Helios - Gazeta Marciana  

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Marte


 “A vida política em Marte não é tão difícil uma vez que você aprende as regras: Se uma colônia diz que o que você faz é ilegal, mude-se pra outra; se você paga imposto demais em um negócio, abra um novo; se você precisa de QI para conseguir algo, contrate o QI de seu rival; se você precisa de um político honesto, eleja um colono fazendeiro; se você cometer um erro, aja como se nunca tivesse acontecido até que os outros te imitem; se seu projeto precisa de mais financiamento, contrate mercenários e se declare um projeto militar; e se você precisar que algo suma de vista para sempre, diga que é urgente e entregue para um oficial do governo resolver.” - Ditado marciano


História
A terraformação de Marte foi iniciada durante a Terceira Onda Espacial terráquea, após o processo ser refinado ao longo de décadas em Luna. Enquanto a ONU estava em seus passos iniciais, e cientistas e governos discutiam quanto aos esforços e tecnologias que poderiam ser usados para terraformar Marte, foi revelado que o Conglomerado Coeus havia iniciado esforços de terraformação por iniciativa própria, bombardeando o planeta com ogivas termonucleares, importando gases estufa para estabelecer sua atmosfera, e mais importante, colocando Phobos em um curso de colisão com Marte para lhe preencher com água. Com o dano moral já causado, a ONU desbandou o conglomerado e tomou a frente do processo. Enquanto a Estação Marte e complexos industriais foram criados anteriormente, a primeira verdadeira colônia, Horizonte, foi fundada apenas em 2140, celebrando o fim da 3ª Guerra Mundial.

Hoje em dia boa parte de Marte está terraformado, e diversas nações terráqueas possuem suas próprias colônias, e o sentimento nacionalista de Marte como sua própria entidade livre se estabelece fortemente nas novas gerações, nativamente marcianas. Após o cessar-fogo e armistício da Guerra do Protetorado o cenário político marciano ficou severamente abalado, com colônias alcançando mais autonomia através dos Acordos Externos (seja em bons ou maus termos com sua nação parente), e a ANAM (Acordo das Nações Marcianas), um corpo administrativo não dissimilar à ONU do século XX, alcançando maior relevância.


Ciências Naturais


Território: Marte é significativamente menor que a Terra. Mesmo antes de sua terraformação toda sua extensão territorial igualava apenas à superfície terrestre do planeta Terra, e o processo de terraformação tornou Marte similar à terra em muitos aspectos, inclusive cobrindo 65% de sua superfície com água (comparado a 70% da Terra). O território restante, em comparação é 1,2 o tamanho da Europa (cerca de 10% o território terrestre da Terra, enquanto a Europa ocupa quase 7%). Devido a isso muitos chamam Marte de Pequena Terra, apelido que não poucos marcianos ressentem. Como o solo marciano é cáustico, as diversas nações tiveram de purificar grandes regiões de solo antes de estabelecerem suas colônias, um custoso processo que está longe de cobrir toda a superfície marciana, que em muitas partes ainda é um deserto vermelho com apenas a mais resistente e agreste das vegetações.

Clima: Com dias de 20 horas, anos de 800 dias, inclinação maior que a Terra e diferenças significativas de elevação, Marte possui clima mais severo do que a Terra, em geral mais frio, porém com extremos mais significativos: Estações duram quase o dobro, invernos tipicamente não tem temperaturas mais elevadas que -5ºC, enquanto verões alcançam
 facilmente 35ºC, ou mesmo 45ºC no equador (que, diferente da Terra, possui estações, com variância de quase 20
ºC). Marte é geralmente árido, o clima das regiões mais baixas, como o litoral da Fossa Marineris, pode ser descrito como mediterrâneo, enquanto as regiões mais elevadas podem ser comparadas ao Tibet.

Geografia: Como Marte não possui um oceano no hemisfério Sul, uma grande parte dessa região é um deserto gelado, e as colônias localizam-se na mesma região equatorial e “tropical”, especialmente em volta da Fossa Marineris. O platô de Tharsis (localização do famoso Monte Olimpo) e outras cadeias de montanhas equatoriais bloqueiam correntes de ar, gerando climas mais violentos. O Oceano Utopia pode ser comparado ao Pacífico por sua extensão, enquanto o Mar Marineris se compara a uma versão mais violenta do Mediterrâneo. Enquanto Marte é sem dúvida árido, seu solo é rico para o plantio, e imensas fazendas automatizadas dividem a paisagem com sertões e complexos industriais. Como a gravidade de Marte é apenas 30% da terráquea, transporte aéreo é extremamente comum, tornando as já pequenas distâncias ainda menores.



Ciências Sociais

 As Colônias: Comparáveis a países europeus menores, as colônias de Marte tendem a se estabelecer em volta de uma grande metrópole central de onde a infraestrutura flui dos imensos complexos industriais. Essas são cercadas por pequenas cidades-satélite que atendem as necessidades rurais da colônia, bem como de outras cidades e postos inferiores que alimentam instituições de pesquisa, colônias corporativas ou postos militares. Com produção agrícola largamente automatizada, a maioria da população vive nas grandes metrópoles futuristas, e não poucos ressentem o estereótipo de rancheiros empoeirados. Como o processo de purificação do solo é lento e custoso, a maioria das colônias terceiriza o trabalho para grandes corporações, através de contratos onde território e vantagens são cedidas em troca do serviço contínuo; essas corporações tendem a construir suas instituições e centro fora do “círculo verde” das colônias, mas ainda com fácil acesso aéreo às grandes metrópoles, criando um processo similar ao fenômeno de cidades-subúrbio terráqueas.

Cultura: Marte é grande o suficiente, e suas colônias variadas demais, para que um verdadeiro “espírito marciano” substitua por completo a cultura e torne a sociedade vastamente diferente da terráquea. Em geral a cultura marciana é como a terráquea, especialmente semelhante à qualquer que seja a nação-parente de uma colônia. Enquanto colônias utilizam sistemas de notícias locais e ligados à suas nações-parente, Horizonte e sua cultura multinacional ocupam a maior parte da mídia, de televisão a esportes e música, não dissimilar de como a cultura americana permeia a cultura terráquea. O Esperanto, favorecido nos Sistemas Externos, e usado como linguagem oficial, e ensinado como linguagem secundária nas escolas. O sistema de câmbio UNEETS (United Nations Equivalent Exchange and Trade System) é utilizado assim como no resto do Sistema solar, com preços convertidos automaticamente para a moeda de preferência do comprador e vendedor, e muitas vezes simplificado em um valor arbitrário, vulgo Uni.

Recursos: Assim como a Terra, e em menor escala, Luna, Marte importa dos Sistemas Externos muitos dos materiais de construção necessários para a tecnologia de ponta, especialmente a tecnologia espacial, com a exceção notável de Aço, que o planeta ainda produz como biproduto do processo de terraformação. O grande recurso de Marte, porém, é sua posição como o portão entre os sistemas Internos e Externos. Missões mercantes, corporativas ou governamentais preferem fazer a viagem à Estação Marte e trocar sua carga entre naves que seguem em direções opostas do que arriscar a longa, e cansativa, viagem sem paradas à locais distantes. A praticidade de sua posição significa que muitos negócios são conduzidos em Marte, e que diversas corporações estabelecem bases de operação, ou ao menos administração, no planeta vermelho. O influxo de créditos e investimentos mantém marte muito bem.



Horizonte

Horizonte é o coração metafórico da colonização marciana, a primeira colônia multinacional, o centro que conecta à Estação Marte por onde o comércio flui. É aqui que a identidade marciana surgiu, e aqui que o cessar-fogo da Guerra do Protetorado foi assinado. Marte não possui um governo central, mas a agora independente colônia continua sendo seu centro cultural, econômico e governamental, o local onde Azul, Vermelho e Preto colidem. Conforme os Sistemas Externos estabelecem-se livremente, e as Colônias marcianas buscam se não liberdade ao menos autonomia, a influência e população de Horizonte apenas cresce.


História
Horizonte foi a primeira verdadeira colônia em Marte, um esforço multinacional da ONU em estabelecer um novo lar para a raça humana. Construída a partir dos maiores sucessos de Luna, a cidade foi uma joia futurista desde sua fundação, recebendo milhares de colonos e empresas aventureiras, e observando suas colônias irmãs lentamente nascerem e se desenvolverem à sua sombra. E nessa joia futurista nasceu o espírito marciano e o lema Marte Livre, que um dia aliaria tantos aos exércitos da Aliança dos Sistemas Externos durante a Guerra do Protetorado. Após a guerra, Horizonte viu-se oficialmente livre da ONU, a primeira colônia completamente independente, beneficiando seu berço multicultural, e cimentou sua posição como a “Suíça marciana”, dedicada à neutralidade e liberdade comercial, e mais importante, os interesses de Marte para Marte. Seus moradores orgulham-se em considerar Horizonte como a verdadeira nação puramente marciana.


Governo
Como uma colônia independente, Horizonte é governada pela ANAM, e com isso por seu Primeiro Executivo. Coloquialmente conhecido como Primex, o Primeiro Executivo é nomeado pelo Senado para mandatos de 5 anos. O Senado é composto por duas casas, uma democraticamente eleita pela população, e outra apontada pelo governo de cada colônia, incluindo assentos reservados para políticos terráqueos, militares, nobres, e mesmo representantes de grandes corporações. Cada cidade (ou, oficialmente, distrito), incluindo Cidade Horizonte (ou Horizonte-Prime, como é coloquialmente chamada), também é administrada por um Prefeito democraticamente eleito, mas suas funções são puramente Executivas e lidando com assuntos locais.

A Primeiro Executivo atual, Keva Alder, está apenas na metade de seu primeiro, mas já ganhou infâmia por sua posição. Como a primeira Primex pós-guerra, e eleita por um senado muito dividido, muitos viram sua nomeação como uma escolha política e meio-termo para apaziguar os múltiplos lados; uma diplomata e ministra de relevância menor. Apesar disso a Primex tomou atitude severa contra crimes de colarinho branco e responsabilidade corporativa, e encabeçou um movimento progressivo quanto a imigração, autonomia e, especialmente, paz entre a ONU e ASE. Ela sobreviveu a um atentado até então, e especulações ainda são feitas quanto aos mandantes, sejam corporações que foram afetadas por suas leis, políticos de filiação da ONU, ou mesmo movimentos ligados à Marte Forte ou ASE. A verdade é que sua posição progressista e antiguerra a fez alavancar sua posição de “figura de proa temporária” à ameaça as visões mais nacionalistas.

Além de possuir seu próprio governo e possuir a sede ANAM, Horizonte-Prime também hospeda o corpo de representantes da ONU, ASE e diversas corporações, inundando a cidade com embaixadores, delegados e executivos de todo o sistema solar. Enquanto isso permite que Horizonte tenha acesso aos peixes grandes do sistema, também cria certa tensão política com tantos emissários com níveis diferentes de imunidade diplomática. Entre a polícia local, o serviço secreto, forças armadas de embaixadas, e companhias militares privadas legalmente contratadas, Horizonte é um pesadelo jurisdicional que faria o Vaticano parecer um sonho vespertino.
Aqueles que vivem no crime ou nos ramos de espionagem sabem navegar bem as falhas do sistema, e gangues, operadores privados e movimentos sociais guerreiam nos becos e prédios, e muita violência ocorre nas sombras noturnas, longe da atenção do morador normal - pelo menos nas melhores vizinhanças.


Sociedade
Horizonte é uma panela de pressão. Tomando a posição de Luna no inconsciente popular como A colônia espacial, Horizonte se vê como um centro cultural repleto de todo tipo de pessoas. Enquanto muitos em Marte gostariam de dizer que Horizonte é o lar da cultura marciana, a verdade é que a colônia ainda recebe anualmente imigrantes dos sistemas internos e externos, quem dera então de países.

Apesar de todo seu multiculturalismo, marcianos são a maioria da população de Horizonte. Sejam de segunda ou terceira geração, sejam primeira geração nascidos de colonos que talvez tenham vindo de cantos diferentes do Protetorado, marcianos que preferem se identificar pelo planeta e não pela cultura local se agarram à Horizonte como uma peça chave de identidade cultural. Muitos tomam a história de Horizonte e de bravos colonos criando um novo mundo como uma fonte de inspiração e de valores aventureiros. Esses tradicionalistas costumam bater de frente com os assim chamados filósofos de Segunda Onda, que acreditam que os marcianos devem criar sua nova identidade cultural ao invés de se pintar como colonos.

Claro que pessoas sendo pessoas a maioria se importa mais com suas vidas e famílias do que questões metafísicas sobre cultura, mas ainda assim existe um forte sentimento de Marte para Marcianos, uma noção de que imigrantes precisam se provar iguais à marcianos. A mistura de movimentos Pró-ONU (ou, como muitos se chamam Pró-Humanidade) ou Pró-ASE (ou ainda, Pró-Liberdade) só complicam as divisões sociais.

Mas ainda mais do que nacionalidades e afiliações políticas, divisões sociais marcam Horizonte. Enquanto sistemas de Assistência Governamental mantém a população mais pobre alimentada (nem que apenas com pasta nutritiva) e a miséria extrema afastada, a verdade é que a população rica do Centro Cívico tem muito pouco em comum com os pobres das Zonas Industriais. Dinheiro e acesso a ele tanto democratiza quanto oprime a população porém; Horizonte é uma cidade futurista e repleta de prazeres e oportunidades incríveis, e aqueles que conseguem dinheiro, legalmente ou não, passam a ter acesso a tais prazeres e ainda mais oportunidades, mas aqueles que não o fazem ficam presos no mesmo ciclo de manter-se.

Círculos sociais e noções de comunidade tornam-se então importantes para a população mais pobre, seja através de grupos políticos, identificação por nacionalidade ou raça, ou mesmo alguma das maiores religiões locais. Cada grupo procura se apoiar e garantir mais vantagens aos seus, e por vezes tensões despertam nas ruas. Mas apesar disso basta um vislumbre de ameaça externa, real ou imaginária, para que o povo de Horizonte vista a faixa vermelha e se declare Marciano acima de qualquer coisa.

Segurança é um aspecto importante para a vida da maioria, e exceto nas regiões mais pobres vigilância é uma parte onipresente da vida: Praticamente tudo que acontece em público é gravado e observado por algum sistema, seja através de drones, câmeras públicas ou privadas. Inspeções por drones policiais são uma faceta normal da vida em Horizonte, e o que poderia ser considerado invasão de direitos em alguns sistemas ou países é considerado um preço pequeno e praticamente irrelevante a se pagar perante a segurança. Como poder de processamento é limitado, essas inspeções são quase sempre atrás de algum elemento específico, meramente repassando qualquer coisa que não seja o procurado. Enquanto tudo é gravado, resta saber se essa quantidade absurda de dados em algum momento serão úteis para algum ser humano.


Geografia
Visto de cima, Horizonte-Prime é um semicírculo que se expande a partir de seu Centro Cívico, a futurista região central repleta de arranha-céus e parques chocantemente verdes. Ainda mais prédios, rios e viadutos emanam a partir do Centro Cívico, a região poeticamente chamada de Alvorada, interrompida ao Sul pela Baía de Cook, e expandindo-se em todas as outras direções. Eventualmente a Alvorada é substituída por grandes complexos industriais com regiões residenciais apertadas, as chamadas Zonas Industriais. A cidade oficialmente dita possui pouco mais de 20km de diâmetro (perto de 500km²), e uma população um pouco inferior a 10 milhões de habitantes, a marcando como de muito longe a maior cidade de Marte. Além da cidade propriamente dita, a Estação Marte fica em orbita geossíncrona com Horizonte, conta oficialmente como parte da colônia e na prática como parte da metrópole.


Centro Cívico
Os belos parques e praças contrastam com os imensos prédios cívicos, arranha-céus futuristas e tráfego aéreo nessa mais exclusiva região da cidade. Ao mesmo tempo que todos são bem vindos nas amplas ruas, prédios, pessoal e veículos governamentais, corporativos e dos mais abastados misturam-se, e seguranças nos mais diversos uniformes exigem identificação em praticamente todo lugar que não a céu aberto, e inclusive em alguns à céu aberto também!

Miyoni: Vizinhança em volta do Instituto Miyoni de Tecnologia, mistura a energia de estudantes com a elite da cidade para criar um dos distritos de entretenimento mais famosos da cidade (o outro sendo Braços Abertos, o distrito com cassinos). Hotéis, VR-cafés, baladas e restaurantes de alta classe compõem a paisagem, onde luzes de neon e hologramas dançam ao lado de toda sorte de anúncios de realidade aumentada.
Parque Central: Contendo não apenas o Parque Central Wyatt Scott, nesse distrito central também ficam localizados o Tribunal de Representantes (o Senado da ANAM), a embaixada da ONU, ASE e algumas outras nações, bem como escritórios de diversas mídias locais, incluindo a WNDD e CSN, as duas maiores redes midiáticas de Marte, e as caríssimas residências de magnatas e políticos de alto nível.


Alvorada
Composta pelos expansivos e caóticos blocos e quadras que ocupam o espaço entre a planejada região central e as Zonas Industriais, a Alvorada é a região mais residencial, de classe média de Horizonte, e mesmo assim contém a maior quantidade de escritórios de grandes corporação multinacionais ou multiplanetárias, longe das fábricas da Zona Industrial e do caos político do Centro Cívico.

Lar do Wyvern: Região nos entornos dos principais complexos de treinamento da SeRE (Serviço de Respostas Emergenciais, uma mistura de bombeiros, guarda costeira e guarda nacional) é famoso por abrigar os QGs e escritórios de diversas das companhias militares privadas que operam na cidade, bem como um excelente região para encontrar equipes mais privadas e aqueles que as agenciam. Como a maioria dos distritos não-planejados, seu nome fixou-se por tradição popular, nesse caso referenciando o brasão da SeRE.
Mercados Livres: Ao invés de tentar reprimir o comércio ambulante, a Secretaria de Planejamento organiza esses grandes mercados fechados em diversos distritos da cidade. Parte bazar, parte camelódromo, parte feira de negócios, esses mercados tornam-se grandes bagunças de todo tipo de produto. Enquanto a polícia se esforça para que os negócios permaneçam relativamente dentro da lei, é um excelente local para encontrar muitas coisa e, mais importante, encontrar um contato para acessar o que não pode ser encontrado.


Zonas Industriais
Os diversos distritos que cercam e delimitam o fim dos arranha-céus da Alvorada, flanqueando as mais antigas e tradicionais regiões industriais de Horizonte, são ao mesmo tempo a região mais crucial e menos apreciada. Aqui mora a população menos privilegiada, lentamente afastados das regiões centrais pelo processo de gentrificação, esmagada entre complexos industriais, docas, fábricas, sistemas de metrô e aeroportos. Muito do mundo do crime se esconde nessas regiões, é claro, mas as Zonas Industriais são primariamente o lar de pessoas pobres e novatos na cidade, gente que tenta apenas evitar as gangues e policiais corruptos, e preferencialmente não ser sugado vivo em algum subemprego para alguma megacorporação.

Crista do Mar: O mais respeitado dos distritos das Zonas Industriais é um excelente exemplo do processo de gentrificação. Enquanto o distrito ainda oferece casas a preços razoáveis, a vizinhança próxima da baía está se tornando popular e estilosa entre as classes mais altas que se apaixonam por seu perigo, casas noturnas e clima rebelde e perigoso. Enquanto patrulha policial é tão pouca quanto qualquer outro subúrbio, o submundo do crime faz questão de manter a vizinhança relativamente segura. Clientes ricos que se sentem seguros tem mais vontade de gastar, afinal.


A Estação
Visitantes espaciais chegam em Marte através da Estação Marte em órbita geossíncrona com Horizonte. A estação possui acomodações para o mais diverso número de naves espaciais, bem como hangares para quantidades imensas de carga, que são transferidas entre naves que aguarda uma janela de voo ou para as colossais fábricas e estaleiros espaciais em órbita. A Estação contém mais do que apenas docas e hangares, porém. Assim como outras estações espaciais, a Estação Marte possui acomodações para tripulações diversas, bem como as vivências necessárias para estadias curtas, como hotéis, academias e cassinos, visto que muitos visitantes nunca deixam a Estação.

Carrosséis: Enquanto a maioria dos trabalhadores marcianos preferem ir e vir via Elevador Espacial e não ter que lidar constantemente com a microgravidade rotativa de 0.1g das sessões habitacionais (chamadas vulgarmente de Carrosséis), um contingente significativo de trabalhadores Espacianos vive nas regiões residenciais que surgiram como suporte dos negócios maiores, confortáveis com a baixa gravidade. Como um dos requerimentos legais para trabalhadores da Estação é residência em Marte ou ser parte da tripulação de uma nave registrada, alguns burlam o sistema alugando endereços-fachada em Horizonte ou uma falsa posição na tripulação de alguma das naves semipermanentes da Armada.
O Elevador Espacial: Essa imensa construção conecta a base aeroespacial em Monte Olimpo com a Estação, fornecendo um sistema mais barato para transporte de carga e pessoal entre a estação e o solo. O elevado usa um sistema duplo de elevadores que se encontram, o primeiro elevador vai até os limites da atmosfera, e o segundo completa o trajeto até a Estação. Transporte fretado leva os passageiros da metade do caminho até Horizonte ou outros aeroportos, mas os mais pobres podem continuar até a base e de lá tomar seu mais barato rumo.



A Atlas em Marte
A Atlas Serviços de Segurança Privada é uma companhia militar privada especializada em providenciar serviços de segurança e logística em pequena e média escala. Diferente de algumas corporações que são praticamente capazes de guerrear no espaço sozinhas mas que não possuem a capacidade logística para Administração Civil, a Atlas especializa-se em Manutenção de Patrimônio, incluindo defesa pessoal, de perímetro e propriedade intelectual. Na prática isso significa que a Atlas possui especialistas nas mais diversas áreas, e é capaz de montar Divisões que entregam um pacote de segurança e administração completo para seus clientes.

A Atlas é uma subsidiária do conglomerado Hyperion (que inclui com sedes em marte as Indústrias Mastopolos, Vandermeer Farmacêuticos, e Saronis Aplicações e Tecnologia), e fornece primariamente soluções de segurança e administração para outras empresas do conglomerado, uma espécie de “resposta interna” permitindo que a Hyperion não dependa de companhias externas. Em Marte a Atlas fornece segurança para diversos outros grupos privados, bem como administração de complexos e colônias corporativas e civis.

A Atlas segrega suas forças em Divisões, que são responsabilidade de um Comandante de Operações. De forma semelhante à estrutura militar, cada Divisão atende um ou mais contratos, vindos à cada comando dos níveis mais altos e executivos da corporação. Cada Divisão trabalha de forma independente mas aliada, lidando com seus próprios contratos, e requisição de suporte e transferências é semelhante à comunicação de dois órgãos governamentais distintos.

Normalmente a Atlas mantém Centros de Administração Interna que guarnecem uma ou mais Divisões. Esses CAI são verdadeiras bases-mãe, que lidam com requisição, equipamento, pessoal, e outras situações internas, permitindo que as Divisões foquem-se nos contratos. Esse é o caso de Horizonte, onde o CAI Antares atende as Divisões Alcor e Nihal. A divisão Nihal lida com contratos internos e externos nas regiões rurais e mais distantes de Horizonte, enquanto Alcor, liderada pelo Comandante Donovan Kerner, atende primariamente contratos de segurança corporativa e política locais, da cidade de Horizonte-Prime e a região metropolitana.

Enquanto funcionários (tanto operadores quanto técnicos e pessoal especializado) podem ser mudados de Divisão sem aviso prévio, a Atlas esforça-se em manter certar noções de serviço e camaradagem que afetam positivamente a moral, e alguns podem servir por diversos anos na mesma Divisão. Apesar das semelhanças com forças armadas governamentais, não se deve esquecer que a Atlas é uma empresa privada, e em nenhum lugar isso é mais notável do que nas amenidades: Operativos devem usar uniformes regulares estritos, mas os códigos de comportamento e aparência são básicos; toda sorte de equipamento pode ser “importado” para uso pessoal, desde que recebendo luz verde do CAI local; a empresa oferece bônus e incentivos para posições de confiança; e, claro, diversos descontos corporativos para com empresa do conglomerado Hyperion.

Todos os funcionários da Atlas recebem as seguintes peças de equipamento como posses pessoais:


Pistola Leve AE78-C: Uma interessante anomalia, a série AE foi desenvolvida e é fabricada pela própria Atlas. A pistola é de calibre leve e polímeros espertos, pesa quase nada, e usa um sistema de biometria Saronis. Muitos operadores preferem trocá-la por alguma outra coisa, porém, pois enquanto ela é perfeitamente funcional, ela não possui nenhuma qualidade marcante. Características: Dano 2d4. Peso 0. Mod 0. Custo Pobre. Alcance 20/80. PA 2, 1M, Discreta.







Colete Tático Broadmore MKI: Produção comum da Weta Seguranças, consiste de placas de polímero inteligente sobre uma sub-armadura de kevlar reforçado, e possui sistemas IFF e de comunicação integrados com a armadura, óculos e capacete. O modelo MKI não possui os sistemas de escudo cinético integrado de seu primo mais famoso, mas ainda é uma armadura comum em forças militares privadas em todo o protetorado. Características: Armadura 3/7. Peso 2. Mod 1. Custo Pobre. Parcial, Bateria. Possui Commlink integrado.

This entry was posted on terça-feira, junho 11, 2019 at 21:10 and is filed under , . You can follow any responses to this entry through the comments feed .

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