Sessão
5
Guerreiro
24 - 11 4E
Diário,
Prenderam o Raagras. O SIS aproveitou a oportunidade enquanto todos nos estávamos fora e prendeu o meu amigo e roubaram suas coisas. “Em nome do bem da nação” eles disseram. Espero que estejam orgulhosos, Luna, Xeloksar, Gaborn. Espero que olhem para o fruto do que fizeram e se sintam orgulhosos.
Prenderam o Raagras. O SIS aproveitou a oportunidade enquanto todos nos estávamos fora e prendeu o meu amigo e roubaram suas coisas. “Em nome do bem da nação” eles disseram. Espero que estejam orgulhosos, Luna, Xeloksar, Gaborn. Espero que olhem para o fruto do que fizeram e se sintam orgulhosos.
Estou
tentando salvar a maldita vida de todos e esse idiota do Karlanar só me
atrapalha.
Deveria
deixar todos morrer.
***
Guerreiro
24 - 11 4E, adendo
Diário,
Novamente,
pesadelos. Estou me acostumando a eles, acho. Talvez.
Levantamos
cedo para procurar as respostas sobre os crimes feitos em nome da igreja do
Criador. Desta vez, senhorita Luna decidiu nos acompanhar, acho que porque
estava entediada. Lorde Gaborn pareceu ter bebido demais noite passada e não
acordou em condições para nos ajudar.
Lorde
Xeloksar apontou que primeiro deveríamos visitar os companheiros de Lorde
Gaborn naquela estalagem de piratas e prostitutas. O local cheirava a peixe
frito e as pessoas eram as mesmas acho. Sempre achei interessantes estes
locais. Quando viajava sozinha eu costumava me sentar em um canto e ficar
imaginando as histórias daqueles homens tatuados e mulheres duronas de moicano
tinham a dizer.
Fomos
atendidos pelo senhor... er... o senhor akiak que não lembro o nome. Ele tinha
uma irritação bem feia no corpo. Dei algo para ele se aliviar, mas aconselhe-o
e a seus companheiros a procurarem uma estalagem mais limpa e a se depilarem.
As pulgas são criaturas resistentes e seus ovos sobrevivem mesmo a banhos
longos e quentes. Lorde Gaborn certamente não se importará em financiar alojamentos
melhores para seus companheiros, e banhos decentes! Quem sabe até roupas novas!
O
senhor akiak nos falou que a senhorita Amanda seguiu eles o padre Nathan e seu
companheiro durante um tempo, mas não viram nada suspeitoso. Eles comentaram
que alguns moradores de rua tinham visto gente gritando pelo criador batendo em
pessoas, e que eles tinham queimado o Unicórnio Colorido ou alguma coisa assim,
que era um prostibulo nas docas. Ele afirma que é uma coisa muito ruim de se
fazer. Ele falou que a sacerdotisa de Dheia tinha sido espancada e marcada o
símbolo do Criador no peito. O senhor Akiak acha que os atacantes exageraram e
tentaram remendar, pois é a única atacante deste tipo.
Decidimos
pois ir atrás desta sacerdotisa. Por motivos religiosos, Luna preferiu ficar
longe, e fui eu e o Lorde Gaborn para ver os sacerdotes. Era um local bem
bonito, e todas esses homens e mulheres bonitas eram realmente abençoados pela
deusa das artes e belezas. Não me deixaram entrar. De acordo com o Lorde
Xeloksar eu estava muito... não estava com as roupas certas. Eu entendi.
Eu
realmente gosto de estar bonita. De ter um pente e ter meus cabelos bonitos e
unhas bem pintadas e bem maquiada como Raquel sempre me exigiu. Eu queria isso,
estar sempre em meu melhor. As vezes penso se escolhi o caminho certo. É ruim
passar fome, dormir em lugares frios e incômodos, sofrer rejeição pelas
vestimentas simples.
Eu
queria me sentir bonita. Me sentir mais parecida a Raquel.
Lorde
Xeloksar depois comentou comigo que o sacerdote com quem falou foi designado a
caçar aquele que tinha feito mal à acolita, que não era uma sacerdotisa. Ele
acreditava que eram servos da mãe negra querendo se vingar de ter perdido uma
peça de teatro ou algo assim. Apesar de admirar muitas coisas do culto da Mãe
Amorosa, não consigo entender porque pessoas se matariam ou machucariam por
causa de uma peça de teatro. Em todo caso, o Lorde Xeloksar combina com o culto
da mãe amorosa. É um thaar bem artístico, além de ser bem bonito e elegante!
Decidimos
logo ir atrás das cafetinas e cafetões da cidade para saber alguma coisa. A
senhorita Luna, em sua condição de alta sacerdotisa, fez um excelente trabalho!
Mesmo estando entre pessoas que ela normalmente consideraria sujas, a senhorita
Luna se envolveu rapidamente entre elas.
Poucas
mulheres que conheci antes conseguem ser tão sensuais quanto a senhorita Luna.
Digo... claro, conheci diversas com corpos mais bonitos, com mais peitos, com
curvas mais exageradas, mas não é sobre isso. É sobre o movimento, sobre a
forma de falar e olhar. É uma estratégia aracnoide: ela envolve as pessoas na
sua teia e tira delas o que precisa.
Neste
caso, ela obteve informações sobre outra prostituta que tinha sido atacada.
Quando fomos falar com ela, ela disse que homens encapuzados tinham atacado ela
e batido nela com porretes enquanto a insultavam em nove do Criador. Mas ela
não soube nos descrever nada além de que eram seis, como aqueles que atacaram a
acolita de Dheia.
Lorde
Xeloksar deu a ideia de procurarmos criminosos locais para encontrar pistas.
Depois de muita conversa encontramos uns bandidos que disseram que não tinha
feito o mal, mas que sabiam onde o cadáver de uma alarani atacada estava. Eles
disseram que tinha sido faz tempo e o corpo saqueado. Como tinha passado muito
tempo, imaginamos que nada de útil poderia ser tirado do
corpo dela. Eles também mencionam que uma moça tinha sido atacada porque seus
pais eram donos de armazéns de importação. Ela era uma padeira e conseguimos
descobrir onde ela trabalha.
A
padaria, que ficava bem longe, era muito bonita. Os pães cheiravam ótimo e eram
muito coloridos. Faz tempo que não cozinho. E que não cozinho pão. Acho que vou
comprar uns ingredientes. Eu não sei como foi a conversa, mas Lorde Xeloksar
terminou assustando a criança, que chamou pela guarda e fomos retirados de lá
pela força. Ele talvez não leve jeito com crianças, mas em todo caso, saímos
com as mãos vazias.
Enquanto
voltávamos, pedi ao Grande Lobo que me desse alguma dica. Estávamos perdidos e
eu não queria deixar que mais pessoas fossem feridas por causa de um bando de
fanáticos desesperados. Foi quando percebi em um beco um homem sendo atacado. No
começo achei que eram bandidos, mas quando cheguei perto, escutei eles gritando
o nome em Arlangar do criador. Ameacei eles com minha espada de madeira e eles
jogaram um porrete na minha cara.
É
a quarta vez que isso acontece.
Pelo
menos o porrete não estava pegando fogo como da última vez.
Eles
fugiram, mas o senhor estrava bem ferido. Levamos ele para a loja dele, que era
uma loja de penhores que ficava por perto. Ele nos agradeceu e enviamos ele
para casa. O homem tinha alguns machucados e alguns dedos quebrados, mas nada
grave. Fora uma surra mesmo. Falei para o Lorde Xeloksar ir atrás deles mas ele
queria procurar provas. Convenci ele que era mais rápido rastrear aqueles que
tinham fugido. Com algumas moedas e alguns olhares da senhorita Luna e muitas,
muitas palavras do Lorde Xeloksar conseguimos localizar onde um dos atacantes
tinha se escondido.
Era
um cortiço.
O
dono nos deixou enterrar com algumas moedas em seu bolso, e me dirigi até onde
a mulher estava. Eu achava que ela estava armada de algum jeito, que sabia que
tínhamos chegado... Chutei a porta para surpreende-la. Me arrependi. Percebi na
hora que era só uma mulher normal, uma cidadã pobre que estava assustada.
Apesar de que as cosias de sua escapada criminosa estavam no chão. Lorde
Xeloksar perguntou se fora ela que o fizera. Ela disse que sim. Com convicção.
Ela sabia que era errado, mas não se permitia deixar continuar a ganancia dos
outros.
A
religião do Criador forja justiceiros e fanáticos. Gente que acha que a mudança
tem que ser imposta, não inspirada. Que não precisa partir de si, como exemplo,
mas sim derrubar os fortes. Eles são loucos, e esta mulher também o era. Louca
por uma religião. Eu queria prende-la, mas Luna a desmaiou antes e levamos até
onde o agente que tinha nos contatado estava. Ele ficou bem agradecido e disse
que iria tomar providências agora que tinha provas. Espero que corra tudo bem,
detestaria ver mais gente inocente machucada!
Foi
então que descobrimos que Raagras tinha sido sequestrado e suas coisas
roubadas...
***
Trecho
do diário de Luna
É
estranho pensar que estou vivendo tudo isso, de dentro do olho do furacão sem
que Lucian esteja aqui, não tem sido tudo por ele afinal? Querer ser alguém
digna da amizade devotada e dos olhos brilhantes com os quais ele via o mundo?
Estranho sim, uma experiência sobre a qual não tenho opinião, somente espero o
próximo passo dela.
As
bênçãos da Mãe Negra mais uma vez abriram nossos caminhos, sorrisos maldosos e
agradecimentos cuspidos como farpas foram minha paga; mas não importa, o rapaz
era um doce e nos levará a Rosália afinal.
Minha
boca amarga a cada dia com o nome Karlanar; eu conheço Lindriel, sou a “fêmea”
fixa de um raksha, ando com um thar que esteve em minha cama por vezes
infindáveis e por hora resolve tratar-me como uma conhecida de anteontem, mas o
alarani supera todos em estranheza. Não consigo decifrar nada, nada em absoluto
dele, por mais que eu olhe, escute, sussurre nada a não ser sua profissão, nada
da pessoa, nada de nada, a exibicionista figura alarani não passa de um
pergaminho em branco...
...O
SIS nos pede ajuda com fanáticos que pregam ao “Criador”. Informei aos demais
que não ajudaria, seria simplesmente terrível que uma religião assim
prevalecesse, imagine uma vida do viver por viver, não isso não é vida, eu sei
que não, só há vida realmente quando todos os seus sentidos são testados,
tentados, satisfeitos, Dorana seja louvada.
***
Convenceram-
me a participar do que nos foi pedido oficialmente por Khain, vou me infiltrar
entre os credores da vida chata.
Não
consigo saber como, mas as palavras de Nathan fazem sentido. A Luna de dez anos
atrás entenderia a necessidade de mais igualdade, de mais generosidade; mas não
a filha da Mãe Negra, não a abençoada e santificada senhora dos prazeres... há
algo errado comigo? Porque as palavras erradas dele me tocaram? Será vestígio
da menina simplória que um dia fui?
Acho
que minha Senhora não se agradaria de tal ato: vou a uma casa de banho
extravagante, depois sorverei de vinho fino e amargo, certamente isso clareará
minhas ideias; mas preciso ser honesta: Natan não lidera o que está acontecendo,
o gentil homem me fala de uma vida se simples, justa, seu rebanho é tratado com
um amor zeloso e não com cólera inflamada como os ouvintes da praça, ele usa da
singeleza água para um ritual de batismo. Apenas isso, Laura como me
identifiquei ainda é uma pecadora e não está pronta para abandonar “os pecados
do mundo e da carne”, mas estará com a ajuda daqueles generosos fiéis...
Natan
não é o culpado!
Estou
excitada com a possibilidade de ver Rainha Rosalia, Celeste falava como sua
beleza era lendária, não sei se será como olhar Felicia que parecia uma joia
viva, mas estarei em meu melhor, ah sim eu estarei; depois eu e Lindriel
pagaremos nossas dívida para com Alberto, essa noite proporcionaremos a ele uma
visão inesquecível de um eclipse.
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on quinta-feira, agosto 13, 2015
at 21:32
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