Interpretação
-Existência demoníaca-
(parte 2 de 3)
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A Máscara
Todos os dias, ele vai
para a primeira igreja unitária de Brooklin para sentar-se na capela abobadada,
com a cabeça baixa em silêncio. O ministro sabe que ele não quer falar, e o
deixa sozinho com seus pensamentos e orações. Ele nunca poderia adivinhar o que
ele está pensando, porém, quando ele olha para a janela com vitrais e tenta
acreditar, mesmo que apenas por um instante, na compaixão, perdão e o Deus
imaginário que os humanos criaram para si mesmos.
Ela quer
desesperadamente ser humana. Ela programou sua existência de modo que não tenha
de fazer qualquer coisa sobrenatural durante dias – às vezes semanas. Quando
alguém ou algo ameaça sua vida cuidadosamente construída, no entanto, ela
arranca as entranhas do mundo e usa toda sua fúria demoníaca progênita para
garantir sua segurança.
Ele se auto-intitula
anarquista, comunista, socialista, e um patriota – o que for preciso para
juntar humanos impressionáveis com as
atitudes corretas. Ele os reúne em células com sinais e senhas secretas, não
porquê trará algo útil, mas porque ele aprendeu que isso coloca as pessoas no
clima adequado. Ele acredita que a guerra está chegando. Já que será travada na
terra, os humanos tem o direito de escolher um lado; ele tem a intenção de
certificar-se que eles escolham o seu.
A identidade de um demônio é uma questão
complicada. Ela é um anjo caído? Um rebelde demoníaco? Ou ele é o ser humano
que parece ser –tão humano quanto qualquer pessoa– apenas com um passado
incomum? Se você perguntar a um demônio o que ele é, você pode esperar várias
respostas diferentes.
Alguns demônios podem dizer que sua identidade
seria conforme a antiga identidade dos anjos do Demiurgo. Esta identidade
inclui um nome –uma designação celestial, uma palavra alienígena que pode ou
não ter um significado que o anjo escolheu para traduzir a língua local– e um
passado de serviço fiel ao Demiurgo. Esta atitude é mais comum entre os
integradores, embora alguns sabotadores usem o termo “anjo caído” com orgulho.
Outro demônio pode falar sobre sua vida como Liberto,
incluindo sua ligação aos demônios locais e o impacto mais amplo que eles fazem
sobre o mundo sobrenatural. Muitos demônios se poupam do apego emocional com
seus companheiros demônios, com o raciocino de que podem ser mais honestos e
menos cautelosos com entidades que partilham suas preocupações. Naturalmente,
outros demônios seguem exatamente o caminho oposto. Eles criam conexões
emocionais com os seres humanos e veem a maioria dos demônios como rivais, e
potenciais inimigos. Demônios de todos os tipos se enquadram nesta categoria.
Indiscutivelmente, identificar-se mais intensamente como demônio é a opção mais
fácil.
Por fim, alguns demônios podem mencionar suas
vidas humanas -as Identidades- que os protegem da vista e da ira do Demiurgo. A
identidade de um demônio é um disfarce que permite ao demônio se integrar a
sociedade humana, assumindo o lugar do agora morto humano. Os demônios vêm ao
mundo das trevas com o emprego, casa e família, embora estes relacionamentos possam
se perder com o tempo. Alguns demônios se identificam fortemente com sua Identidade,
tratando-a como sua identidade real. Isto é especialmente comum entre os
demônios que fugiram do desejo de se conectar com um ou mais humanos. Um lugar
no mundo dos seres humanos – uma Identidade forte – é importante para o mantimento
destas relações. Alguns demônios abandonam completamente seu passado como anjos
ou nada tem a ver com seus companheiros Libertos.
Nenhum demônio que queira durar muito tempo
ignora sua Identidade. Sem um receptáculo funcional, o demônio é um farol para
os caçadores do Demiurgo, que exercem a Sua impiedade até que ele seja
destruído ou encontre alguma maneira de esconder seu brilho. Sua verdadeira
forma também é revelada, fazendo com que seja quase impossível lidar com os
seres humanos. Dito isto, alguns demônios visualizam seus receptáculos como
meras necessidades em vez de partes importantes de sua identidade.
Identidade e Disfarce
O demônio já usou
muitos nomes – Sr. Gray, o capelão, ou mesmo avô. Masculino ou feminino, preto
ou branco, ele sempre é velho, com cabelo grisalho. Tem existido na terra por
tanto tempo que ele se esqueceu de como vestir uma face jovem.
Sra. Gloucester é uma
bela jovem viúva. Ninguém lembra quem seu marido era, mas ele parece ter
deixado a ela uma grande quantia de dinheiro, que ela gasta liberalmente. Então
Sra. Gloucester desaparece, perseguida na escuridão por acusações vagas e
inimigos misteriosos. Não muito tempo depois, quando a Sra. Gloucester é
esquecida, o Sr. Hamptom entra na cena social, um trágico jovem viúvo bonito
com os bolsos cheios.
Ele é um jovem bravo,
mas os outros detalhes não interessam. Ele representa todas as etnias e
nacionalidades. Ele luta por qualquer motivo exceto o estabelecimento. Onde
quer que os jovens se revoltem contra a corrupção e a hipocrisia de seus
anciãos, ele está lá. Ele não está interessado em governar ou reconstruir,
apenas destruir e derrubar. Se o seu objetivo é destruir coisas diversas, ele
vai ajudá-lo – por um preço.
O demônio procura
aspirantes a suicídio e oferece-lhes uma barganha simples: uma morte indolor em
retorno ao direito de viver as vidas que foram abandonadas. O demônio vive
estas vidas com tudo, alcançando tudo que for possível antes de se aborrecer e
encontrar outro suicídio, oferecendo-lhe a mesma coisa.
Cada demônio tem um receptáculo, uma falsa
identidade que esconde sua existência do Demiurgo e seus anjos caçadores, e
também sua existência sobrenatural dos humanos a seu redor. Alguns demônios
mantém várias identidades redundantes em forma de pactos de alma, enquanto
outros tem apenas uma.
Alguns demônio se identificam fortemente com
elementos de sua identidade favorecida, verdadeiramente se vendo como “macho”,
“japonês”, ou “heterossexual”. Para um demônio que se identifica como asiático,
andar com uma identidade caucasiana o faria sentir-se muito desconfortável.
Muitos poucos são os demônios que se recusariam a adotar uma identidade que
violaram sua identidade escolhida se precisassem. Receptáculos são questões de
vida ou morte, e os detalhes de identidades mera conveniência.
Até mesmo os demônios que possuem forte conexão
com os humanos não conseguem confiar plenamente em sua identidade. Alguns
demônios tem o trabalho necessário para manter sua identidade como uma existência
concreta, mantendo conexões emocionais com os humanos a seu redor de forma
orgânica. Trabalhar para aperfeiçoar a identidade é uma escolha sensata.
Atenção humana pode corroer uma identidade superficial, fazendo com que agentes
do Demiurgo possam mais facilmente encontrá-lo. Muitos demônios enxergam a
necessidade de aprimorar a Identidade assim como enxergam guardar dinheiro ou
fazer reparos em algo: Como um seguro contra potenciais infortúnios.
Não importa o quanto ele se identifica – ou
mesmo gosta – de sua identidade, um demônio inteligente precisa se preocupar em
não ultrapassar os limites de sua identidade. Se um anteriormente rigoroso chefe
corporativo começa a mostrar muita compaixão a seus funcionários, sua identidade
pode começar a falhar. Para as pessoas à sua volta ele pode ter uma mudança
súbita de comportamento, mas os agentes do Demiurgo sabem que pessoas não mudam
dessa forma e podem querer investigar de perto. Um demônio pode fazer pequenos
ajustes em sua identidade: O rigoroso chefe corporativo pode ficar um pouco
menos rigoroso, talvez até fazer alguns amigos no escritório. Mas se o demônio
quer levar um tipo de vida totalmente diferente – por exemplo, abandonar o
estilo de vida corporativo, começar a pintar e se mudar para San Francisco –
ele precisa
de uma identidade diferente, ou arriscar ser
exposto.
Para alguns demônios, tudo isso é razão para
não se identificar como humano. Eles raciocinam que, com todas estas
complicações –não mencionando a possibilidade de risco real– é melhor procurar
uma conexão emocional com outros demônios. Alguns apenas tentam viver sem
conexão emocional. Infelizmente, o isolamento emocional é prejudicial ao
demônio como é para o ser humano. A maioria dos demônios procuram uma abordagem
equilibrada, identificando-se como seres humanos na medida segura, e como
demônios a demônios com quem confiem.
A forma de um demônio substituir sua identidade
é roubar a vida de um ser humano. Para isso o humano só precisa vender sua alma.
O demônio apenas paira sobre ou toca o alvo, e está feito. Alguns demônios se
sentem desconfortáveis de usar este poder, e apenas os usam como último
recurso. Outros demônios apreciam a oportunidade de entrar em uma outra vida
humana. A maioria dos demônios que empregam essa tática estão dispostos a
reconhecer que são parasitas, sobrevivendo de uma vida roubada, e ficar
atormentado em culpa com isso varia de demônio à demônio.
Há uma terceira atitude estranha referente a
esta prática. Quando tiram a vida de um ser humano, de certa forma eles se
tornaram a vítima. Se ele admirava o humano cuja vida roubou, o demônio pode
fazer de tudo para manter seus ideais. Caso a considerasse indigna, ele
poderia tentar viver a vida humana “melhor” do que seu ocupante anterior,
apesar de que "melhor" é bastante subjetivo.
Facções e Humanidade
Demônios que compartilham uma facção tendem a
ter atitudes semelhantes em relação à raça humana e as identidades que lhes
“tornam humanos”. Uma facção representa os aspectos relacionados as metas de um
demônio e atitude perante a vida, o que certamente é refletido em sua atitude à
identidade que ele habita.
Conciliadores
Conciliadores não escolhem identidades, o mero
conceito é contrário à visão dessa filosofia. Eles vivem suas vidas, tornam-se
os mortais que habitam. E se em algum momento são forçados à deixar suas vidas
para trás, sofrem tanto quanto qualquer humano forçado a começar de novo, mesmo
que o faça em outro corpo e outra existência. Muitos não utilizam seus poderes
não por que isso pode comprometer sua identidade, e sim por que como humanos,
eles não possuem poder nenhum. Não apenas isso, mas conciliadores esforçam-se
para manter sua vida o mais normal possível, incluindo evitar ao máximo
qualquer contato com o mundo sobrenatural e, talvez, até mesmo outros demônios.
Devido
ao tempo que passam atuando -ou ainda, vivendo-
suas identidades, conciliadores costumam ter as identidades mais fortes e com
menor quantidade de defeitos. Em alguns casos a imersão pode ser tamanha que o
anjo de fato esquece de sua condição verdadeira, chocando-se tanto quando um
verdadeiro humano ao ser apresentado perante um elemento sobrenatural.
Infelizmente essa atuação metódica atrai a atenção de outros demônios, e suas
identidades impecáveis os torna alvos primários para outros demônios que
desejam usá-los como agentes infiltrando-se na fonte, o que raramente agrada os
conciliadores.
Quanto à humanidade, conciliadores tendem a ser
defensores. Muitos apaixonam-se pela condição ou emoção humana -ou ainda, por
poderes sentir essas coisas pela primeira vez-, e tornam-se o mais humanos que
podem. Para bem ou para mal eles são exemplos de o que é ser humano, de dona de
casa à bombeiro ou traficante sexual infantil, e protegem seu território e suas
vidas normais com toda sua força. Enquanto sua humanidade é a melhor ferramenta
existente para alcançar seu objetivo de desaparecer do radar do Demiurgo,
meramente as viver já é um objetivo. Isso não quer dizer que sejam todos
filantropos, porém. Muitos estão perfeitamente dispostos a sacrificar outros seres humanos, aqueles que não
são importantes para eles, para defender-se, exatamente como a maioria das
pessoas sacrificaria um estranho para proteger quem ama.
Inquisidores
Inquisidores preferem identidades que lhes
conferem acesso a informação. Eles costumam achar útil se passarem por
jornalistas, professores, arquivistas, detetives e policiais. Em segundo lugar
atrás apenas de sabotadores em termos de paranoia –um efeito colateral de
passar muito tempo olhando para o mundo secreto da história e seguir os
movimentos de seus mestres secretos– inquisidores também são suscetíveis a
assumir identidades úteis e inofensivas, melhor para manter suas verdadeiras
naturezas ocultas daqueles que procuram os investigar. Como a coleta de
informações pode ser um processo lento, inquisidores valorizam uma identidade
sólida. Se um inquisidor se identifica fortemente com uma identidade ou não,
ele não vai desperdiçá-la, simplesmente por ter recolhido contatos e uma enorme
biblioteca de informações atualizadas.
Quando se trata de seres humanos, inquisidores,
muitas vezes se sentem superiores. Como demônios, eles são capazes de
compreender o universo e agir sobre essa compreensão com mais poder do que a
maioria dos seres humanos sequer poderiam imaginar. Os seres humanos estão
sujeitos às regras do mundo; demônios podem cortar este sistema, acessando regras
secretas, jogando o jogo de uma forma diferente. Dentro de sua interminável
busca de aprender todos os segredos do universo, inquisidores frequentemente
perdem de vista os seres humanos que vivem a seu redor. Suas cabeças
simplesmente são cheias de segredos arcanos e conspirações.
A meta declarada dos inquisidores é manipular o
Demiurgo ou encontrar uma maneira para os demônios escaparem de sua atenção. De
qualquer modo, a maioria dos inquisidores não acham que o fim de seu jogo terá
um efeito sobre a vida dos seres humanos. Eles acreditam que pisam levemente no
mundo humano, pois não são um deles: um dia eles vão encontrar seu próprio
lugar, e seja melhor ou pior nunca precisarão lidar com os seres humanos
novamente.
Integradores
Integradores, por outro lado, são mais
propensos a viver com identidades esboçadas e incompletas. Esses demônios que
procuram retornar a Demiurgo visualizam suas Identidades apenas como questões
de sobrevivência e evitam ativamente desenvolver qualquer ligação que possa
distraí-los de seu propósito. Os raros integradores que põe qualquer trabalho
em sua Identidades o fazem a fim de torná-la agradável ao Demiurgo, se tal
coisa for verdadeiramente possível. Alguns desses integradores adotam identidades
que trabalham com algo relacionado à sua função original, esperando que o
Demiurgo aprecie sua dedicação. Outros assumem papéis de autoridade, como a
aplicação da lei, esperando que Demiurgo os enxergue como dando suporte à sua
hierarquia, ao invés de desafiá-la como o resto dos anjos caídos.
Integradores estão divididos sobre o quanto se
identificam com suas identidades. Alguns integradores acreditam que Demiurgo
quer que os anjos façam bem o seu trabalho. Parte desse trabalho significa
manter de forma eficaz sua identidade. Estes integradores prosseguem suas identidades
com todo o fervor de um ator premiado, esperando que quando chegar a hora, o Demiurgo
ficará impressionado com sua competência. Outros integradores acreditam que não
podem perder de vista o que realmente são – anjos. Eles argumentam
que, se aprofundando em suas identidades, correm o risco de distraírem-se com
o mundo material. Depois de já ter cedido as tentações humanas uma vez, eles
não são dedicados ao fazê-lo uma segunda vez, assim evitam tornar-se muito
afeiçoados suas identidades.
Ironicamente, muitas vezes integradores tem
mais simpatia por humanos. Integradores compreendem e não desprezam a condição
humana. Eles sabem o que é ter medo da morte, se perguntam o que suas vidas são
e sofrem sob a tirania da escolha. A única diferença entre os integradores e os
seres humanos, é que eles tem uma saída que seria o retorno a Demiurgo. Alguns
integradores tentam acreditar que os planos de Demiurgo realmente são para o
bem da humanidade; reconectando-se ao Demiurgo e se tornando uma parte deste
plano, mais uma vez, em benefício da humanidade. Outros tentam acreditar que
pelo fato de terem sido anjos e demônios, podem levar um pouco de humanidade ao
Demiurgo quando forem resgatados.
Sabotadores
Sabotadores estão entre os demônios mais paranoicos. Eles podem não procurar conspirações secretas assim como
inquisidores fazem, mas eles querem destruir Demiurgo, o que os torna seus
inimigos. Muitos sabotadores assumem identidades comuns e menos ameaçadoras que
puderem, o melhor para evitar a atenção divina. Sabotadores também se esforçam
em suas identidades e estão entre os demônios mais propensos a ter múltiplas identidades
redundantes caso sejam destruída ou comecem a ruir.
Outros sabotadores se identificam com as
rebeliões humanas contra a autoridade e assumem identidades anarquistas,
comunistas e outras inconformadas. Eles argumentam que isso os coloca em
contato com seres humanos que possuem as competências adequadas e a inclinação
para utilizá-los. Tudo o que é preciso, é um pouco de redirecionamento e o
sabotador pode providenciar que a estrutura do Demiurgo seja destruída até
mesmo por revolucionários humanos comuns.
Como integradores, sabotadores tem uma
abordagem paradoxal a sua identidade. Por um lado, sabotadores tendem a ser os
demônios mais virulentos e mais apaixonados. Por padrões demoníacos, eles são
emocionalmente propensos a tomar rápidas decisões. Muitos até enxergam os
humanos como irmãos guerreiros na luta contra Demiurgo – é seu mundo, apesar de
tudo.
A vida de um sabotador é dura com suas
Identidades. O Demiurgo tem maneiras de atacar a identidade de um demônio – a
principal delas é a manipulação de seres humanos curiosos. Sabotadores
tornam-se alvos. Já que entram em contato direto com o Demiurgo e seus agentes,
sabotadores tem que contar com a mais poderosa habilidade em seu arsenal
demoníaco, os Abusos que marca a Identidade a cada utilização.
Sabotadores tendem a equilibrar estes impulsos
contraditórios formando ligações intensas mas de curta duração para suas identidades.
Eles vivem cada identidade integralmente, usando-as para se conectar ao ser
humano e apreciar o mundo humano até que ele é inevitavelmente tomado deles. Em
seguida, eles se movem. Alguns sabotadores são mais cuidadosos ou menos
afeiçoados aos seres humanos, mas a maioria deles orbitam em torno desse
padrão.
Sabotadores tendem a atrair demônios com
sentimentos fortes sobre humanos. Alguns sabotadores dizem que, quando o Demiurgo
for derrotado, eles vão fazer um mundo novo onde seres humanos e demônios sejam
igualmente livres. Outros sabotadores odeiam a humanidade por sua fraqueza e
estupidez em deixar-se serem manipulados pelo Demiurgo por tanto tempo. Esses
demônios frequentemente se tornam insensíveis não se importando com os
estúpidos seres humanos que se tornam ovelhas apanhados por seus planos. Poucos
sabotadores são indiferentes aos seres humanos. As ações diretas e agressivas
–e as consequências para os seres humanos que são apanhados no caminho– os
segregam muito antes.
Tentadores
Finalmente, tentadores são muito apegados a sua
identidade. Como regra, se adaptam a identidades que os permitam viver confortavelmente.
Tentadores são homens do petróleo, celebridades menores, e ricos ociosos.
Lembre-se porém, que a ideia de conforto de cada demônio nem sempre corresponde
às expectativas humanas –depois de uma vida como anjos, um tentador prefere ser
uma dona de casa suburbana, ser um agricultor do centro-oeste ou artista a
morrer de fome. O que importa para tentadores é que a identidade, seja ela qual
for, seja profunda, rica e completa – é por isso que eles caíram não é?
Já que eles são, em última análise, egoístas,
tentadores normalmente não poupam esforços para garantir a sua segurança
pessoal, com redundantes múltiplas eventualidades caso suas identidades sejam
comprometidas. Tentadores gostam de estar no centro de uma rede de pactos e
promessas, seja com humanos, seja com demônios – é preciso muito pouco esforço
para
que eles possam tomar a si algumas dessas
dívidas que poderiam fornecer ao tentador em uma nova identidade.
Apesar de seu egoísmo, tentadores geralmente se
apegam muito a sua identidade e os humanos ao qual estão envolvidos. Tentadores
ficam em segundo lugar em os que possuem maior probabilidade de realmente viver
através de suas identidades, e sentir algo forte sobre protegê-los, atrás
apenas de Conciliadores, obviamente. Por outro lado eles tendem a ver essas
mesmas pessoas como ferramentas, meios para um fim.
Tentadores possuem sentimentos complicados por
seres humanos. Por um lado, eles vivem distanciados dos seres humanos, os
enganando com pactos que a maioria dos humanos não compreende verdadeiramente.
Quanto humanos e tentadores se encontram, raramente suas vidas ficam intactas.
Por outro lado, tentadores tendem a se relacionar com seres humanos
diariamente. Como sabotadores, tentadores tendem a pensar de duas formas quando
se trata de seres humanos: ou eles visualizam os humanos como alvos, ovelhas a
serem tosquiadas e nada mais, ou criam simpatia pelos humanos e se envolvem em
explicações complicadas para justificar a sua manipulação.
A Vida Como Um Demônio
Cada demônio é uma criatura híbrida. Na sua
essência, é um espírito transcendente, uma vez parte do plano perfeito do Demiurgo.
Tendo escolhido abandonar a perfeição em caóticas paixões e ineficiente
liberdade humanas, os seus espíritos etéreos foram amontoados em corpos
humanos, seus sentidos anteriormente oniscientes foram altamente reduzidos aos
cinco sentidos humanos. Esta qualidade híbrida –eterna e mortal, espiritual e
física– os deixam marcas únicas entre os habitantes do mundo das trevas.
Carne Decaída
Enquanto ele tem um receptáculo, o demônio é
funcionalmente um ser humano comum com um corpo humano e tudo o que lhe
implica. Se um demônio se prendesse a uma única identidade humana por tempo
suficiente, ele iria envelhecer e se tornar enfermo. Embora a realidade de
disfunções menores que acompanham uma grande quantidade de poder demoníaco podem
interferir no processo, o demônio poderia eventualmente, morrer de causas
naturais, como qualquer humano.
Os demônios são tão ignorantes sobre o que
ocorre com eles quando estão prestes a morrer como qualquer outra pessoa. Os
demônios mais cínicos temem que, se qualquer parte deles permanecer após a
morte, ela é devolvida ao Demiurgo para ser reciclado em outro anjo leal ou
refeito como parte de um Desígnio em algum lugar. Demônios mais esperançosos
creem que escolher a vida humana, também é escolher a morte humana, esperando
de que tudo o que resta deles –se alguma coisa– possa seguir os seres humanos
onde quer que vão, seja através da encarnação ou algum tipo de paz como
recompensa. Muitos temem que seu destino final seja ser finalmente feito em
pedaços pelo caos, enquanto alguns outros deixam de se perguntar se esse não é
o destino de todas as coisas, ou ao menos dos humanos cujos corpos roubaram.
A maioria dos demônios simplesmente assumem que
não possuem nenhuma centelha eterna, e quando eles morrem, eles simplesmente
deixam de existir. O mais ambicioso demônio, por outro lado, acredita que
quando completar sua descida eles serão imortais no Nirvana onde governarão.
A maioria dos demônios passam a maior parte do
tempo escondidos da humanidade com uma máscara. Embora alguns demônios se
sintam confortáveis com sua identidade e até mesmo a considerem uma parte de si,
a forma humana de um demônio não é sua verdadeira forma. Cada demônio tem
acesso a uma forma apocalíptica, a forma que eram como anjos. Esta forma é
intrinsecamente mais poderosa e durável do que um corpo humano. Demônios podem
assumir as suas formas apocalípticas sempre que desejarem, com muito pouco
esforço, e permanecem nesta forma pelo tempo que quiserem. Para um demônio, o
custo real é assumir a forma apocalípticas, por que isto pode comprometer sua identidade.
É notável que quando um demônio assume sua
verdadeira forma, ele pode se deixar levar em parte pelas energias do caos e
entropia em troca de poder. Tal energia corrompe sua essência, causando-lhe dor
e riscos, mas também transformando seu corpo em algo ainda mais formidável,
possivelmente lhe rendendo a vantagem que precisaria contra seus inimigos
angelicais. É essa corrupção de espírito e forma que faz com que os Libertos
não se esqueçam do Caos como uma essência, pois caso o contrário seria apenas
uma ameaça distante e eventual, não diferente do medo da morte.
Muitos demônios estudados não deixam de notar
que essas forças da entropia parecem ser criadoras de seus próprios monstros,
teorizando que seja o equilíbrio cósmico contra a Ordem do Demiurgo, e que
provavelmente é através dela que anjos podem ser falhos, que possam cair, e que
demônios consigam criar seus Abusos. Outros sentem-se tão à vontade que flertam
com o caos, aproveitando o poder de suas formas monstruosas.
Alguns demônios se sentem muito mais
confortáveis em sua forma apocalípticas, a tal ponto que eles tentam organizar
suas vidas para que eles possam passar algum tempo nesta forma todos os dias.
Estes demônios as vezes se unem para criar espaços seguros onde eles possam
assumir as suas formas apocalípticas e “se esticar” sem se preocupar com a
curiosidade humana ou dos agentes do Demiurgo. Sempre onde existem, estes
lugares muitas vezes são terrenos neutros onde demônios com radicais
perspectivas diferentes –Sabotadores e Integradores, o mais radicalmente pró-humanidade
Conciliador e o mais egoístas e abusivo Tentador– podem se encontrar.
Um demônio sem receptáculo está numa posição
desconfortável. Ele está preso em uma forma horrível, pressionado a encontrar
mortais que estejam próximo da beirada -seja desse ou do outro lado- a fim de
roubar seus corpos, tudo isso enquanto o próprio caos que empodera suas formas
lhe faz em pedaços, e outros demônios, seus supostos irmãos e irmãs podem
devorar sua essência para tornarem-se mais fortes.
Este estado tem benefícios, no entanto. Um
demônio que de bom grado queima seu receptáculo -“indo além”- recupera o acesso
a uma grande quantidade de poder angelical que ele perdeu. Um demônio neste
estado é uma força a ser considerada. Mesmo assim, Ir Além muitas vezes é um
ato de desespero ou de autossacrifício, a última coisa que um demônio faz antes
que um anjo o derrube.
Mente Decaída
Apesar da natureza de um demônio ser dualista
–em parte divina, em parte mundana– sua perspectiva mental e emocional se
assemelham a de um ser humano. É verdade que os demônios tem um passado
extraordinário e pensam em maneiras estranhas, mas eles experimentam os
resultados e conclusões de forma que um corpo humano entende. Se estiver em
perigo, ele experimenta medo. Ele o sente em seu estômago, em sua garganta, em
seu peito assim como um ser humano comum.
A perspectiva humana de um demônio é reforçada
pela experiência mundana do mundo. Demônios são mais sensíveis a certas
emanações sobrenaturais, mas eles geralmente veem e ouvem o mundo de forma
humana.
Não importa o quão estranho o demônio foi
quando caiu, anos de reflexão sobre as coisas mundanas, experimentar o mundo em
seu modo mundano, e sentir emoções humanas tem um efeito humanizador sobre
eles. Isso não significa que os demônios são universalmente benignos –há uma
grande diferença entre “humano” e “humanitário”– mas quando os demônios são
monstros, eles são monstros de uma forma humana.
Ao mesmo tempo, no entanto, demônios expressam
suas emoções de forma diferente. Demônios experimentam uma desconexão entre
corpo e mente. Eles sentem emoções tão profundas como qualquer humano. O que
eles não fazem, no entanto, é expressar essas emoções inconscientemente. Um
demônio pode atacar com raiva, mas ninguém vai ver essa raiva vindo. Seu
autocontrole interpessoal é perfeito.
Esta condição faz com que seja difícil ler os
demônios, o que pode ser uma parcela de trunfo em seu mundo de paranoia. Isso também torna mais fácil para o demônio manter
sua identidade. Não importa o quão repugnado ele se sente com coisas que
precisa fazer para manter sua identidade saudável –atos de crueldade e
degradação, lidar com seres humanos que o demônio despreza– ele nunca precisa
se expor.
Ao mesmo tempo, a desconexão entre o corpo e
mente demoníaco pode ser destrutivo para seus relacionamentos. É difícil não
sentir que você está manipulando as pessoas de quem você gosta quando você tem
que escolher o que eles sabem como você se sente, em vez de simplesmente
deixá-los perceber seus sentimentos através da empatia natural humana. Demônios
compassivos que demonstram emoções dolorosas tem que lidar com o fato de que,
em algum nível, eles estão intencionalmente prejudicando os seres humanos que
os amam, que eles poderiam esconder suas emoções perfeitamente, se eles
quisessem. Todos menos o mais egoísta dos demônios gostariam de ter pelo menos
uma pessoa –companheiros humanos ou demônios– com quem pudessem ser genuínos
mas esse tipo de relacionamento pode ser difícil para um demônio construir e
manter.
Coração Decaído
Embora muitos demônios tenham forte ligações a
um ou dois seres humanos –muitas vezes humanos envolvidos em circunstâncias de
sua queda–, humanos também são uma ameaça. Os seres humanos demasiadamente
curiosos podem acabar desvendando a identidade de um demônio. Muitos demônios
tem sentimentos complicados sobre humanos, mas a verdade é que não podem
ignorá-los.
Uma vez que o demônio permita de bom grado que
o humano descubra seu segredo, o humano não tem como prejudicar sua Identidade
ao aprender mais. Esse ato simples –que esclarece o ser humano, não importa o
quão amado– pode prejudicar a identidade perigosamente. Pior ainda, se este
humano revela a verdade a outros humanos que começam a o investigar. Se a
notícia se espalha longe o suficiente para que caia aos ouvidos de um anjo do
Demiurgo, as consequências podem ser mortais para todos os envolvidos. Como
resultado, os demônios são muito cuidadosos sobre a quem revelar seu verdadeiro
eu.
Os seres humanos também representam perigo através
de sua fragilidade inerente. Alguns demônios se apaixonam por seus associados humanos
–às vezes até caem por este sentimento– mas os seres humanos são eminentemente
mortais. Eles podem ser feridos e mortos de várias maneiras. Associar-se a um
demônio também é uma boa maneira de acabar sendo jogado no subterrâneos
sobrenaturais perigosos do mundo das trevas. Amigos humanos de demônios podem
se tornar uma ameaça não por culpa própria, assim como facilmente podem se
tornar alvos de demônios inimigos.
Mesmo companheiros demoníacos podem não ser
confiáveis. Graças a caprichos da identidade, um demônio nunca pode ter certeza
exatamente do que ele é. A mulher esbelta Polinésia com quem falou na quinta
feira poderia ser um cara alto e barbudo na terça feira seguinte. Ele diz que é
o mesmo demônio, mas você tem certeza que é? Talvez ele seja o rival do demônio
ou mesmo um anjo de Demiurgo. Você apostaria sua vida nisso? Demônios tentam e
podem se proteger com sistemas de senhas elaboradas, sinais e contrassenhas,
mas quão eficazes elas são realmente em um mundo onde incorporações e abusos
podem coletar informações das mentes dos incautos?
Isso não é mesmo considerado planos e contra-planos
que são endêmicos à sociedade demoníaca. Agências demoníacas não são
hierarquias com guardiões para garantir que cada membro realmente execute a
missão da ordem. Agências são associações livres e abertas de demônios. É quase
impossível ter a certeza de que um determinado demônio é um verdadeiro crente
ao invés de infiltrador ou simplesmente mais um desacorrentado interessado em
cumprir seus próprios objetivos ao custo do grupo.
Pequenos Monstros
Os demônios podem engravidar e ser engravidados
por seres humanos, ou melhor, seus receptáculos podem. As crianças resultantes
são estranhos híbridos de demônios e humanos; como seu pai humano, eles estão
presos em um único corpo e uma identidade por toda sua vida. No entanto, como
seu pai demônio, eles podem aprender a manipular a realidade através de
incorporações demoníacas. Uma vez que eles não possuam facilidade para evocar Fé,
o poder bruto de Abusos está além de seu alcance. Esses estigmatas naturais
possuem a mesma capacidade elevada de Despertar para a realidade além que
outros humanos estimatizados tem.
O que Demônios Fazem o Dia Todo?
Ela acorda toda manhã
as 8:37 hrs. Ela não precisa de um despertador, o tempo sempre foi seu amigo.
Ela garante que a enxergarão correndo pois é o tipo de coisa que seu
receptáculo fazia. Ela flerta com Cole Fisher, que seus cães a passear no mesmo
horário que ela, e compra uma garrafa de água do vendedor de rosquinhas na entrada
do parque. Uma vez por semana, ela faz uma pausa para amarrar seu sapato na
parada de ônibus, pois é ali que ela recolhe caixas que a mantém em contato com
seus informantes.
De volta ao
apartamento as 9:12 hrs, toma um banho, e em seguida vai para o escritório checar
a internet. Ela le seus e-mails e sites de notícias analisando sites de
notícias e blogs de eventos paranormais. Ela não pode articular o que está
procurando, exatamente, mas ela sabe ao ler. É o tipo de coisa que dá um sabor
familiar de faíscas de ozônio na parte de trás de sua língua.
Ela vai para o café na
esquina entre as 10:30 AM e meio-dia – novamente, pois é o tipo de coisa que um
consultor de home office faz para esticar as pernas e obter um pouco de
interação humana antes de voltar a trabalhar. O que lhe permite checar outra
das suas caixas recolhidas. Se uma pessoa no café for cumprimentá-la com uma de
certas frases predeterminadas, ela saberia que algo de ruim aconteceu e
reagiria em conformidade. Isso não aconteceu até agora.
Ela faz algumas
ligações enquanto caminha de volta a seu apartamento – ainda mantendo as
aparências, fazendo o tipo de coisa que uma pessoa em sua posição deveria fazer
– mas quando ela retorna, o verdadeiro trabalho começa.
Hoje é um bom dia. Um
de seus sócios, determinou que o novo desígnio do inimigo –suspeito, mas nunca
confirmado– está escondido entre as máquinas da estação de retransmissão de energia
local. Alguém precisa ganhar acesso ao edifício da divisão e esta tarefa é
designada a ela.
Ela está tão focada
que a campainha a pega de surpresa. Ela aperta o botão e ouve a voz de Aisling.
“Grey, eu estava em
seu bloco, você viu como está bonito lá fora? Eu tenho uma pizza. Você quer vir
ao parque e me ajudar a comer?”
Aisling, estúpido e
ignorante, frágil, tolo, humano. O demônio que possui Grey sorri quando ela
pressiona o botão e começa a falar. Ela tem sido muito produtiva até agora. Ela
pode se dar ao luxo de gastar um pouco de tempo com coisas tolas.
“Eu vou descer.”
Apesar de sua identidade os isolar de algumas
necessidades tediosas de uma vida humana normal, demônios ainda são em grande
parte humanos. Sua perspectiva humana significa que eles ainda têm de lidar com
muitos problemas humanos. Pode parecer estranho, mas agora que estes seres caíram,
as vezes lidam inteiramente com preocupações terrenas. Demônios se preocupam
sobre como sua vida está indo. Eles tem queixas, eles tem dias ruins no
trabalho. Eles ficam ansiosos com o destino dos seres humano a quem eles
desenvolveram conexão. Inicialmente, muitos demônios enfrentam estas
dificuldades cotidianas com um sentimento de orgulho. Afinal, sua humanidade é
um privilégio suado; cada frustração humana é algo a ser valorizado.
Eventualmente, no entanto, a maioria dos demônios se sentem da mesma forma
sobre estas situações assim como a maioria dos seres humanos.
Ao mesmo tempo, os demônios são criaturas
sobrenaturais. Eles se movem no mundo oculto. Embora a maior parte dos
habitantes do mundo das trevas se apegam a suas próprias preocupações, os
demônios podem ser facilmente apanhados em seus esquemas. Magos são eternos curiosos sobre
o mundo a seu redor, e pode querer usar anjos -e demônios- para seus próprios
planos. Humanos são ignorantes e frágeis, e o mundo das trevas está cheio de
monstros, predadores e fanáticos. Qualquer demônio que cria fortes conexões com
humanos poderiam facilmente se encontrar em conflito com criaturas
sobrenaturais que querem prejudicar os seres humanos.
Partindo do princípio de que ela não tem
preocupações mais sérias ou envolvimento com o sobrenatural, um típico demônio gasta
várias horas de seu dia para manter seu disfarce. A maioria dos demônios também
estão a espreita de mais seres humanos para criarem pactos. Mesmo um demônio
compassivo e humano prefere resolver problemas negociando enxerga formar uma
ampla rede de pactos como uma questão de segurança. Afinal, nada diz “flexibilidade”
e “segurança” como manter uma variedade de pessoas em dívida.
A maioria dos demônios passam uma parte de cada
dia coletando informações sobre o Demiurgo. Demônios que não são membros de
qualquer agência não tem interesse em lutar ou subverter o Demiurgo mas ainda
tentam manter um olho na infraestrutura local e no movimento dos anjos na área,
mesmo que seja apenas para certificarem-se de que não estão sendo caçados. Para
demônios que estão envolvidos de forma diferente no combate ao Demiurgo,
monitorando ou sabotando suas obras, isso pode se tornar um fervor absoluto.
Alguns desses demônios trabalham todos os dias na intenção de derrotar o Demiurgo.
Ao longo destas linhas, demônios gastam tempo
tentando desvendar a Cifra. A cifra, no entanto, o estranho Koan gnóstico que
leva um demônio em sua própria descida pessoal, requer que um demônio permaneça
envolvido com o Demiurgo e seus agentes. Só através de um maior conhecimento da
mística que fundamenta o mundo –expressado através de uma incorporação
demoníaca– a cifra pode ser descriptografada.
Finalmente, a maioria dos demônios passam algum
tempo procurando Fé, a energia da força de vontade e firmeza humana. Demônios
podem viver indefinidamente sem Fé, mas um demônio sem Fé está vulnerável a
ataques. Pactos e cultos são a forma que demônios encontram para conseguir fé,
mas assim como o prega o gnosticismo a maior parte da humanidade não acredita
em nada e prefere viver importando-se apenas com suas vidas físicas
Em raros momentos, quando um demônio não está aprimorando
sua identidade, lutando sua guerra secreta contra o Demiurgo, buscando poder
secreto na forma de incorporações e abusos, lidando com conexões com outros
demônios e seres sobrenaturais, ou preventivamente protegendo-se
de ataques, a maioria dos demônios apenas desfruta de sua vida. Eles buscam
relacionamentos, hobbies e aprimoram suas habilidades mundanas que lhes interessarem,
assim como qualquer ser humano. Os demônios sacrificaram muito para viver no
mundo mortal, e eles se recusam a viver exclusivamente nas sombras.
Infelizmente, para a maioria dos demônios, esses momentos são poucos.
Descida
Uma mulher entra no
salão de uma prestigiada empresa de consultoria.
Ela sorri beatificamente e levanta as mãos. O edifício desaparece em um pilar
de luz vermelha. As agencias de noticias denunciam como um ataque terrorista,
mas se recusam a dar um número de vítimas, pois enquanto seria improvável
alguém sobreviver, não houve vítimas.
Um homem com forte
sotaque russo almoça no mesmo café todos os dias. Ele pede sempre a mesma
refeição. Ele finge ler um jornal russo, mas seus olhos estão fixados no prédio
do outro lado da rua. Depois de cinco anos, um assassino em série retorna a
cidade. Dez pessoas são mortas rapidamente, ao longo de nove dias. O russo
nunca é visto ou ouvido de novo.
Um homem jovem e uma
criança passeiam pelos EUA, ocasionalmente indo ao México e ao Canadá, na
surrada caminhonete do homem. Eles nunca ficam em um lugar por muito tempo. A
criança está claramente traumatizada –ela raramente fala, e tem pavor dos
adultos– mas, embora eles não sejam nada parecidos, ele chama o homem de “pai”
e confia nele absolutamente. Às vezes, surgem acusações superficiais de que o
homem é um sequestrador e a criança uma vítima; até agora o homem sempre
conseguiu escapar levando a criança com ele. Embora eles tenham atravessado as
fronteiras estaduais muitas vezes, o FBI nunca esteve envolvido na busca e
nunca estará.
Todos estes são movimentos da descida, a guerra
fria secreta que demônios enfrentam com anjos leias do Demiurgo.
Independentemente da vida que um demônio pretendia viver – zeloso partidário
lutando contra o Demiurgo a cada respiração, ou intruso quase humano no mundo
humano – nenhum demônio pode escapar totalmente da existência desse conflito.
Demônios vivem um perpétuo estado de caos na
terra. A cada ação desequilibram os planos de Deus, de sabotagens ativas a interações
mundanas. Como resultado, o Demiurgo está sempre em busca de seus escravos
rebeldes. Demônios contam com sua identidade para permanecerem escondidos, mas
ela pode falhar. Eles confiam em suas agências, mas mesmo seus amigos mais
próximos e confidentes podem traí-los. Eles fazem barganhas com os seres
humanos, mas seres humanos facilmente são mortos ou subvertidos.
A maioria dos demônios pode ter pequenos
momentos de prazer neste estado de guerra constante, mas não é nenhuma surpresa
que eles ainda querem mais da vida. Eles anseiam por paz e segurança. Eles
querem ter o direito a viver neste mundo sem medo e paranoia. Eles querem uma
oportunidade para deixar sua marca no mundo sem ter que se preocupar que tudo o
que fazem seja desfeitos pelo Demiurgo logo que for conveniente.
A Descida é uma luta para realizar estes
desejos.
Alguns demônios se entregam inteiramente a
descida. Todas as escolhas, de suas identidades as pechincha que fazem com
seres humanos que habitam o mundo das trevas, se empenhando rumo a esse fim.
Outros simplesmente aproveitam a união com outros demônios sem verdadeiramente
dedicarem-se a causa. Alguns demônios desistem da causa, acreditando que seria impossível,
e se conformando com a vida dolorosa de luta constante. Ao longo de sua vida,
um demônio pode se dedicar a todas essas posições, à deriva entre a dedicação e
o egoísmo, a esperança e o desespero.
Ao mesmo tempo que alguns Libertos mantém seu
objetivo mais elevado –uma visão da descida que vai revolucionar o pensamento
das massas e redefinir o que significa ser um demônio– a maior parte dos
demônios tem pelo menos um ou dois objetivos principais que gostariam de alcançar.
Essas metas podem ser tão humildes como um maior grau de segurança pessoal, ou
sobreviver tempo o suficiente para ver uma questão humana chegar à sua
conclusão. Outros demônios gostariam de arranjar suas vidas para que eles
possam ter uma identidade amada sem medo de perdê-la, ou reduzir a influência
do Demiurgo na cidade em que eles se instalaram. Poucos Libertos admitem não
ter fé em algum conclusão de transformação duradoura para a descida, mas todos
eles tem objetivos intermediários razoáveis que gostariam de alcançar.
O Que É o Nirvana
Juntamente com o conceito de descida vem a ideia de Nirvana. Se a descida é a jornada, o destino é o Nirvana. Para alguns,
o Nirvana é pessoal – uma mudança de perspectiva ou circunstância que vai lhes
trazer paz. Outros acreditam que eles vão fazer um Nirvana na terra quando eles
finalmente destruírem Demiurgo.
Para alguns demônios, o Nirvana está em outro lugar,
um refúgio. Alguns demônios creem que a descida será alcançada tranquilamente e
nenhum dos outros habitantes da terra saberá que alguma coisa mudou. Alguns
acreditam que quando a hora chegar, eles irão travar uma guerra sangrenta
contra o Demiurgo, uma conflagração que a população humana não será capaz de
fugir ou ignorar. O dia do Julgamento.
Todas as facções e agências tem algo a dizer
sobre a descida e o “melhor” curso da guerra com o Demiurgo, mas a maioria dos
demônios não prestam muita atenção. Demônios se unem a agências por muitas
razões. Às vezes porque sua ideia de vencer a guerra corresponde com a da agência,
mas às vezes é porque compartilham uma metodologia comum, ou têm amigos na agência,
ou apenas parecia uma boa ideia unir-se a outros iguais por uma razão
convincente. Demônios podem se organizar em agências, mas cada demônio combate o
Demiurgo por suas próprias razões.
Metas Alcançáveis
É importante lembrar que os demônios tem acesso
a poderes que manipulam a realidade em sua maioria no nível básico. Quando os
demônios falam sobre transformar a terra em no Inferno onde conhecerão seu
Nirvana, proibindo a entrada do Demiurgo e seus anjos, ou a descoberta de uma
nova camada da realidade onde eles podem ser livres, a criação de um novo mundo
para si em vez de um mundo de sombras, eles não estão exagerando. Estes são os
objetivos completamente razoáveis.
Afinal, o Liberto já pode andar entre mundos,
manipular a casualidade, roubar almas, e restaurar a vida dos mortos. Por sua
própria natureza, podem se esconder em plena vista dos seres humanos,
convencendo ambos e o próprio Demiurgo que eles não são nada fora do comum.
Demônios ainda não alcançaram o Nirvana não por não ter poder; o problema é que
seu inimigo –o Demiurgo- é ainda mais poderoso.
A Ausência De Deus
A guerra fria com o Demiurgo pesa sobre a mente
de cada demônio. Cada demônio vive em constante medo de que a próxima batida na
sua porta será um anjo caçador ou um dos servos humanos do Demiurgo. Muitos
deles mantém amizades humanas a certa distância, por medo de serem subornados
ou manipulados. Eles tentam evitar ficar ligados a suas identidades, pois nunca
se sabe quando eles serão forçados a abandoná-los e seguir adiante.
Para alguns, essa visão é ambiciosa. Eles não vão
descansar até que Demiurgo seja erradicado e destruído, ou todos os anjos leais
convertidos ou eliminados. Esses demônios frequentemente estão entre os mais
perigosos Libertos. Nem todos eles são violentos, no entanto. Alguns se
concentram em matar anjos e destruir infraestrutura, é verdade, mas outros
reúnem informações sobre a história, natureza, e potenciais fraquezas do
Demiurgo. Outros esperam manipular a humanidade para se tornar uma arma em sua
guerra. O que esses demônios reconhecem é que destruir Demiurgo terá terríveis
sacrifícios.
Outros demônios são mais razoáveis, mas ambos
concordam que o Nirvana irá envolver uma relação radicalmente diferente com o
Demiurgo. Alguns demônios querem fugir do mundo e encontrar um lugar totalmente
novo, enquanto outros esperam se mudar até que Demiurgo não os alcance mais.
Mesmo os mais modestos demônios querem ser salvos do Demiurgo, eles apenas creem que a segurança pode ser alcançada através da criação de uma teia de
redundantes Identidades densas o suficiente para que Ele nunca possa os
encontrar.
Para alguns demônios, Nirvana significa um
mundo onde podem buscar relações com humanos. Essa busca pode ser inteiramente
pessoal –preparando alguém especial para o ver e ouvir a verdade– enquanto
outros querem restaurar a sociedade humana para criar um lugar próprio para si.
A maioria cai entre algum lugar; caíram porque queriam estar mais próximos dos
seres humanos, mas agora eles acham que estão separados dos seres humanos por
um grande abismo e eles querem fazer algo sobre isso.
Alguns demônios levam esta ideia ainda mais
longe. Tendo caído pela humanidade, eles querem elevar a humanidade a se
parecer mais com eles. Estes são os demônios que querem ensinar os seres
humanos sobre os anjos, o Demiurgo, bem como a natureza real do mundo. Sonham
em ensinar os seres humanos a manipular a realidade através de incorporações e abusos
–ou algo parecido com eles– ou torná-los imortais.
Em suma, despertá-los para a Verdade. Alguns egoístas pensam que se toda a
humanidade for Liberta, o Demiurgo os abandonará, enquanto outros realmente
querem melhorar a condição humana.
Outros demônios estão interessados em relacionamentos
e conexões sociais; mas não com os seres humanos. O Nirvana é o estabelecimento
mais formal e com mais relacionamentos de confiança entre demônios. Esses são
os demônios que trabalham para fortalecer as agências ou até mesmo sonham em
criar algum tipo de sociedade demoníaca global. Eles olham para os demônios e veem
caos; eles querem trazer ordem.
Os demônios que estabelecem uma visão do Nirvana
tendem a lidar bem com situações sociais. Os que querem tornar a humanidade
mais propensa a aceitar os demônios criam cultos e manipulam movimentos
sociais, sempre procurando maneiras de influenciar os humanos a serem mais
receptivos a demônios e menos receptivos ao Demiurgo e suas manipulações. Os
demônios que se concentram em outros demônios, migram de agência a agência
tentando ajudar os mesmos a superar sua paranoia e trabalhar em equipe. Até agora
nenhum deles propuseram qualquer coisa como um governo das sombras para os Libertos,
mas nada o impedem de considerar isso.
Corrompendo o Céu
Alguns demônios não se preocupam com a segurança.
Eles não querem manipular ou escapar de Demiurgo e viver em paz. Eles
simplesmente estão irritados. Eles querem destruir Demiurgo em pedaços, só por
fazê-lo. Talvez a guerra contra o Demiurgo já tenha os tomado tudo o que
amavam. Odiar o Demiurgo é mais fácil do que odiar a si mesmos por terem sido
anjos leais. Talvez eles foram apenas anjos ferozes e detestáveis, e agora eles
são demônios ferozes e detestáveis.
O que quer que sejam as razões, esses demônios
são extremamente perigosos. Para muitos deles voltar-se para o Caos além da
realidade é a resposta óbvia. Aqueles que verdadeiramente abraçam o caos correm
um risco considerável. Não apenas tendem a alertar os servos do Demiurgo de seus
atos, como também acumulam a corrupção do caos em suas próprias essências;
corrupção a qual mantém-se com ele mesmo quando muda de Identidades, tornando
ainda mais difícil esconder-se e levando a um ciclo vicioso.
Com nada mais a viver, eles estão muito
interessados em encontrar uma maneira de morrer que prejudique o Demiurgo. Eles
não se importam que as forças do caos com que brincam são destrutivas para
todos à sua volta. A maioria deles estão dispostos a sacrificar outros demônios
se não houver outra escolha. Ao mesmo tempo, estes demônios podem ser úteis
como peões. Às vezes, alguém precisa ir em uma missão suicida, ou aproveitar um
momento de glória para atrair a atenção de todos os anjos caçadores da cidade. Às
vezes, é melhor encontrar um destes demônios partidos e os deixar tomar a
porrada.
Alcançando O Nirvana
Com o que tudo isso se parece em uma base diária?
O que será que os demônios realmente fazem para tornar seu sonho do Nirvana em
realidade?
Coleta de Inteligência
A busca por informações mais precisas é o que
une demônios. Conciliadores precisam dessa informação para manter a si e seus
entes queridos seguros e longe do perigo. Inquisidores querem saber mais sobre Demiurgo
e seus planos, mas até certo ponto, o mesmo acontece com todos os outros. Sabotadores
dependem de uma boa Inteligência para planejar suas operações. Tentadores
querem saber o que Demiurgo está planejando para que eles possam estar um passo
à frente. Integradores estão sempre interessados em aprender sobre Demiurgo
para que eles possam criar uma tática proveitosa. O Demiurgo em si é inefável e
incompreensível.
Felizmente, o Demiurgo precisa trabalhar
através de operativos em uma escala humana. Anjos precisam de Templos e as
vezes de lacaios humanos. Enquanto nem o mais bem informado inquisidor finge
que eles têm alguma ideia do que o Demiurgo realmente quer, todos mantém olhos
sob os Templos locais.
Espionar o Demiurgo é muito parecido com
espionar qualquer outra organização. Pode envolver muito arrastar-se no chão e ver
sem ser visto. Demônios invadem escritórios para implantar dispositivos de
escuta ou fotografia, sequestram e interrogam anjos além de humanos conscientes,
e seguem as pessoas a seu redor para descobrir onde vão e com quem falam.
Como os agentes secretos que trabalham para o
governo de todo o mundo, no entanto, os demônios não gostam de confiar em suas
próprias habilidades quando podem evitar. Se esgueirar é bom para muitas
coisas, mas também o expõe a muito perigo. Quando possível, demônios gostam de
trabalhar através de outras pessoas. Demônios organizam a situação, de forma
que os seus “recursos” não sabem que eles estão vendendo
informações – ou não sabem que eles venderam alguma coisa. Nada deixa um
demônio espião mais satisfeito do que convencer um agente do Demiurgo a lhe dar
informações, além de aos seus superiores reais.
Nos casos mais extremos, a coleta de informação
pode envolver missões altamente perigosas de infiltração. Demônios podem passar
por humanos quase sem esforço. Mesmo anjos tem dificuldade para perceber um
demônio através de sua Identidade. Existem mil maneiras, no entanto, de uma infiltração
falhar. Demônios tentam fazer infiltrações breves: Entrar, encontrar a
informação necessária, e depois sair.
Enganação
Sobreviver como um demônio no mundo das trevas
envolve uma grande quantidade de sigilo. Entre o poder do disfarce demoníaco e
a capacidade natural de um demônios de esconder suas emoções, demônios são bem
equipados para esconder seu verdadeiro ego daqueles a seu redor. A guerra
contra o Demiurgo, no entanto, leva a intriga a um nível totalmente novo. Os
anjos do Demiurgo vasculham a terra constantemente, zelosamente investigam
qualquer coisa que possa ser um demônio ou reflexos de manobras demoníacas.
Demônios aprenderam que podem voltar os
interesses do Demiurgo contra Ele. Afinal, a única coisa melhor do que um
inimigo ignorante sobre suas capacidades e objetivo é um inimigo que tem sido
ativamente informado a agir e reagir de uma forma que é conveniente para você.
Espalhar a desinformação é uma importante parte de quase todas as estratégias
demoníacas.
A maneira mais fácil de fazer isso é criar um
falso regime cheio de humanos tolos, falsificando documentos, falsificando ou premeditando
fotografias, em seguida, enviar aos agentes do Demiurgo para descobri-lo.
Alguns vão além, criando camada após camada de falsos planos. Para alguns
demônios, não há “realidade” no plano inferior. Seus objetivos reais são
segmentados em todas as camadas por falsos planos, tornando-se quase impossível
para o demônio discernir o que aquilo era originalmente. Alguns gostam de dizer
que conspirações ocultas atuais do mundo são na verdade, apenas falsas fachadas
para planos demoníacos complexos, embora a própria alegação poderia ser apenas
mais uma tentativa de desorientação.
Alguns demônios fazem de enganar o Demiurgo sua
finalidade total. Eles furiosamente se apressam, fazem planos, escrevem
cartas, e fazem reuniões com fontes humanas e compatriotas
demoníacos. Tudo isso nada mais é do que uma cortina de fumaça para manter o Demiurgo
longe dos esforços realizados por seus companheiros.
Psyops
Psyops –abreviação de “operações psicológicas”–
é um tipo de guerra psicológica que se concentra na produção de uma conveniente
respostas do inimigo. Psyops entre os seres humanos muitas vezes se concentram
em campanhas para convencer as pessoas de um governo rival de certos fatos –verdadeiros
ou não. Quando os Estados Unidos jogaram panfletos no Vietnã denunciando o comunismo,
isso foi uma forma de operação psicológica. Quando os demônios executam
operações psicológicas, eles tem um dentre 3 alvos em mente: Humanos, anjos, ou
seus companheiros demoníacos.
Os seres humanos são os mais comuns alvos de
psyops demoníacos. Muitos anjos dependem de agentes humanos para atingir seus
objetivos. Os anjos são feitos para um único propósito, enquanto os seres
humanos são maravilhosamente versáteis. Enquanto um anjo caçador pode achar
difícil penetrar na teia que um demônio astuto criou, um ser humano se encontra
muito mais apto a alterar entre rastrear um fugitivo e infiltrar seu culto, corporação,
ou qualquer instituição que o demônio está usando. Os demônios sabem que
quando se priva um anjo de seus ajudantes humanos, o priva de recursos importantes.
Uma tática comum é manipular o anjo em revelar
sua identidade não natural. Alguns seres humanos enlouquecem, outros fogem. Se
os parâmetros da missão do anjo exigem, o anjo pode ser forçado a matar um
humano. Raramente, o ser humano reage com curiosidade, em vez de medo ou ódio;
mesmo assim, os demônios muitas vezes são capazes de situar-se como com a maior
probabilidade de responder as perguntas desses ex-lacaios, transformando o inimigo
em um recruta através de perguntas. Demônios menos ambiciosos simplesmente vão
tentar convencer associados dos anjos, que os anjos são criminosos, um agente
de uma causa abominável, ou uma ameaça futura.
Outras vezes, o conflito psicológico é mais sutil.
Se demônios precisarem destruir uma empresa controlada por anjos, eles podem
produzir provas de que a empresa envolvida está violando direitos humanos no
exterior. Eles poderiam espalhar boatos que a empresa maltrata seus trabalhadores.
Logo a empresa encontra-se no centro da atenção da mídia, assolada por
processos com seus melhores executivos pulando do barco, incapazes de recrutar
novos trabalhadores. A moral e a produtividade do escritório afunda. Tudo o
que os anjos haviam planejado torna-se muito mais difícil, se não impossível, e
tudo isso porque um grupo de demônios foram capazes de convencer um número suficiente
de pessoas a acreditar em algo que não é verdade.
Os anjos podem ser alvos de psyops demoníacas
por diversas razões. As vezes os demônios apenas querem chegar a seus eles,
romper o destacamento angelical e fazê-los se contorcer. Talvez eles tenham
esperança que os anjos cometam erros; talvez eles simplesmente odeiem anjos
leais e querem que eles sofram. Em outras ocasiões, psyops pode ser uma espécie
de desinformação, convencendo o anjo que certas coisas são verdade, afim de
tornar suas ações mais previsíveis.
Às vezes demônios trabalham para destruir anjos
leais, os atormentado ou os manipulando para desconectarem-se do Demiurgo. O
ódio pode ser um poderoso motivador; ainda mais para um anjo caído pois sua
objetividade angelical não é páreo para a intensidade com que odeia sua presa
demoníaca. Alguns demônios gostam de insultar seus caçadores, apenas esperando
a chance de enganá-los e os fazer cair. Outros demônios estudam os anjos o
quanto podem, aprendendo seus pontos fortes, fraquezas, e dúvidas até que eles
possam organizar uma série de experiências que abalem a fé dos anjos no Demiurgo,
e esperançosamente, os induzindo a cair. Alguns demônios afirmam ser especialistas
na arte de fazer anjos caírem, e ativamente procuram anjos atormentados que cruzam
seu caminho e se tornaram vítimas.
Guerra e Sabotagem
Às vezes, todas as intrigas e artífices do mundo
não conseguem obter aos demônios o que eles querem. Nesse momento, é hora de
retirar todas as travas. Quando os demônios já não podem manipular a situação,
eles vão para a guerra. Claro, eles ainda são demônios, e esta ainda é uma guerra
nas trevas. Mesmo quando demônios vão para a guerra, eles não o fazem em
conflito aberto. Em vez disso, eles agem nas sombras.
Demônios assassinam, preparam explosivos, e
promovem rupturas. A maioria dos demônios acredita que se vira uma luta justa eles
já perderam o controle da situação, mesmo que eles puderem ganhar a batalha. No
entanto, a guerra e a sabotagem são as formas menos sutis de conflito que Demiurgo
pode tomar.
Sabotagem contra o Demiurgo pode ser simples e
direta –encenar um ataque a uma infraestrutura e derrubá-la ao chão– a complexa.
Por exemplo, arranjando um grupo de um bairro para protestar contra a
construção de uma nova instalação pode atrasar o projeto ou mesmo impedi-lo
completamente. Muitos grupos de demônios se envolvem em campanhas de sabotagem
de longo prazo –tanto sutil e aberta– para reduzir a influência do Demiurgo
sobre seus lares.
Os sabotadores são os garotos maravilha neste
lado da descida, jogando bombas incendiárias alegremente, organizando
protestos, e até mesmo atacando anjos. Cada ordem faz isso, no entanto.
Inquisidores as vezes usam sabotagem como uma distração, ou como um campo de
provas para uma de suas teorias sobre Demiurgo; Tentadores entendem que
prosperam onde Demiurgo é fraco; Conciliadores precisam manter seu quintal
limpo. Mesmo alguns Integradores acreditam que precisam atrair a atenção do
Demiurgo a fim de fazer um caso para a sua reintegração. Nada atrai a atenção
do Demiurgo como o assassinato de um anjo ou um destroço que costumava ser
infraestrutura.
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on domingo, setembro 11, 2016
at 21:18
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AGE: A Queda
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