Lore - Povo Lagarto  

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O Povo Lagarto





Apenas um tolo olha para o Povo Lagarto e vê nada mais que humanoides escamosos. Por baixo de suas escamas, o Povo Lagarto tem mais em comum com lagartos e dinossauros do que com humanos, anões ou elfos. Eles possuem uma mentalidade alienígena, guiada por um grupo de princípios básicos que são completamente distintos aos dos “sanguequentes”. Seus pântanos e florestas podem ser fisicamente distantes das terras dos sanguequentes, mas a distância com seu modo de pensar é ainda muito maior.


Biologia


 
Os machos do Povo Lagarto têm entre 1,60m e 1,80m e pesam cerca de 200 kg. As fêmeas têm entre 1,50m e 1,70m, e pesam cerca de 150 kg.

Grande parte desse peso está na pele, que, como os jacarés, contém osteodermes para proteger seus órgãos vitais. Lagartos são criaturas ectodérmicas; eles contam com calor externo para manter seus corpos funcionando. São raramente encontrados em climas mais frios e podem achar muito difícil viajar nesses climas.

Apesar do tamanho, os Lagartos são excelentes nadadores. Eles costumam fazer seus lares tribais em pântanos quentes ou ao longo de bacias hidrográficas. Eles são exclusivamente carnívoros; eles pescam com lanças e caçam presas por emboscada. Ocasionalmente, toda a tribo pode trabalhar em conjunto para derrubar presas muito grandes, como um búfalo de água. Os Povo Lagarto gostam muito de dinossauros e geralmente mantêm um ou mais domesticado em seu território, como montarias, guardiões ou feras de caça, além de servirem como um símbolo da força da tribo.

Os Lagartos em geral tem couro em tons de verde, cinza e azul. Certas etnias possuem couro em outros tons, e algumas linhagens exóticas possuem cristas diferentes, penas ou chifres decorativos. Os machos, especialmente quando atingem a idade adulta, têm cristas brilhantes em laranja, vermelho ou amarelo, enquanto as fêmeas tendem a ter cristas amarelas, verdes ou azuis. Além dessas diferenças de cores e de tamanho, machos e fêmeas são indistinguíveis um do outro.

Embora um Lagarto reivindique seu nome de adulto por volta dos 12 anos de idade, geralmente não assume seu primeiro parceiro de acasalamento antes dos 20 anos. Por causa dos princípios do ma'ko, o Lagarto raramente vive tempo suficiente para morrer de velhice. A maioria dos Povo Lagarto é ritualisticamente morta antes dos 50 anos.

Fêmeas do Povo Lagarto são capazes de pôr de 3 a 14 ovos a cada primavera. No entanto, elas raramente cruzam novamente antes dos sobreviventes da ninhada anterior sobreviverem ao primeiro ano. Ninhadas menores são vistas como um sinal de ma'ko mais concentrado, e raras ninhadas únicas são vistas como um sinal de um indivíduo destinado a grandes coisas, para bem ou para mal.

Os ovos são depositados em um grande ninho úmido. Na maioria das tribos esses ninhos são dispostos de forma comunal, e as ninhadas são mantidas separadas mas próximas umas das outras. É dever sagrado das fêmeas proteger os ovos e garantir sua sobrevivência, e guardiãs conhecidas como Mães da Ninhada cuidam dos ovos em geral, livrando-se de ovos e filhotes fracos, e evitando que doença se espalhe entre as ninhadas. Os ovos eclodem após uma incubação de 2 meses. As fêmeas são muito defensivas e protetores de seus filhotes, e muitas vezes agem de maneira cruel se percebem uma ameaça aos filhotes.

Após a eclosão, um Lagarto já é um pouco autossuficiente. Eles são capazes de andar, nadar e se alimentar, no entanto, na prática eles dependem principalmente dos pais para lhes trazer carne morta. Os jovens do Povo Lagarto têm uma taxa de mortalidade muito alta e raramente são nomeados antes do primeiro aniversário. Não é incomum que uma ninhada inteira tenha apenas um ou dois sobreviventes que recebem nomes de filhote. O Povo Lagarto presta muita atenção em mutações e características únicas: Aqueles cujas diferenças os tornam fracos ou doentes geralmente perecem perante seus irmãos, mas os diferentes que sobrevivem costumam ser separados para funções especiais na tribo.


Psicologia

 
A natureza diferente do Povo Lagarto revela-se não apenas em sua aparência, mas também na forma que pensam e agem. O Povo Lagarto passa por uma vida emocional mais limitada do que outros humanoides. Como a maioria dos répteis, suas “emoções” giram em torno de medo, agressão e prazer.

Lagartos tem a maioria dos sentimentos como descrições distantes de criaturas e situações. Por exemplo, humanos confrontados com um predador podem sentir medo em um nível basal: Eles tremem, sua mente entre em pânico, e eles reagem por instinto; a emoção de medo toma conta e influencia ou controla suas ações. Em contraste um Lagarto vê emoções como características que adiciona a outras criaturas, objetos e situações. Um Lagarto não pensa “estou com medo”, ao invés disso criaturas agressivas e mais fortes registram como perigosas e que devem ser evitadas se possível. Um Lagarto não tem medo de um predador; ao invés disso ele reconhece o predador como uma criatura perigosa, e reage de acordo. Enquanto um humano poderia fugir de terror, o Lagarto fugiria por ser o seguro a se fazer.

Lagartos nunca ficam enraivecidos da forma de outras espécies, mas eles agem com agressão para com criaturas que podem derrotar em combate e que não conseguem lidar de outra forma. Eles são agressivos para com presas que desejam devorar, criaturas que são um empecilho ou perigo, etc.

Coisas e pessoas prazerosas são aquelas que tornam a vida do Lagarto mais fácil ou próspera. Coisas prazerosas devem ser preservadas, as vezes ao risco da própria vida do Lagarto, a fim de garantir a prosperidade futura. De todas as coisas, as mais prazerosas são aquelas que permitem ao Povo Lagarto reconhecer mais situações como benignas do que perigosas. Uma fogueira é prazerosa pois trás calor mesmo no frio; um dique é prazeroso pois permite mais eficiente colheita de peixes.

Como não possuem reações emotivas internas, o Povo Lagarto age de forma distante. Eles não ficam felizes ou tristes, e simplesmente observam e reagem conforme a situação exige. Não existem elos emotivos com o passado; o que passou ou é uma experiência útil de crescimento, ou é descartado. “Águas passadas” é um termo que faz muito sentido para eles. A ligação emotiva de outros povos com eventos, e especialmente com pessoas passadas confunde grandemente o Povo Lagarto. Uma fera perigosa que abateu outros caçadores, ou alguém que matou seus companheiros de viagem, é morto para deixar de ser um perigo e pelo seu ma'ko, não para honrar os caídos, por exemplo.

Enquanto essa atitude pode ser descrita como falta de empatia, Lagartos que vivem entre sanguequentes podem aprender a respeitar as emoções de outros. O Lagarto não desenvolve esses sentimentos, mas sim ao invés disso passa a analisa-los de forma clínica e com um ponto de vista mais vantajoso: Uma ação que seria inócua para seu povo provoca agressão de outros povos, o que torna sua prosperidade mais difícil, e então deve ser evitada se possível.


Ma'ko


 
A sociedade dos Lagartos gira em torno de um conceito que a maioria chama de "Ma'ko". Ma'ko não pode ser facilmente resumido por alguém que não é do Povo Lagarto. Ma'ko é semelhante ao conceito de ki da cultura chinesa, ou a mana polinésia, pois é a força vital de um indivíduo, mas também é uma medida de sua honra, sua alma e a soma de quem ele é como pessoa. É o seu valor.

Todas as criaturas vivas têm algum nível de ma'ko. O Povo Lagarto dedica a vida a aumentar seu ma'ko e, portanto, a sua posição social na tribo. Ma'ko é aumentado através de sucesso e abundância, vitória sobre seus inimigos, coragem diante da dor, ser útil à sua tribo e honrando os mortos. Ma'ko é diminuído por atos covardes, desperdício, indolência e desonra aos mortos. O ma'ko de um indivíduo está diretamente ligado à sua posição social, e é imperativo que uma tribo mantenha uma medição cuidadosa do ma'ko de seus membros.

Os Lagartos fracos, desonrosos e aleijados são frequentemente exilados sua tribo. A execução nas mãos de um familiar de posição mais elevada, ou o banimento por um xamã tribal, purifica uma tribo do ma'ko de um indivíduo fraco. Filhos corajosos, fortes e úteis são vistos como evidências do ma'ko forte de seus pais.

À medida que um lagarto envelhece, é prudente tomar cuidado com a execução nas mãos de um de seus filhos. Os lagartos mais velhos são tolerados apenas desde que mantenham a força de seu ma'ko e a utilidade para a tribo. Permitir que o ma'ko de um ancião respeitado diminua com a idade avançada é muito vergonhoso para os filhos desse indivíduo. Pensa-se que eles não têm força física ou de vontade suficiente para cometer o ato.

O combate a um inimigo honrado é uma das maneiras mais seguras de aumentar o ma'ko. Enquanto derrotar e devorar um inimigo honrado não é uma exigência social, a maioria dos Lagartos não perdem a chance de fazê-lo. Embora existam muitas regras contextuais e sociais em torno do que é e não é um inimigo "honroso", isso pode ser resumido a:

• Um inimigo que lançou um desafio ao seu ma'ko ou contra o ma'ko da sua tribo.
• Um inimigo que representa uma grave ameaça para filhotes, ou indivíduos fracos, mas úteis.
• Um inimigo mais forte que lhe atacou.
• Uma presa feroz que já matou um caçador.
• Um guerreiro de fora da tribo.
• Um irmão de ninhada cujo ma'ko é maior que o seu.
• Um ancião que começou a fraquejar.

Inimigos desonrosos são facilmente determinados. Abater esses alvos diminui o ma'ko, e como tal o torna mais fraco. As regras e costumes sociais do que é desonroso matar são muito diretas:

• Filhotes.
• Presa que você não precisa.
• Indivíduos fracos, mas úteis.
• Um inimigo mais forte, mas que não teve nenhuma capacidade de vencer.

Qualquer um que mate para defender filhotes, sejam seus ou os da tribo, está isento da convenções de combate justo. Considera-se muito tolo ameaçar filhotes, pois quem o faz marca-se como um alvo para extermínio.


Sociedade e Ideologia
 
Os lagartos vivem em tribos que consistem em até 40 machos adultos aparentados e em até 3x mais fêmeas. Dentro de uma tribo, há um Chefe; normalmente quem na tribo tem o ma'ko mais poderoso. Chefe não é especificamente um título masculino.

Uma tribo também hospedará um xamã. Os xamãs geralmente têm algum grau de poder mágico e vivem mais ou menos fora do sistema do ma'ko. Acredita-se que o xamã de uma tribo seja um canal para o ma'ko do mundo e, portanto, o ma'ko deles é precioso e desperdiçado em se tomado por indivíduos mais "normais". A carne de um xamã é muito sagrada, e não deve ser consumida pelos membros normais de uma tribo, e sim por outro xamã ou aprendiz designado. Os ossos de um xamã devem ser esculpidos em relíquias sagradas, como dados de previsão do futuro, ou focos arcanos para xamãs mais jovens. Os maxilares são especialmente sagrados para esculpir varinhas elaboradas. Como os xamãs são sagrados, eles podem viver em idades muito avançadas; os xamãs podem viver até os 60 anos ou mais.

Indivíduos com ma'ko muito poderoso são altamente desejáveis como parceiros de acasalamento. Machos e fêmeas costumam competir uns com os outros, para provar seu valor a um parceiro de alto nível. Geralmente, um macho poderá atrair de 1 a 3 fêmeas a cada estação reprodutiva. No entanto, mesmo indivíduos com ma'ko extremamente poderoso tem dificuldade em convencer mais de três parceiros de que sua atenção não será dividida indevidamente, e que seus filhotes receberão proteção e cuidado adequados. Por questões culturais os xamãs tem muito mais dificuldade em conseguir parceiros, e não participam diretamente da criação de filhotes, nem seus, nem os do resto da tribo. Aqueles do mesmo sexo que compartilham um parceiro por uma temporada consideram este um vínculo de parentesco próximo, porque seus filhos são irmãos.

As tribos traçam seu parentesco uma com a outra através da descendência de “Ancestrais Venerados”; Lagartos que tinham o ma'ko lendário, e que começaram sua tribo. Se um indivíduo, ou uma tribo inteira, acreditar que seu ma'ko excedeu o de seu "ancestral venerado", eles romperão seus laços de parentesco e começarão um novo clã ligado a esse novo patriarca ou matriarca.

Em tempos de calamidade e quando a necessidade é extrema, os xamãs do clã tomam decisões severas que afetam toda a tribo. Em períodos de fome extrema, eles podem declarar período não reprodutivo, onde os membros da tribo dividem entre si e devoram os ovos. Esse ato não é considerado vergonhoso, pois garante a sobrevivência da tribo e reforça os laços de parentesco.

Em períodos de guerra, um Chefe de Chefes pode ser declarado. O chefe de chefes é considerado o membro mais sábio e poderoso de todo o clã. Os desafios ao ma'ko de um chefe de chefes não devem ser aceitos até o momento em que os xamãs do clã permitam que a posição seja dissolvida. Durante um evento que faz com que um Chefe de Chefes seja necessário, o clã não pode arriscar a instabilidade resultante do conflito por liderança.

A cultura do Povo Lagarto é extremamente utilitária. Eles acham que qualquer coisa que valha a pena ser mantida deve ter um uso imediato ou óbvio. Os Lagartos gostam de encontrar novas maneiras de usar ou repropositar suas ferramentas antigas. Outras sociedades podem considera-los primitivos, mas os lagartos são ótimos solucionadores de problemas e gostam de encontrar maneiras mais eficientes de fazer as coisas. Eles apenas preferem o fazer com as ferramentas que já possuem, ao invés de criar novas.

Eles acreditam que é muito desperdício deixar partes úteis de algo para trás. Em particular desperdiçar uma morte é desonrar a vida que você tirou; diminui o ma'ko do assassino e envergonha seus familiares. Embora os Lagartos sejam uma raça violenta e predatória, eles não matam levemente. Mesmo um rival que foi morto não deve ser desperdiçado.

Os Lagartos são muito inflexíveis quanto ao senso peculiar de justiça. Alguém que é muito forte não deve lutar com alguém que é muito mais fraco que ele, sem uma boa razão. Os filhotes, apesar de fracos e fáceis de derrotar, não são oponentes dignos, mesmo que sejam filhos de seu inimigo. É injusto, e, portanto, vergonhoso para alguém assediar ou desafiar alguém que é obviamente mais fraco que ele. Se um lagarto vê alguém sendo "injusto" com um indivíduo mais fraco, ele pode se sentir compelido a intervir e acalmar a situação. Isso não se deve a nenhuma noção de compaixão para com o mais fraco, e sim uma tentativa de manter a honra e ma'ko do mais forte. A exceção é se um indivíduo fraco ou aleijado estiver sendo removido da tribo.

Para muitos estrangeiros, os Lagartos são cruéis assassinos sem coração. No entanto, isso ocorre simplesmente porque os Lagartos têm uma noção diferente do que é "assassinato". "Assassinato" ocorre quando um indivíduo muito forte mata um indivíduo fraco sem motivo. Táticas de emboscada são perfeitamente válidas contra rivais; alguém que entra cegamente em uma armadilha pode ser interpretado como alguém cujo ma'ko era fraco demais para lhe permitir ver uma ameaça tão óbvia. Assassinato é uma ideia complicada e sutil para os Lagartos, bem menos fácil de determinar quanto é para a maioria das sociedades dos pelelisa. Geralmente, se alguém tinha uma chance razoável de evitar ser morto, não conta como assassinato.

Os Lagartos são muito educados e cooperativos entre si. A grosseria é vista como um desafio, e um desafio não deve ser ignorado pois isso é uma admissão de fraqueza. Os Lagartos vivem e morrem pelo princípio "Não comece algo que você não pode terminar". Para o Povo Lagarto, matar e devorar um indivíduo que desafiou seu ma'ko é um direito absoluto. Como não sentem emoções como os sanguequentes, raiva e tristeza pela perda de um ente querido simplesmente não são sentidas, o que importa é que seja seguida a tradição adequada quanto ao corpo. Essa falta de tristeza pela morte de um ente querido é parte do motivo pelo qual outras raças acreditam que os lagartos são feras desalmadas.

Quando entre os “pelelisas”, os Lagartos precisam se lembrar de que os pelelisas são macios e frágeis. Uma “mordidela leve e corretiva” que pode ser usada para castigar um filhote ou colocar um rival em seu lugar pode muito bem mutilar ou até matar um pelelisa, que não possuem osteodermess; literal armadura por dentro de sua pele.


O Povo Lagarto e os Mortos

 
Os Lagartos são famosos entre as outras raças por seus ritos funerários tradicionais. Seu tratamento dos mortos é uma das razões mais fortes de serem considerados selvagens e canibais. Para os Lagartos, é uma desonra extrema permitir que um cadáver seja desperdiçado. Essa crença é estendida tanto à presas, quanto a amigos e inimigos. Após uma batalha difícil, um Lagarto quase certamente se preocupará com a tarefa de cortar o coração do inimigo e prepará-lo para ser comido, na hora ou mais tarde. Dependendo do inimigo, ele provavelmente tentará cortar o corpo e levar um osso grande ou alguns dentes para serem transformados em troféus.

Um Lagarto que considera um pelelisa como amigo pode tentar tranquiliza-lo de que não permitirá que o ma'ko do amigo seja desonrado, deixando que seu cadáver apodreça. Eles podem até pedir explicitamente a seus amigos que façam de sua pele uma capa de couro bonita e cravejada, pois seria um conforto para o Lagarto saber que eles ainda protegeria seus aliados após a morte.

Os Lagartos que viajam entre peles lisas podem precisar ser lembrados de que os pelelisas preferem que seus ma'ko sejam devolvidos à terra ou espalhado pelas chamas, e que a maioria dos pelelisas não desejam que sua pele macia seja transformada em uma boa capa ou bela bolsa de couro. Os Lagartos tendem a achar isso muito estranho.

Entre o próprio povo, os funerais de Lagartos são assuntos muito solenes, conduzidos com toda a gravidade e reverência que se encontraria nas "religiões superiores". Quando um lagarto morre, pensa-se que o ma'ko deixa o corpo rapidamente. Os ritos funerários devem ser conduzidos pelos herdeiros do falecido dentro de 24 horas, e certamente antes que o corpo comece a apodrecer.

O principal herdeiro do falecido é geralmente o filho ou neto com o ma'ko mais poderoso, ou um rival que o derrotou em um desafio. Ocasionalmente, o herdeiro primário pode ser um companheiro ou irmão. Quem quer que seja o herdeiro primário, é bem provável que seja a pessoa que matou o falecido.

O herdeiro primário deve assumir o sagrado dever de massacrar o corpo e distribuir a carne, os ossos e os órgãos entre os vários outros participantes. Músculos, pele, órgãos e ossos grandes têm um valor particularmente alto. Pensa-se que o coração contêm a maior concentração do ma'ko de um indivíduo. Pele e ossos grandes são muito úteis para criar lembranças ou troféus. O herdeiro primário geralmente reserva o coração e grandes faixas de pele para si. Reivindicar demais para si mesmos pode levar a uma briga e ser forçado a defender sua reivindicação contra um irmão ou primo.

Os cortes de carne que devem ser consumidos são compartilhados entre os herdeiros do falecido. Brigas cruéis, às vezes mortais, podem começar em uma festa fúnebre se houver divergências sobre quem merece certos cortes de carne premiados. Aqueles que são mortos em tais festas são rapidamente adicionados ao banquete, para poupar aos parentes o problema de terem que se reunir novamente para um segundo funeral.

Acredita-se que todos os que compartilham a carne do falecido herdam uma parte do ma'ko dessa pessoa. Para indivíduos especialmente venerados, como chefes de chefes, o herdeiro principal do falecido pode decidir que o ma'ko do falecido é grande demais para um número restrito de indivíduos. Eles vão distribuir uma parte da carne do falecido entre toda a reunião.

Como compartilhar a carne de um antepassado é algo que normalmente é feito apenas entre os filhos do falecido, compartilhar a carne fúnebre de um Chefe de Chefe com todo o clã é um estabelecimento de parentesco e uma afirmação de unidade dentro do clã. É considerado um ato muito altruísta e sagrado.

Agora, apenas porque os funerais são sagrados e solenes não significa que eles não possam ser políticos. Certamente, existe uma estratégia para distribuir os restos mortais do falecido. Alguém pode ofender seus irmãos reivindicando muito do falecido para si. Ao mesmo tempo, todos sabem que se você comer o coração de alguém que está morto, herdará o poder deles. Deve-se manter cuidadosamente o equilíbrio de quem recebe o quê, para que mais irmãos ameaçadores sejam aplacados, mas seu poder não cresça para ultrapassar o seu.

Um jovem lagarto que morre antes de reivindicar um nome adulto geralmente é devorado sem cerimônia por seus irmãos ou primos da mesma idade.


Aventureiros Lagartos

 
Os lagartos reivindicam seu nome adulto quando têm cerca de 12 anos de idade. Um jovem lagarto geralmente precisa demonstrar algum ato de habilidade, astúcia ou bravura para reivindicar seu nome adulto. Uma vez feito, eles devem apresentar uma oferta ao xamã da tribo, que anunciará o nome do jovem lagarto à tribo. Os lagartos que não reivindicam o nome de um adulto antes dos 15 ou 16 anos de idade geralmente são removidos da tribo por um de seus parentes.

Embora eles tenham um nome adulto e um lugar dentro da tribo, um jovem lagarto geralmente não tem ma'ko para reivindicar um companheiro até que sejam mais velhos. É quando jovens lagartos saem de suas casas nos pântanos e rios, para sair ao mundo e buscar desafios que aumentarão seu ma'ko. Um jovem lagarto nessa aventura provavelmente devorará corações de líderes inimigos, e guardará troféus de seus desafios mais impressionantes, para que eles possam provar suas aventuras aos anciãos tribais. Os jovens xamãs também podem decidir sair por conta própria, para buscar mais sabedoria dos xamãs de pele lisa, antes de se estabelecerem como o xamã tribal residente e devorarem seu antecessor.

This entry was posted on sábado, janeiro 11, 2020 at 13:43 and is filed under . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

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