Sessão
6
Guerreiro
25 - 11 4E
Diário,
Tive
um sonho estranho hoje. Sonhei sobre uma ilha que parecia o arquipélago da
meia-lua e parecia com a ilha de Sertrous. Claramente era
um sonho, daqueles mágicos que os feiticeiros fazem quando querem se comunicar,
como Brianna o fazia.
Era
um sonho perturbador por três motivos: o primeiro foi o fato de que não havia
um feiticeiro dono do sonho. Ou se havia, ele não se expressou. A segunda coisa
foi ver o Gaborn jogando bola. Foi perturbador ver ele... se divertindo. A
terceira coisa foi o que as pessoas dos sonhos: Luna, Lindriel, Brianna, dentre
outros, me chamaram de louca, e que a Erika da Raquel já não existia. Eu não
estou louca.
Será
que me tornei tão distante daquilo que Raquel queria que eu fosse?
Em
todo caso, o Izack dos sonhos me falou para acordar. Suas palavras: Erika, você
esta ficando descuidada.
É
verdade. Em várias formas.
Acordei
com isso prestes a ser devorada por um Terror. Consegui fugir dele, mas ele me
mordeu, mas não passou a corrupção. Em outra época, em outro tempo, eu teria
gostado disso. Digo, de uma luta, daquela adrenalina de poder atacar sem pensar
se vou matar ou não.
Eu
costumava adorar matar coisas. Nunca falei para ninguém. Eu gostava de poder me
soltar e, cegamente, brandir minha espada sobre alguma coisa que eu sei que não
poderá ser salva. Gostava de ter o sangue deles em minhas mãos e suas vidas
escorrendo por entre meus dedos.
Mas
o que aconteceu... Eu fiquei desesperada. Fiquei nervosa e fugi.
Eu
já fui melhor. Isso me ficou obvio nos últimos dias, nos últimos meses. Eu já
fui muito mais forte, mais incisiva, mais bonita. Eu já fui mais.
Estou
cansada.
***
Diário,
Fui
falar meus companheiros e descobri que o Lorde Xeloksar está tendo problemas
com um Conde amigo dele em Hamask. O conde mandou um mensageiro para falar para
ele que o ajudasse a continuar o repasse de drogas para o norte. Não concordo
com traficantes e esse tipo de gente que se aproveita do desespero das pessoas,
que tece situações para transformar as pessoas em escravas de um vício. É realmente
triste que o Lorde Xeloksar, que parece ser um rapaz tão certo, estar se
envolvendo com esse tipo de amizades.
Não
irei julga-lo, mas é lamentável.
Eles
ficaram alarmados comigo sendo atacada por um Corrompido. O triste é saber que
tem gente que não consegue se defender, ou se proteger. Mas acho que devo voltar
a dormir em lugares mais seguros. Eles não gostaram de que eu quisesse ficar no
templo do Cavaleiro. Lá é seguro, mas é longe. Brigaram comigo.
Eu
sei que deveria me cuidar mais, e que poderia estar morta agora, mas não é por
isso que vou deixar de seguir meus ideais. Vou ter que encontrar um meio termo.
Lorde
Gaborn e a senhorita Lindriel decidiram sair a procurar informações sobre os
traficantes com os homens do cavaleiro. Ele me deu também duas sementes magicas
que incrivelmente tinham gosto de Porco com Batata! Eu adoro porco com batata.
Elas
eram mágicas e me ajudaram a me curar dos ferimentos que o corrompido fez.
Luna
ajudou a arrumar meu cabelo, já que tínhamos reunião com a rainha.
O
palácio do conselho é um lugar muito bonito. Amplo e bem decorando com pinturas
e armaduras bem polidas. Nos encontramos com o General que lamentavelmente não
lembro o nome, mas era sem duvida uma pessoa muito interessante.
As
pessoas de Selvalis são complicadas porque você muitas vezes não sabe o que
elas realmente estão querendo falar. Este senhor era o contrario. Direito e
sincero, como eu gosto. Gostaria de ter ficado mais tempo para conversar com o
general. Ele conhecia Izack e me reconheceu.
Em
fim, esperamos um tempo em um saguão até que entrou a Rainha.
A
Rainha Rosália é muito mais do que a Nuália comentava. Ela é linda, atraente
todos os aspectos, na forma como se move, na forma com que fala e olha. É
verdade que a senhorita Felícia no corpo de Sorchen é uma pessoa bonita, mas a
Rainha é... diferente. É muito mais magnética, não só pelo seu físico, do qual
a Rainha Rosália não tem nada invejar, mas sua presença.
Confesso
que fazia tempo que não via uma mulher tão atraente
O
sangue dos reis tem poder. Isso é algo que constatei faz muito tempo. Reis,
reis de verdade, eles não são como as pessoas normais. Há um fogo dentro deles,
em seus olhos, que os destaca das multidões.
Embora
é verdade que diversas pessoas que não são realeza possuem também este fogo, é
algo que caracteriza majestades. O Rei de Irritária e sua filha, o Imperador de
Brrzengard, o Magestor de Silverar, e o governante de Rosseta, eles possuem
esta presença. Talvez possa parecer de um certo modo elitismo da minha parte,
mas é uma verdade que eu presenciei com meus próprios olhos e feitos. Rosália
tem este fogo.
Eu
apresentei a todos. Confesso que estava exageradamente nervosa. Eu não fico
assim normalmente. Em fim, ela aceitou a carta e prometeu atende-la quanto
antes. Ela se despediu e foi embora. Espero que nosso encontro não demore.
Livres
deste compromisso, a senhorita Lindriel me conta como foi o encontro deles com
os homens da Companhia Cinzenta. Nas palavras dela, o Lorde Gaborn é um
explorador e um homem muito hostil, mesmo com aqueles que estão lá para
ajuda-lo. Lamentavelmente, são fatos que caem bem no perfil que tenho viso
dele.
Ela
conta que o Lorde Gaborn, além de agredir seus companheiros, inclusive
arremessando um peixe a uma intoxicada alarani, ordenou eles a procurarem
pistas sobre os traficantes de poções de mana. Que coisa mais ofensiva ser
atacada com um peixe frito! O Lorde Gaborn realmente caiu no meu conceito.
A
senhorita Lindriel me explica que esta alarani tinha sido intoxicada com álcool
para não-fadas, e que poderia morrer. Ela afirma que talvez seja porque Lorde
Gaborn não lhes paga o suficiente para comprar comida boa para ela.
Em
todo caso, mando-os a tomarem banho, como sugerí. Irei tirar um tempo e
conversar com o Lorde Gaborn sobre os problemas de raiva que ele tem. As vezes
acho que é verdade que a espada amaldiçoada tomou conta dele. Eu tenho péssimas
experiências com espadas que possuem consciência. Devo ficar de olho.
Quando
chegamos na estalagem, apareceu aquele mequetrefe do Karlanar para nos avisar
que não era ele quem estava com o Raagras. Ele ficou afirmando que nos agimos
pelas costas dele, e que por isso nosso amigo foi preso. Ou seja, tudo é nossa
culpa.
Ele
esqueceu de mencionar que ele não foi sincero, nem foi precavido de nos avisar.
Eu adverti ele que não poderíamos nos valer de promessas. Nossa missão é
importante demais para poder deixar ao acaso do destino e ele deveria saber
disso. Se não confiamos nele foi porque o próprio Karlanar não nos deu nada
para confiar. Muito pelo contrário, ele conseguiu extorquir algo que ele queria
por uma promessa. E logo vem aqui, dizer que foi nossa culpa que nosso amigo
estivesse preso.
Cínico.
Ele
avisa que o Raagras está com um tal Irridani, que conhecemos das histórias do
senhor Kaesar e da senhorita Felícia. E aponta que não vamos conseguir tirar
ele de lá nem dobrar a vontade do diretor do SIS. Irridani irá arrancar tudo o
que puder do Raagras sem do nem piedade. A fidelidade dele é única e
exclusivamente com Selvalis.
Ele
vá embora lavando as mãos. Eu sabia que não devíamos confiar nele.
Lorde
Xeloksar e a senhorita Luna começaram a pensar em um plano para raptar o
Raagras, extorquir irridani ou qualquer coisa. Eu acho que não é o caminho. O
SIS é influente e poderoso demais, o máximo que poderíamos garantir é ser
presos ou ter o desfavor da Rainha, o que não é bom. E isso poderia colocar o
Raagras em perigo.
O
melhor que fazemos é usar nossa influencia para garantir que Raagras esteja
bem, e se possível, que seja levado à Montanha Prateada. Eu devo isso a ele,
mesmo que seja de um jeito tão inusitado e ruim. Por ora o destino de Raagras
está nas mãos da Rainha...
***
Diário,
Estou
farta desta Cidade. Estou farta destes Khainianos presunçosos que se acham o
centro do universo. Estou farta deste jogo de aparências e meias verdades.
Esta
mulher, esta Mariana, é tudo o que há de mais detestável em Selvalis.
Presunçosa e egocêntrica, vem tentar tecer suas teias sobre nos como se
fossemos qualquer tipo de viajantes.
Ela
pode se achar a aranha mais venenosa deste ponto que é Khain, mas esta cidade é
so um ponto no mapa. Qual gloria existe em ser o maior predador de um pequeno
buraco? Ela não entende isto. Eles não entendem como são pequenos, e como seus
esforços egoístas são fúteis. O mundo está morrendo aqui fora e ela se importa
em fingir um status.
Eu
já tive que lidar com minha boa quantidade de Marianas Constantini em minha
vida. Não tenho mais paciências nem protocolos para engolir essas palavras
cheias de duplos sentidos, palavras aracnídeas que tentam, de alguma forma,
criar a ilusão de que eu dependo dela, que ela é superior.
Idiota.
Eu salvei o mundo. Eu pintei os céus com meus feitos e cada maldito cidadão
desta cidade sabe quem eu sou. Quem é Mariana Constantini, além de um
personagem secundário em uma história trágica?
Eu
não temo ela. Não temo seus assas negras. Eles já vieram atrás de mim e que
venham de novo, mais uma vez os derrubarei, vez traz vez. Eu sou o Sol da Meia
Noite. Não tenho tempo nem paciência para lidar com aranhas em buracos.
***
Diário,
Estou
tensa. Tenho que engolir estas explosões de cólera.
Lorde
Xeloksar, senhorita Luna e senhorita Lindriel ficaram para fazer um ritual em
nome da Imperdoável. Mas pelo menos conseguiram tirar dela a informação sobre a
tribo de Akiaks que eram quem produziam as drogas que o Lorde Xeloksar precisa
para aquele seu amigo Conde.
Ao
voltar a estalagem do Bardo, encontramos com uma visão que não esperava ver tão
cedo: Lady Annika e o senhor Volkzar. Ela estava ferida e ele com a expressão
de preocupados. Ao começo pensei que fossem espiões, transmorfos, monstros nos
enganando, mas não fazia sentido. São eles mesmos.
Lady
Annika informa para nos que descobriram algo importante: O sacerdote da Lua
está indo para Voltar. Ele não estará mais em Kerra. O senhor Volkzar afirma
que tirou essas informações de um Cultista.
São
informações perturbadoras. Não sei se é uma mensagem falsa ou é verdadeira.
Kerra é muito longe para tentar seguir uma noticia velha... Temos que descobrir
se é verdade. Talvez Celeste, com os contatos dela, saiba se o sacerdote viajou
pelo mar interior.
Lady
Annika afirma que os sacerdotes de Cassep ainda estão lá. Porque já não
protegem meus sonhos, eu não sei.
Eles
também descobrira informações sobre a Montanha prateada. O lugar existe! Mas
provavelmente não é uma montanha, por isso as pessoas não acham. Lady Annika
afirma que se um objeto tão grande caiu dos céus faz tanto tempo, provavelmente
fez uma cratera, e provavelmente estará enterrado. Não a mostra.
Em
todo caso, deixamos os dois descansarem na estalagem. Parecem cansados. Estou
profundamente agradecida pelas informações e pelos riscos que tomaram para nos
ajudar.
Fomos
à estalagem onde o resto da companhia cinzenta estava. A senhorita Atnara tinha
descoberto um rapaz que saberia nos informar quem era o fornecedor de poções de
mana na região.
Ela
e a senhorita Lindriel não pareceram se gostar muito. Parece haver uma certa...
richa racial entre as duas. Mas nada perigoso. Apesar de que a senhorita
Lindriel é muito mais ameaçadora do que a Alarani consegue ser, mesmo sem
sequer querer ameaçar. É uma luta desigual.
Ela
nos guiou nas docas onde tivemos que tirar as informações de um traficante
urdur chorão dentro de um barracão de barris de peixes que fumam. Bom... mais
ou menos isso. O importante foi que ele nos revelou que a fornecedora era um
Akiak chamada Sudra que tinha uma tatuagem azul no peito.
Pessoalmente
acho horrível este tipo de atitude. Não gosto de ter que conseguir coisas com
violência ou ameaça. É baixo e sujo. Droga de cidade. Lamentavelmente,
Senhorita Luna parece levar jeito e ter pratica em arrancar informações com o
medo.
Senhorita
Lindriel levantou o detalhe de que minha armadura chamava muito a atenção e a
roupa da senhorita Luna também. Ela pegou nossas coisas e foi embora, dizendo
que esse tipo de curso de ação não era para ela, ou coisa similar. Lorde
Xeloksar não quis tirar as rendas de sua camisa. Eu entendo, são rendas bem
bonitas e combinam bem com ele. Parecem rendas como de cobertores ou roupinhas
de bebes. Bonitinho.
Em
fim, fomos até a casa da Akiak, mas esta tinha sido atacada faz poucos. Lorde
Xeloksar e a senhorita Atnara conseguiram seguir o caminho dela até uma encruzilhada
onde um mendigo nos informou que ela tinha sido capturada pelos Garotos do Sapo
Boi.
Senhorita
Luna, senhorita Atnara e Lorde Xeloksar queriam abandonar a akiak a sua sorte.
Eu fui contra. Ela iria ser torturada e morta, tínhamos que intervir para
ajuda-la. Traficante ou não, ela não merecia tal destino. Convenci a quase
todos a irmos atrás do covil dos Garotos do Sapo boi. Eu acho que é possível
negociar a saída sã dela, e talvez conseguir algumas informações para o Lorde
Xeloksar.
Senhortia
Atnara discorda de mim e critica que eu tento salvar só aqueles que me estão
frente de mim. Ela não entende que eu não posso salvar tudo mundo, e não posso
me dedicar a salvar todo mundo. Posso, todavia, tentar evitar a morte e o
sofrimento que acho pelo caminho da minha missão, que é parar Ashardalon e
Ekaria.
Em
fim, ela não quis ir conosco.
Chegamos
perto do covil dos Garotos do Sapo Boi e eles começaram a dar risada de
Xeloksar, que certamente não leva jeito nenhum de lidar com pessoas simples e
mais da rua. Também, os babados não ajudavam muito, eu acho.
Senhorita
Luna consegue convencer a que um líder deles venha. Um Orokul alto com aquela
mascara. Ele me reconhece e nos pede para nos afastarmos, porque não quer me
machucar. Agradeço a preocupação, e é bom ser reconhecida de vez enquanto!
Senhorita
Luna tenta negociar, mas ela faz diversos comentários racistas contra o Orokul.
Não imaginava que ela tinha esta mentalidade! Só se descobre as pessoas quando
se viaja com elas, como o senhor Diogenes me disse faz tempo.
Em
fim, Lorde Xeloksar por fim coloca as causas, ou tira a pompa, e mostra um
pouco do que porque é tão famoso: Ele discursa amplamente sobre como é possível
fazer um excelente negocio entre os Garotos do Sapo Boi e o Conde em Hamask, e
como só eles poderiam consegui-lo, pois eram resistentes e hábeis. Ele termina
dizendo que o Sapo Boi expandirá suas fronteiras para além do mar.
Ao
que parece, eles gostam do discurso e nos convidam a conversas e tirar as
informações da traficante Akiak. Eu prefiro não me envolver nisso.
***
Trecho das anotações de Xeloksar, sobre o mesmo dia
Xaros-quebra-joelhos.
Quando
eu pensei que minha situação nessa maldita cidade não poderia piorar.
Às
vezes me arrependo por ter buscado o auxílio das famílias, mas eram os únicos
dispostos a financiar aquela expedição.
Ninguém
acreditava que o projeto de um Thaar vindo das baixias poderia ser rentável.
Nem mesmo a Ordem Paragnóstica aceitou.
Verdade
seja dita, sequer se dignaram a dialogar. Malditos. Agora que sou um rico barão
me nomeiam seu grão-capitão. Conveniente.
Ainda
me culpo pelo que lhe fizeram a Nanirith...
Uma
ajuda que até hoje lhes rende frutos.
Não
fazer parte da família, mas fazer os favores que pedem.
Ao
menos, dessa vez, sangue não foi derramado.
Espero
que o "cuidando de meus armazéns" que Xaros se referiu seja verdade.
Desgraçado.
Se
as vidas dos meus não estivessem em risco eu deixaria Gaborn dançar contigo.
Sei
bem o quanto apostas me colocaram em apuros, mas ainda assim colocaria um
dragão de ouro em sua espada endemoniada contra a cara feia de Xaros.
Bom,
isso se eu tivesse um dragão de ouro.
Maldito
guarda cumpridor de seu dever que tive de subornar para conseguirmos
informações da Mana. Levou minha última safira.
O
desgraçado ainda diz que procurará uma prostituta. Façam um bom trabalho
meninas, gosto de fazer meu dinheiro valer. Sequem-lhe até a última gota da
alma.
Ao
menos conseguimos o nome da vendedora: Sudra. Uma Akiak, jeitosinha com uma
tatuagem azul no peito.
Azul.
Que nem a minha última Safira. Maldito guarda. Maldito Conde. Maldita cidade.
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on sexta-feira, agosto 28, 2015
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