finalmente transferido para o pergaminho, e permanece assim até que ele seja usado ou o pergaminho se destrua. O procedimento mágico torna o pergaminho um pouco mais resistente, e em condições normais ele dificilmente mofa ou estraga tão rápido.

Para utilizar um pergaminho, o usuário precisa ser capaz de lê-lo. O usuário então precisa obter os sucessos normais em testes de Conhecimento que o ritual exige, mas não precisa ter conhecimento sobre o ritual (ou sequer saber conjurar rituais) nem fornecer nenhum tipo de componente a mais, apesar de que conhecer o ritual não garante nenhum bônus extra. Adicionalmente, o tempo de conjuração do ritual é 1 minuto / nível, ao invés do padrão 10 minutos / nível. Caso o usuário falhe, o pergaminho perde o ritual exatamente como se tivesse sido conjurado.


Poções
Enquanto muitos feitiços são comuns às várias tradições de magia, de forma alguma todas as possibilidades da magia estão cobertas nos feitiços que existem. Alguns efeitos são impossíveis, ou melhor, impráticos de se pesquisar, para feitiços, mas podem ser feitos sem grandes dificuldades em forma de poções.

Uma poção (ou um óleo, ungüento, pó, ou equivalente) é, de certa forma, um efeito mágico único de uma única carga. Uma vez que ela seja usada, funciona sobre a pessoa (ou objeto) à qual foi aplicada. A maioria das poções é feita exatamente assim, como poções, mas seus sabores, cores, cheiros e afins são muito variados, mesmo entre poções que fazem virtualmente a mesma coisa. O segredo disso está na fórmula da poção, pois duas poções que sejam da mesma fórmula serão quase sempre iguais.

Os fabricadores de poções possuem diversas maneiras de experimentar e gerar poções diversas e poderosas. A maioria deles anota seus segredos e fórmulas secretas em livros resistentes e que podem servir de referência. Enquanto existe um certo comércio de receitas básicas, e livros que ensinam diversas fórmulas, a maioria das fórmulas mais únicas e particulares são mantidas um segredo.

Virtualmente qualquer coisa é possível com uma poção. Algumas geram efeitos similares a feitiços famosos, mas o criador de poções que se limita a esses efeitos não compreende a arte de se criar poções. Existem poções que geram efeitos únicos, as vezes em épocas específicas do ano; poções que funcionam diferente durante o dia ou noite; poções que são feitas especialmente para a pessoa que irá as beber; poções benéficas e maléficas. A criação de poções é limitada por recursos e perseverança, sim, mas especialmente pela criatividade do artífice.

Todas poções, porém, possuem uma limitação pelo menos: Elas são tóxicas em grandes quantidades. Muitos efeitos alquímicos no corpo ao mesmo tempo acabam com a saúde de seu usuário, diminuem seus reflexos, capacidade mental e até mesmo provocam doenças ou parada cardíaca. Enquanto existem fórmulas que rebatem a toxidade no sangue, essas tentativas são tolas e temporárias, e o melhor é simplesmente não exagerar no uso de poções mágicas mesmo.

Regras
Uma poção costuma ser guardada em um frasco. Dureza e PE variam de acordo de frasco para outro frasco, mas por definição uma dose de poção cabe num recipiente mínimo. Existem poções que são feitas para serem aplicadas em um objeto ou em uma área, em formato de óleos ou em formato de pós, mas a funcionalidade é basicamente a mesma. Utilizar uma poção, de qualquer formato, é sempre uma ação padrão, e uma pessoa pode usar uma poção em outra pessoa que esteja indefesa, imobilizada ou o equivalente.

Antes de se criar uma poção, é preciso criar uma fórmula. Primeiro o alquimista escolhe o efeito que deseja, e os detalhes que deseja. O mestre então define e / ou modifica outros detalhes, determina toxidade e o NC da poção, não os informa ao jogador, e determina a CD de criação da poção (CD 5 + NC). O jogador pode então fazer exigências quanto a efeitos, como por exemplo forçar a duração que escolheu, toxidade baixa ou alta, etc. Para cada um desses fatores que o jogador decidir que quer forçar sobre o que o mestre determinou, o mestre aumenta a CD de +0 (caso já tinha determinado) a +5 (caso contrarie muito algo que o mestre determinou). O jogador faz então um teste de Ofícios, e o mestre determina o resultado.

O jogador não sabe se sua poção foi uma sucesso ou um fracasso, somente testando, quando o mestre então lhe informa os resultados. O personagem pode então anotar essa sua poção dessa exata maneira em uma fórmula (como escrever num livro de rituais). Cada vez que fizer uma poção usando uma fórmula, ele diminui a CD em 2. Ao invés de seguir a fórmula exata, ele pode sempre tentar aprimorar sua poção, de maneira similar como acima, e caso consiga o fazer, pode anotar essa nova fórmula.

Como mencionado, toda poção tem, além de seu efeito, um valor de Toxidade, que varia de acordo com seu poder e com sua fórmula. Níveis de toxidade vão de 1 a 10. Dessa forma, nem mesmo a mais benéfica das poções é completamente livre de efeitos colaterais. A única exceção a essa regra são as fórmulas geradas especificamente para reduzir toxidade no sangue, que, obviamente, possuem toxidade 0.

Uma pessoa pode ter em seu corpo, a qualquer momento, um nível de toxidade no máximo igual ao seu valor de CON, e ainda assim não sofrer nenhum efeito colateral. A partir de 1 ponto acima desse valor, a pessoa começa a sofrer efeitos colaterais. Com 1 a mais, a pessoa fica enjoada até deixar de ter tanta toxidade. A partir de 1 ponto acima desse valor, a pessoa sofre 1 de queimadura de SAB para cada ponto de toxidade ingerido. A partir de 1-1/2 CON, sofre junto queimadura de CON.

O valor de NC de uma poção determina alguns de seus efeitos (como poder contra doenças ou venenos, por exemplo), apesar de que no ato da criação o jogador pode forçar um valor mínimo que deseje. Poções geram efeitos sobrenaturais.


Receptáculos
Conjuradores muitas vezes precisam de itens que lhes ajudem a focar sua magia e a fazer de maneira mais especialista. Desses diversos itens, receptáculos são alguns dos mais respeitados. Um receptáculo pode ser feito em qualquer tipo de item, apesar de que quase sempre esses itens são óbvios e muito bem decorados, desde athames e livros rituais às espadas dos altos elfos ou os cajados dos arquimagos. Dessa forma, tamanho e dureza são variáveis, dependendo do item em questão.

Um receptáculo de Conhecimento contem as matrizes de um feitiço. Forçando sua própria Mana sobre o objeto, esse forma a magia que o conjurador então dispara, mesmo que se apenas algumas poucas vezes por dia. Dessa forma um conjurador pode manter essas matrizes de magias mais exóticas ou magias que não espera usar todos os dias ou a todos os momentos, ou ainda, criar uma arma para uma situação específica e única.

Já um receptáculo de Poder não apenas contém um poder mágico dentro de si, mas também uma matriz fechada que contém sua própria Mana. Diferente de um receptáculo de Conhecimento, essa matriz fechada permite efeitos normalmente além do limite de feitiços normais, e usam a Mana do próprio item para a conjuração, permitindo se necessário uma rápida sucessão de poder. Por outro lado, o conjurador não pode usar sua própria Mana, que se recarrega mais rapidamente, e o processo de recuperação de Mana do receptáculo é particularmente lento e cuidadoso.

Regras

Conhecimento:
Um receptáculo de Conhecimento precisa ser pelo menos um item Mínimo. Para criar o receptáculo, o conjurador precisa ter o item à mão normalmente, e conhecer o feitiço em questão, ou ter acesso a ele de alguma forma duradoura (como o auxílio de alguém que conheça ou um livro de rituais, mas não algo como um pergaminho). O custo de tal receptáculo é Círculo da Magia x Círculo da Magia x 400 pp. Caso possua mais de uma magia, isso se aplica apenas para a de círculo mais alto; todas as magias adicionais custam apenas Círculo x Círculo x 200. Um receptáculo desses normalmente é criado com 3 usos diários. Um receptáculo com apenas 2 usos diários custa apenas 75%, enquanto de 1 uso diário custa 50% do normal. Qualquer componente material caro adiciona seu valor x100 ao valor de mercado do item.

Usar um receptáculo é um ato simples. O conjurador conjura a magia através do item, precisando segura-lo, mas suprimindo assim os outros componentes, e deve obter sucesso em um teste de Conhecimento apropriado, CD 15 + NC do item. O conjurador gasta a Mana apropriada normalmente, e gera o efeito usando todas as suas habilidades, incluindo NC, chave de conjuração e quaisquer bônus. Note que magias conjuradas através de um receptáculo de Conhecimento pode se beneficiar de talentos metamágicos.

Poder: Um receptáculo de Poder precisa ser pelo menos um item Pequeno. Para criar o receptáculo, o conjurador precisa ter o item à mão normalmente, e escolher qual tipo de efeito o receptáculo terá. O mestre então determina qual será o nível equivalente e NC do item em questão. Imitar magias de maneira perfeita é na verdade mais difícil, aumentando em +5 a CD. Esse procedimento é então repetido para cada efeito adicional que o receptáculo tiver. O custo de tal receptáculo é, então, NC x Círculo x 400 para o efeito de círculo mais alto; + NC x Círculo x 300 para o segundo efeito mais poderoso; + NC x Círculo x 200 para todos os outros efeitos. Um receptáculo comporta até 10 cargas, mas qualquer efeito que use mais de uma carga tem seu valor particular menor; divida o valor do efeito pelo número de cargas que ele gasta. Qualquer componente material caro adiciona seu valor x100 ao valor de mercado do item.

Para utilizar o efeito, o usuário deve segurar o item e obter sucesso em um teste de Conhecimento apropriado CD 15 + NC do item. O item então gasta a quantidade de cargas necessárias e conjura o efeito. O conjurador usa seu NC e chave de conjuração para determinar o poder do efeito, a não ser que o receptáculo possua NC mais alto, e a CD básica seja maior. Note que o usuário não precisa ser um conjurador para ativar um receptáculo de poder. Como o conjurador não está ele mesmo conjurando a magia, habilidades que melhoram magias (além de NC e chave de conjuração) não podem ser usadas junto com o item, bem como ele não pode se beneficiar de talentos metamágicos.

Para ser recarregado, um receptáculo precisa que uma quantidade de Mana igual ao círculo do efeito mais alto seja Investida nele por 8 horas seguidas, e que o item não seja usado durante esse período. Essa Mana fica indisponível para seu conjurador, exatamente como se fossem magias mantidas fora de combate. Após esse período, uma carga se recupera no item. O mesmo receptáculo somente pode ser recarregado uma vez a cada 24 horas.