A Cidade das Portas é um ambiente
caótico, cosmopolita e diversificado, amado por mercantes, mercenários e bandidos,
mas também pelo bom povo simples que vive dentro de suas muralhas. A cidade é
um centro mercante e portuário, com acesso a rio para a Terra dos Vales e um
dourado portão de entrada para o Reino Unido, comandando um das poucas baías de
tamanho significativo na Costa do Chifre Vermelho. Após Hamask o único porto de
tamanho decente é Lovrik mais ao Oeste, menor, menos influente e ainda pior, sob
as leis severas, especialmente as fiscais, da grandiosa Leiriturth.
Originalmente a cidade fora
construída sobre o Elevado das Dores, com posição vantajosa sob a baía abaixo.
A cidade-estado crescera desde sua fundação, com cada vez mais construções e distritos,
e com eles novos muros, expandido-se à partir das docas e nas partes baixas.
Hoje a cidade é dividida em três partes principais, as Docas; o Elevado, a
região original da cidade murada, lar de guildas, mercantes, soldados e
nobreza; e o Baixo, a região em constante expansão à partir dos muros
originais, uma vista de vilas com ranchos, pequenas fazendas e vizinhanças de
pouca reputação.
O governo da cidade reconhece
oficialmente 10 distritos, um das Docas, Quatro no Baixo e cinco no Elevado.
Cada um desses distritos tem sua própria atmosfera, personalidade e habitantes,
mas mais importante, possui seus próprios representantes locais perante o
Conselho dos Cinco e o Vice-Rei.
O Elevado
Os nobres, mercantes, artesãos,
bem como o centro de governo Hamaskiano são enconrados no Elevado. Nessa região
que podem ser encontrados seus mais prestigiosos centros de aprendizado e
artes, negócios influentes, a sede das grandes guildas, bem como belos prédios,
praças e avenidas largas e apropriadas para o comércio.
O Elevado evoluíra de ser a
totalidade da pequena cidade-estado onde os Thaar poderiam se defender para ser
o coração cultural da cidade. Suas largas muralhas foram mantidas mais como uma
lembrança e sinal de status; seus portões defensivos foram a muito removidos e
substituídos por largos portais permitindo passagem de cavalos e vagões. Hoje
seus muros servem para defender apenas a sensibilidade da burguesia e nobreza
da corrupção óbvia e suja do Baixo.
Crista do Vento: Coloquialmente chamada de Crista, é o distrito
onde os mais ricos e influentes vivem. Separado mesmo do resto do Elevado por
suas muralhas decoradas, poucas ruas importantes entram pelo elegante distrito.
Na ponta do distrito, com visão privilegiada para a baía, descansa o Palácio Hamask,
moradia do Vice-Rei Algron Vogarra.
Encruzilhada Dourada: Os residentes da Encruzilhada dourada tem
apenas um pouco de prestígio a menos do que a Crista do Vento. O distrito é um
centro cultural com bares, salões de guilda e belas praças, bem como a famosa Casa da Madame Milen.
Distrito Capital: Cercando a central Praça do Acordo ficam as fachadas
esculpidas de belos prédios que servem como a arena política e governamental de
Hamask. O Conselho dos Cinco encontra-se com o Vice-Rei na prefeitura, e qualquer
um desejando falar com os governantes deve lidar primeiro com seu pequeno
exército de nobres e burgueses procurando favores, bem como seus secretários.
Vizinhança do Escudo: O maior distrito do Elevado costuma ser
dividido em dois ou mais por seus moradores, artesãos e mercantes influentes,
membros de guilda e nobreza menor. Restaurantes, lojas elegantes, negócios
diversos e o centro de guildas que afetam toda Alancia, como o Consórcio
Kerraniano e a Ordem Paragnóstica encontram-se nesse distrito. É também onde
ficam os templos mais influentes da cidade, incluindo os templos do Mercante,
Pai Sol e a Enigmática.
Vizinhança do Arco: O menor distrito do Elevado, é localizado
próximo as muralhas que levam para o Baixo. É lar de muitos artesãos e
mercantes de influência mediana, novos ricos que conseguiram abandonar o
Primeiro Círculo. Apesar dessa posição é um distrito com muitas casas vazias;
muitos mercantes de outras terras, embaixadores e nobres visitantes possuem
propriedades na região, que ficam fechadas a maior parte do ano.
O Baixo
A maior parte da classe
trabalhadora de Hamask vive no baixo, que contém não apenas armazéns e docas,
mas grandes mercados para os rancheiros e fazendeiros, ondas de trabalhadores
de um lado para o outro, e o verdadeiro coração de toda indústria Hamaskiana. É
também onde o Sindicato, o consórcio parcialmente pacífico dos mais influentes
chefes do crime da cidade, tem maior influência, em seu negado mas conhecido
acordo em manter o Elevado calmo.
O Baixo é dividido em quatro
distritos principais, ou Círculos. Um círculo nada mais é do que quando a
cidade cresce e cada vez mais moradores erguem suas casas, lojas e industrias
do lado de fora das muralhas; eventualmente os governantes da cidade erguem uma
nova muralha para proteger essa população. Originalmente toda a população da
cidade vivia dentro das muralhas originais que hoje formam o Elevado; com o
tempo porém os menos abastados foram progressivamente sendo empurrados para
fora.
1° Círculo: O distrito mais rico além do Elevado, o 1° círculo é
lar de diversos artífices de bem, membros de guilda, e nobres que preferem
viver mais perto do trabalho, das pessoas ou da beleza do mar. Em tempos
antigos a larga avenida que levava do porto até os portões da cidade possuía
nada mais do que postos de guardas e coletores de impostos; o distrito surgira
das lojas, estalagens e casas daqueles que atendiam os viajantes que não
desejam entrar na cidade, e eventualmente crescera o suficiente para ser um
distrito próprio. As regiões mais próximas da Avenida Central são mais vibrantes,
com diversos bares, bordeis e locais de entretenimento para viajantes e
moradores, incluindo a Gaiola de Ferro e a Taverna do
Sol Nascente.
2° Círculo: A entrada de Hamask para os mercantes e caravanas
vindos por rio ou pelas estradas dos Vales, o 2° círculo é bem menos refinado que
o primeiro. É uma região de trabalhadores braçais, fazendeiros e famílias
simples, onde a maior quantidade de indústrias de Hamask é localizada, de
fundições e tintureiros à fazedores de vidro ou de alvejante, bem como os
diversos trabalhadores que as alimentam. Apesar de seu tamanho distrito recebe
poucos fundos para manter-se, e o semblante de ordem é mantido pelas forças do
Sindicato.
3° Círculo: Um ninho de dissidência e indignação política, o 3
círculo é repleto de um espírito livre e rebelde entre seus moradores de classe
baixa. Muitos são fazendeiros, mineradores, carregadores e outros trabalhos
braçais, mas que ainda assim possuem um orgulho Thaar feroz. Os moradores dos
cortiços e vizinhanças orgulham-se de sua independência e de suas próprias
milícias, e gostam de considerar-se uma comunidade à parte. De fato, o 3°
círculo poderia ser contado como fora da cidade; apenas aqueles que entram ao
2° círculo precisam pagar pedágio para entrar na cidade.
O Fora: Todos os círculos um dia foram O Fora, antes da cidade
crescer ainda mais. Apenas os mais pobres trabalhadores da cidade fazem seus
lares nesse emaranhado de casebres e becos chamado de Fora. Trabalhadores
temporários, os miseráveis, doentes e abandonados vivem no terreno lamacento e
sem ajuda da cidade, governados por Kassimir Rarakos, o Rei dos Ladrões.
O Porto
Casas de jogos sombrias, bordéis
pobres, e tavernas infestadas de baratas competem com casebres simples e o
vulto de grandes armazéns e estaleiros no distrito mais perigoso de Hamask. As
docas de Hamask não fazem parte real da cidade; navios não pagam impostos por
chegar em suas águas, e sim por usar seu serviços; aportar, transferir
mercadoria entre navios, ter armazéns; todos esses serviços são taxados pela
cidade, bem como uma taxa por cada mercadoria que é embarcada, e não
descarregada.
O interesse do estado está apenas
em cobrar os impostos e proteger o comércio; qualquer morador permanente que deseje
tentar sua sorte, como trabalhadores de estaleiro, prostitutas e leões de
chácara o fazem à sua própria sorte; não há uma guarda exceto nos prédios
públicos, que também são protegidos pelo interesse comum do Sindicato.
Enquanto alguns poucos campeões
do governo de Hamask eventualmente surgem clamando que a cidade deveria
controlar esse antro de perdição, a maioria sabe que esse ambiente, que tanto
favorece bandidos, ladrões, contrabandistas, escravistas e tudo o que os Thaar
tem de pior para oferecer, é essencial para manter o apelo da cidade. Outros
povos esperam encontrar um buraco sujo em que os Thaar permitem de tudo; o
Porto fornece isso.
Organizações
Cavaleiros do Corno: Dizem que não há honra entre os Thaar, que todos
são furtivos e bandidos. Isso é uma tolice sem tamanho, especialmente quando se
encara um verdadeiro Cavaleiro do Corno. Esses campeões são depostos de toda e qualquer
posse e posição social, recebem novos nomes e títulos, e vivem uma vida de
servidão e ascetismo. Sua genialidade estratégica e ferocidade em combate fazem
jus aos Demônios de onde os Thaar vieram.
Conselho dos Cinco: Após diversos assassinatos, nas últimas duas gerações
a identidade dos membros do Conselho dos Cinco é secreta. Dizem que as máscaras
que usam em seus encontros foram encantadas por feiticeiros sombrios para serem
impermeáveis à magia. Não apenas isso, mas as lendas contam que seu poder faz
com que o usuário simplesmente não seja lembrado; nem que ele tentasse dizer
ser um dos membros ninguém se lembraria disso. Nem todos na cidade são
contentes com isso, pois é bem possível que os conselheiros sejam fantoches
controlados por alguém; por outro lado críticos apontam que isso seria verdade
independente de máscaras, e que as máscaras mágicas acabaram com uma infeliz
série de “acidentes” que recaíram sobre conselheiros anteriores.
Patrulheiros Reais de Hamask: Os heróis do povo de Hamask, os
Patrulheiros Reais são uma ordem militar dedicada à proteção das fronteiras e
do ermo. Seus oficiais preparam emboscadas contra corrompidos, alertam sobre
invasões e em geral mantêm ermo seguro. Apesar
de pouco conhecidos pelos seus feitos da Cidade, são famosos pelo campo e pelas
rotas de comércio. Mostrar o chapéu de patrulheiro é o suficiente para
conseguir uma refeição quente e um lugar para dormir na maioria das fazendas e
estalagens da região.
Rota Escarlate: Há bondade e decência entre os Thaar. Essa pequena
organização secreta enfrenta todo tipo de escravidão em Hamask e nos Vales
próximos, oferecendo apoio à todos que quebraram os grilhões de seus mestres,
de ex-gladiadores a servos presos por contrato.
Sindicato
O sindicato não é um poder
monolítico como alguns estrangeiros imaginam, e sim uma coalizão, um consórcio,
de chefes e figuras influentes do crime organizado. Não é qualquer ladrão que é
parte do Sindicato, apenas os inteligentes, malvados e que em geral comandam os
inferiores que conseguem respeito suficiente de seus pares para entrar no rol
do armistício; pois é isso que o Sindicato é, uma forma de criminosos de alto
nível evitarem entrar nos negócios uns do outros e gerarem um constante banho
de sangue nas ruas.
Algumas das figuras mais
proeminentes são as seguintes:
Anjo: Seus colegas do sindicato não conhecem o rosto do mestre
assassino, que age através de seu assecla Morregrar. Seus homens são espiões,
ladrões e assassinos, muitos deles agentes duplos. Poucas coisas importantes
ocorrem na cidade sem seu conhecimento, e poucas pessoas de valor morrem sem
seu envolvimento.
Capitão Serengar: Esse pirata Thaar de idade avançada deixara os navios
para controlar um império de comércio marítimo e contrabando em geral, bem como
uma relaxante casa de banho e massagem (mas não prostituição) no 1° círculo. Se
vem de terras exóticas e é proibido ou pertence a alguém, é a figura certa a se
procurar.
Dahria Chifregriz: Conhecida como Embaixatriz, a condessa possui informantes
pela cidade inteira, pelo reino unido e até tão longe quanto Yldreath e Dalant.
Seus preços são caros, e suas informações são vendidas apenas à uma cartela
específica de clientes. A melhor forma de conseguir suas graças é sendo
apadrinhado.
Margos Atruraam: Membro da família Vorar, o conde controla o
contrabando de entorpecentes, drogas de luxo e outras substâncias geralmente
proibidas no reino unido ou, mais raramente, em Hamask. Seus negócios rendem
rios de dinheiro, e seus quebradores de joelhos são famosos pela cidade.
Rakkor Dentelongo: O único Raksha membro do Sindicato, controla rinhas
de luta e aposta, grupos de “resolvedores de problemas” e homens fortes em
geral. De apetites vorazes e comportamento irritadiço, é ainda assim um dos
mais interessados na relativa paz; e um dos primeiros a convocar guerra em quebradores
do status.
Rei dos Ladrões: Esse thaar magricela e de aparência suja tem praticamente
todos os ladrões, assaltantes, meretrizes de rua e mendigos dentro de seu bolso
e, supostamente, debaixo de sua proteção. É a figura a se procurar quando se
está atrás daquela “pessoa especial” para levar para sua casa numa ilha do mar
interno, ou para uma diversão mais exótica que não levante suspeitas nem deixa
corpos.
Vaca Atolada: Outro vendedor de informações, vaca atolada também
trabalha com o comércio de pessoas. Seu principal comprador são as arenas e
mercados da Cidade de Prata, sempre em busca de gladiadores ou concubinas exóticos.
O Thaar fora um escravo em Rosetta em sua infância, tendo sido particularmente
marcado com ácido no rosto. Algumas histórias dizem que devorara a garganta de
sua mestra, outras que subira na sociedade e a vendera como gladiadora.
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on sábado, setembro 05, 2015
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