Marte
“A vida política em Marte não é tão difícil uma vez que você aprende as
regras: Se uma colônia diz que o que você faz é ilegal, mude-se pra outra; se
você paga imposto demais em um negócio, abra um novo; se você precisa de QI
para conseguir algo, contrate o QI de seu rival; se você precisa de um político
honesto, eleja um colono fazendeiro; se você cometer um erro, aja como se nunca
tivesse acontecido até que os outros te imitem; se seu projeto precisa de mais
financiamento, contrate mercenários e se declare um projeto militar; e se você
precisar que algo suma de vista para sempre, diga que é urgente e entregue para
um oficial do governo resolver.” - Ditado marciano
História
A terraformação de Marte foi iniciada durante a Terceira
Onda Espacial terráquea, após o processo ser refinado ao longo de décadas em
Luna. Enquanto a ONU estava em seus passos iniciais, e cientistas e governos discutiam
quanto aos esforços e tecnologias que poderiam ser usados para terraformar
Marte, foi revelado que o Conglomerado Coeus havia iniciado esforços de
terraformação por iniciativa própria, bombardeando o planeta com ogivas
termonucleares, importando gases estufa para estabelecer sua atmosfera, e mais
importante, colocando Phobos em um curso de colisão com Marte para lhe
preencher com água. Com o dano moral já causado, a ONU desbandou o conglomerado
e tomou a frente do processo. Enquanto a Estação Marte e complexos industriais
foram criados anteriormente, a primeira verdadeira colônia, Horizonte, foi
fundada apenas em 2140, celebrando o fim da 3ª Guerra Mundial.
Hoje em dia boa parte de Marte está terraformado, e diversas
nações terráqueas possuem suas próprias colônias, e o sentimento nacionalista
de Marte como sua própria entidade livre se estabelece fortemente nas novas gerações,
nativamente marcianas. Após o cessar-fogo e armistício da Guerra do Protetorado
o cenário político marciano ficou severamente abalado, com colônias alcançando
mais autonomia através dos Acordos Externos (seja em bons ou maus termos com
sua nação parente), e a ANAM (Acordo das Nações Marcianas), um corpo
administrativo não dissimilar à ONU do século XX, alcançando maior relevância.
Ciências Naturais
Território: Marte
é significativamente menor que a Terra. Mesmo antes de sua terraformação toda
sua extensão territorial igualava apenas à superfície terrestre do planeta
Terra, e o processo de terraformação tornou Marte similar à terra em muitos
aspectos, inclusive cobrindo 65% de sua superfície com água (comparado a 70% da
Terra). O território restante, em comparação é 1,2 o tamanho da Europa (cerca
de 10% o território terrestre da Terra, enquanto a Europa ocupa quase 7%).
Devido a isso muitos chamam Marte de Pequena
Terra, apelido que não poucos marcianos ressentem. Como o solo marciano é
cáustico, as diversas nações tiveram de purificar grandes regiões de solo antes
de estabelecerem suas colônias, um custoso processo que está longe de cobrir
toda a superfície marciana, que em muitas partes ainda é um deserto vermelho
com apenas a mais resistente e agreste das vegetações.
Clima: Com dias
de 20 horas, anos de 800 dias, inclinação maior que a Terra e diferenças significativas
de elevação, Marte possui clima mais severo do que a Terra, em geral mais frio,
porém com extremos mais significativos: Estações duram quase o dobro, invernos
tipicamente não tem temperaturas mais elevadas que -5ºC, enquanto verões
alcançam
facilmente 35ºC, ou
mesmo 45ºC no equador (que, diferente da Terra, possui estações, com variância
de quase 20
ºC). Marte é geralmente árido, o clima das regiões mais baixas,
como o litoral da Fossa Marineris, pode ser descrito como mediterrâneo, enquanto as regiões mais elevadas podem ser
comparadas ao Tibet.
Geografia: Como
Marte não possui um oceano no hemisfério Sul, uma grande parte dessa região é
um deserto gelado, e as colônias localizam-se na mesma região equatorial e “tropical”,
especialmente em volta da Fossa Marineris. O platô de Tharsis (localização do
famoso Monte Olimpo) e outras cadeias de montanhas equatoriais bloqueiam
correntes de ar, gerando climas mais violentos. O Oceano Utopia pode ser
comparado ao Pacífico por sua extensão, enquanto o Mar Marineris se compara a
uma versão mais violenta do Mediterrâneo. Enquanto Marte é sem dúvida árido,
seu solo é rico para o plantio, e imensas fazendas automatizadas dividem a
paisagem com sertões e complexos industriais. Como a gravidade de Marte é
apenas 30% da terráquea, transporte aéreo é extremamente comum, tornando as já
pequenas distâncias ainda menores.
Ciências Sociais
As Colônias:
Comparáveis a países europeus menores, as colônias de Marte tendem a se estabelecer
em volta de uma grande metrópole central de onde a infraestrutura flui dos
imensos complexos industriais. Essas são cercadas por pequenas cidades-satélite
que atendem as necessidades rurais da colônia, bem como de outras cidades e
postos inferiores que alimentam instituições de pesquisa, colônias corporativas
ou postos militares. Com produção agrícola largamente automatizada, a maioria
da população vive nas grandes metrópoles futuristas, e não poucos ressentem o
estereótipo de rancheiros empoeirados. Como o processo de purificação do solo é
lento e custoso, a maioria das colônias terceiriza o trabalho para grandes
corporações, através de contratos onde território e vantagens são cedidas em
troca do serviço contínuo; essas corporações tendem a construir suas
instituições e centro fora do “círculo verde” das colônias, mas ainda com fácil
acesso aéreo às grandes metrópoles, criando um processo similar ao fenômeno de
cidades-subúrbio terráqueas.
Cultura: Marte é
grande o suficiente, e suas colônias variadas demais, para que um verdadeiro “espírito
marciano” substitua por completo a cultura e torne a sociedade vastamente
diferente da terráquea. Em geral a cultura marciana é como a terráquea, especialmente
semelhante à qualquer que seja a nação-parente de uma colônia. Enquanto
colônias utilizam sistemas de notícias locais e ligados à suas nações-parente,
Horizonte e sua cultura multinacional ocupam a maior parte da mídia, de
televisão a esportes e música, não dissimilar de como a cultura americana
permeia a cultura terráquea. O Esperanto, favorecido nos Sistemas Externos, e
usado como linguagem oficial, e ensinado como linguagem secundária nas escolas.
O sistema de câmbio UNEETS (United Nations Equivalent Exchange and Trade System)
é utilizado assim como no resto do Sistema solar, com preços convertidos automaticamente
para a moeda de preferência do comprador e vendedor, e muitas vezes
simplificado em um valor arbitrário, vulgo Uni.
Recursos: Assim
como a Terra, e em menor escala, Luna, Marte importa dos Sistemas Externos
muitos dos materiais de construção necessários para a tecnologia de ponta,
especialmente a tecnologia espacial, com a exceção notável de Aço, que o
planeta ainda produz como biproduto do processo de terraformação. O grande
recurso de Marte, porém, é sua posição como o portão entre os sistemas Internos
e Externos. Missões mercantes, corporativas ou governamentais preferem fazer a
viagem à Estação Marte e trocar sua carga entre naves que seguem em direções
opostas do que arriscar a longa, e cansativa, viagem sem paradas à locais distantes.
A praticidade de sua posição significa que muitos negócios são conduzidos em
Marte, e que diversas corporações estabelecem bases de operação, ou ao menos
administração, no planeta vermelho. O influxo de créditos e investimentos mantém
marte muito bem.
Horizonte
Horizonte é o coração metafórico da colonização marciana, a
primeira colônia multinacional, o centro que conecta à Estação Marte por onde o
comércio flui. É aqui que a identidade marciana surgiu, e aqui que o
cessar-fogo da Guerra do Protetorado foi assinado. Marte não possui um governo
central, mas a agora independente colônia continua sendo seu centro cultural,
econômico e governamental, o local onde Azul, Vermelho e Preto colidem.
Conforme os Sistemas Externos estabelecem-se livremente, e as Colônias
marcianas buscam se não liberdade ao menos autonomia, a influência e população de
Horizonte apenas cresce.
História
Horizonte foi a primeira verdadeira colônia em Marte, um
esforço multinacional da ONU em estabelecer um novo lar para a raça humana.
Construída a partir dos maiores sucessos de Luna, a cidade foi uma joia
futurista desde sua fundação, recebendo milhares de colonos e empresas
aventureiras, e observando suas colônias irmãs lentamente nascerem e se
desenvolverem à sua sombra. E nessa joia futurista nasceu o espírito marciano e
o lema Marte Livre, que um dia
aliaria tantos aos exércitos da Aliança dos Sistemas Externos durante a Guerra
do Protetorado. Após a guerra, Horizonte viu-se oficialmente livre da ONU, a
primeira colônia completamente independente, beneficiando seu berço
multicultural, e cimentou sua posição como a “Suíça marciana”, dedicada à neutralidade
e liberdade comercial, e mais importante, os interesses de Marte para Marte. Seus moradores orgulham-se em considerar
Horizonte como a verdadeira nação puramente
marciana.
Governo
Como uma colônia independente, Horizonte é governada pela
ANAM, e com isso por seu Primeiro Executivo. Coloquialmente conhecido como
Primex, o Primeiro Executivo é nomeado pelo Senado para mandatos de 5 anos. O
Senado é composto por duas casas, uma democraticamente eleita pela população, e
outra apontada pelo governo de cada colônia, incluindo assentos reservados para
políticos terráqueos, militares, nobres, e mesmo representantes de grandes
corporações. Cada cidade (ou, oficialmente, distrito),
incluindo Cidade Horizonte (ou Horizonte-Prime, como é coloquialmente chamada),
também é administrada por um Prefeito democraticamente eleito, mas suas funções
são puramente Executivas e lidando com assuntos locais.
A Primeiro Executivo atual, Keva Alder, está apenas na
metade de seu primeiro, mas já ganhou infâmia por sua posição. Como a primeira
Primex pós-guerra, e eleita por um senado muito dividido, muitos viram sua
nomeação como uma escolha política e meio-termo para apaziguar os múltiplos
lados; uma diplomata e ministra de relevância menor. Apesar disso a Primex
tomou atitude severa contra crimes de colarinho branco e responsabilidade
corporativa, e encabeçou um movimento progressivo quanto a imigração, autonomia
e, especialmente, paz entre a ONU e ASE. Ela sobreviveu a um atentado até
então, e especulações ainda são feitas quanto aos mandantes, sejam corporações
que foram afetadas por suas leis, políticos de filiação da ONU, ou mesmo movimentos
ligados à Marte Forte ou ASE. A verdade é que sua posição progressista e antiguerra
a fez alavancar sua posição de “figura de proa temporária” à ameaça as visões
mais nacionalistas.
Além de possuir seu próprio governo e possuir a sede ANAM,
Horizonte-Prime também hospeda o corpo de representantes da ONU, ASE e diversas
corporações, inundando a cidade com embaixadores, delegados e executivos de
todo o sistema solar. Enquanto isso permite que Horizonte tenha acesso aos
peixes grandes do sistema, também cria certa tensão política com tantos
emissários com níveis diferentes de imunidade diplomática. Entre a polícia
local, o serviço secreto, forças armadas de embaixadas, e companhias militares
privadas legalmente contratadas, Horizonte é um pesadelo jurisdicional que
faria o Vaticano parecer um sonho vespertino.
Aqueles que vivem no crime ou nos ramos de espionagem sabem
navegar bem as falhas do sistema, e gangues, operadores privados e movimentos
sociais guerreiam nos becos e prédios, e muita violência ocorre nas sombras
noturnas, longe da atenção do morador normal - pelo menos nas melhores
vizinhanças.
Sociedade
Horizonte é uma panela de pressão. Tomando a posição de Luna
no inconsciente popular como A colônia
espacial, Horizonte se vê como um centro cultural repleto de todo tipo de
pessoas. Enquanto muitos em Marte gostariam de dizer que Horizonte é o lar da
cultura marciana, a verdade é que a colônia ainda recebe anualmente imigrantes
dos sistemas internos e externos, quem dera então de países.
Apesar de todo seu multiculturalismo, marcianos são a
maioria da população de Horizonte. Sejam de segunda ou terceira geração, sejam
primeira geração nascidos de colonos que talvez tenham vindo de cantos
diferentes do Protetorado, marcianos que preferem se identificar pelo planeta e
não pela cultura local se agarram à Horizonte como uma peça chave de identidade
cultural. Muitos tomam a história de Horizonte e de bravos colonos criando um
novo mundo como uma fonte de inspiração e de valores aventureiros. Esses
tradicionalistas costumam bater de frente com os assim chamados filósofos de
Segunda Onda, que acreditam que os marcianos devem criar sua nova identidade
cultural ao invés de se pintar como colonos.
Claro que pessoas sendo pessoas a maioria se importa mais
com suas vidas e famílias do que questões metafísicas sobre cultura, mas ainda
assim existe um forte sentimento de Marte para Marcianos, uma noção de que
imigrantes precisam se provar iguais à marcianos. A mistura de movimentos
Pró-ONU (ou, como muitos se chamam Pró-Humanidade)
ou Pró-ASE (ou ainda, Pró-Liberdade)
só complicam as divisões sociais.
Mas ainda mais do que nacionalidades e afiliações políticas,
divisões sociais marcam Horizonte. Enquanto sistemas de Assistência Governamental
mantém a população mais pobre alimentada (nem que apenas com pasta nutritiva) e
a miséria extrema afastada, a verdade é que a população rica do Centro Cívico
tem muito pouco em comum com os pobres das Zonas Industriais. Dinheiro e acesso
a ele tanto democratiza quanto oprime a população porém; Horizonte é uma cidade
futurista e repleta de prazeres e oportunidades incríveis, e aqueles que
conseguem dinheiro, legalmente ou não, passam a ter acesso a tais prazeres e
ainda mais oportunidades, mas aqueles que não o fazem ficam presos no mesmo
ciclo de manter-se.
Círculos sociais e noções de comunidade tornam-se então importantes
para a população mais pobre, seja através de grupos políticos, identificação
por nacionalidade ou raça, ou mesmo alguma das maiores religiões locais. Cada
grupo procura se apoiar e garantir mais vantagens aos seus, e por vezes tensões
despertam nas ruas. Mas apesar disso basta um vislumbre de ameaça externa, real
ou imaginária, para que o povo de Horizonte vista a faixa vermelha e se declare
Marciano acima de qualquer coisa.
Segurança é um aspecto importante para a vida da maioria, e
exceto nas regiões mais pobres vigilância é uma parte onipresente da vida: Praticamente
tudo que acontece em público é gravado e observado por algum sistema, seja
através de drones, câmeras públicas ou privadas. Inspeções por drones policiais
são uma faceta normal da vida em Horizonte, e o que poderia ser considerado
invasão de direitos em alguns sistemas ou países é considerado um preço pequeno
e praticamente irrelevante a se pagar perante a segurança. Como poder de processamento
é limitado, essas inspeções são quase sempre atrás de algum elemento específico,
meramente repassando qualquer coisa que não seja o procurado. Enquanto tudo é
gravado, resta saber se essa quantidade absurda de dados em algum momento serão úteis para algum ser humano.
Geografia
Visto de cima, Horizonte-Prime é um semicírculo que se expande
a partir de seu Centro Cívico, a futurista região central repleta de
arranha-céus e parques chocantemente verdes. Ainda mais prédios, rios e
viadutos emanam a partir do Centro Cívico, a região poeticamente chamada de
Alvorada, interrompida ao Sul pela Baía de Cook, e expandindo-se em todas as
outras direções. Eventualmente a Alvorada é substituída por grandes complexos
industriais com regiões residenciais apertadas, as chamadas Zonas Industriais. A
cidade oficialmente dita possui pouco mais de 20km de diâmetro (perto de
500km²), e uma população um pouco inferior a 10 milhões de habitantes, a
marcando como de muito longe a maior cidade de Marte. Além da cidade
propriamente dita, a Estação Marte fica em orbita geossíncrona com Horizonte,
conta oficialmente como parte da colônia e na prática como parte da metrópole.
Centro Cívico
Os belos parques e praças contrastam com os imensos prédios
cívicos, arranha-céus futuristas e tráfego aéreo nessa mais exclusiva região da
cidade. Ao mesmo tempo que todos são bem vindos nas amplas ruas, prédios,
pessoal e veículos governamentais, corporativos e dos mais abastados
misturam-se, e seguranças nos mais diversos uniformes exigem identificação em
praticamente todo lugar que não a céu aberto, e inclusive em alguns à céu
aberto também!
Miyoni: Vizinhança
em volta do Instituto Miyoni de Tecnologia, mistura a energia de estudantes com
a elite da cidade para criar um dos distritos de entretenimento mais famosos da
cidade (o outro sendo Braços Abertos, o distrito com cassinos). Hotéis,
VR-cafés, baladas e restaurantes de alta classe compõem a paisagem, onde luzes
de neon e hologramas dançam ao lado de toda sorte de anúncios de realidade
aumentada.
Parque Central:
Contendo não apenas o Parque Central Wyatt Scott, nesse distrito central também
ficam localizados o Tribunal de Representantes (o Senado da ANAM), a embaixada
da ONU, ASE e algumas outras nações, bem como escritórios de diversas mídias
locais, incluindo a WNDD e CSN, as duas maiores redes midiáticas de Marte, e as
caríssimas residências de magnatas e políticos de alto nível.
Alvorada
Composta pelos expansivos e caóticos blocos e quadras que
ocupam o espaço entre a planejada região central e as Zonas Industriais, a
Alvorada é a região mais residencial, de classe média de Horizonte, e mesmo
assim contém a maior quantidade de escritórios de grandes corporação multinacionais
ou multiplanetárias, longe das fábricas da Zona Industrial e do caos político
do Centro Cívico.
Lar do Wyvern: Região
nos entornos dos principais complexos de treinamento da SeRE (Serviço de Respostas
Emergenciais, uma mistura de bombeiros, guarda costeira e guarda nacional) é
famoso por abrigar os QGs e escritórios de diversas das companhias militares
privadas que operam na cidade, bem como um excelente região para encontrar
equipes mais privadas e aqueles que as agenciam. Como a maioria dos distritos
não-planejados, seu nome fixou-se por tradição popular, nesse caso
referenciando o brasão da SeRE.
Mercados Livres:
Ao invés de tentar reprimir o comércio ambulante, a Secretaria de Planejamento
organiza esses grandes mercados fechados em diversos distritos da cidade. Parte
bazar, parte camelódromo, parte feira de negócios, esses mercados tornam-se
grandes bagunças de todo tipo de produto. Enquanto a polícia se esforça para
que os negócios permaneçam relativamente dentro da lei, é um excelente local
para encontrar muitas coisa e, mais importante, encontrar um contato para
acessar o que não pode ser encontrado.
Zonas Industriais
Os diversos distritos que cercam e delimitam o fim dos
arranha-céus da Alvorada, flanqueando as mais antigas e tradicionais regiões
industriais de Horizonte, são ao mesmo tempo a região mais crucial e menos
apreciada. Aqui mora a população menos privilegiada, lentamente afastados das
regiões centrais pelo processo de gentrificação, esmagada entre complexos
industriais, docas, fábricas, sistemas de metrô e aeroportos. Muito do mundo do
crime se esconde nessas regiões, é claro, mas as Zonas Industriais são
primariamente o lar de pessoas pobres e novatos na cidade, gente que tenta
apenas evitar as gangues e policiais corruptos, e preferencialmente não ser
sugado vivo em algum subemprego para alguma megacorporação.
Crista do Mar: O
mais respeitado dos distritos das Zonas Industriais é um excelente exemplo do
processo de gentrificação. Enquanto o distrito ainda oferece casas a preços
razoáveis, a vizinhança próxima da baía está se tornando popular e estilosa
entre as classes mais altas que se apaixonam por seu perigo, casas noturnas e
clima rebelde e perigoso. Enquanto patrulha policial é tão pouca quanto
qualquer outro subúrbio, o submundo do crime faz questão de manter a vizinhança
relativamente segura. Clientes ricos que se sentem seguros tem mais vontade de
gastar, afinal.
A Estação
Visitantes espaciais chegam em Marte através da Estação
Marte em órbita geossíncrona com Horizonte. A estação possui acomodações para o
mais diverso número de naves espaciais, bem como hangares para quantidades
imensas de carga, que são transferidas entre naves que aguarda uma janela de voo
ou para as colossais fábricas e estaleiros espaciais em órbita. A Estação
contém mais do que apenas docas e hangares, porém. Assim como outras estações
espaciais, a Estação Marte possui acomodações para tripulações diversas, bem
como as vivências necessárias para estadias curtas, como hotéis, academias e
cassinos, visto que muitos visitantes nunca deixam a Estação.
Carrosséis: Enquanto
a maioria dos trabalhadores marcianos preferem ir e vir via Elevador Espacial e
não ter que lidar constantemente com a microgravidade rotativa de 0.1g das sessões
habitacionais (chamadas vulgarmente de Carrosséis), um contingente
significativo de trabalhadores Espacianos vive nas regiões residenciais que
surgiram como suporte dos negócios maiores, confortáveis com a baixa gravidade.
Como um dos requerimentos legais para trabalhadores da Estação é residência em
Marte ou ser parte da tripulação de uma nave registrada, alguns burlam o
sistema alugando endereços-fachada em Horizonte ou uma falsa posição na
tripulação de alguma das naves semipermanentes da Armada.
O Elevador Espacial:
Essa imensa construção conecta a base aeroespacial em Monte Olimpo com a
Estação, fornecendo um sistema mais barato para transporte de carga e pessoal
entre a estação e o solo. O elevado usa um sistema duplo de elevadores que se
encontram, o primeiro elevador vai até os limites da atmosfera, e o segundo completa
o trajeto até a Estação. Transporte fretado leva os passageiros da metade do
caminho até Horizonte ou outros aeroportos, mas os mais pobres podem continuar
até a base e de lá tomar seu mais barato rumo.
A Atlas em Marte
A Atlas Serviços de Segurança Privada é uma companhia
militar privada especializada em providenciar serviços de segurança e logística
em pequena e média escala. Diferente de algumas corporações que são
praticamente capazes de guerrear no espaço sozinhas mas que não possuem a
capacidade logística para Administração Civil, a Atlas especializa-se em Manutenção
de Patrimônio, incluindo defesa pessoal, de perímetro e propriedade
intelectual. Na prática isso significa que a Atlas possui especialistas nas
mais diversas áreas, e é capaz de montar Divisões que entregam um pacote de
segurança e administração completo para seus clientes.
A Atlas é uma subsidiária do conglomerado Hyperion (que
inclui com sedes em marte as Indústrias Mastopolos, Vandermeer Farmacêuticos, e
Saronis Aplicações e Tecnologia), e fornece primariamente soluções de segurança
e administração para outras empresas do conglomerado, uma espécie de “resposta
interna” permitindo que a Hyperion não dependa de companhias externas. Em Marte
a Atlas fornece segurança para diversos outros grupos privados, bem como
administração de complexos e colônias corporativas e civis.
A Atlas segrega suas forças em Divisões, que são
responsabilidade de um Comandante de Operações. De forma semelhante à estrutura
militar, cada Divisão atende um ou mais contratos, vindos à cada comando dos
níveis mais altos e executivos da corporação. Cada Divisão trabalha de forma
independente mas aliada, lidando com seus próprios contratos, e requisição de
suporte e transferências é semelhante à comunicação de dois órgãos governamentais
distintos.
Normalmente a Atlas mantém Centros de Administração Interna
que guarnecem uma ou mais Divisões. Esses CAI são verdadeiras bases-mãe, que
lidam com requisição, equipamento, pessoal, e outras situações internas,
permitindo que as Divisões foquem-se nos contratos. Esse é o caso de Horizonte,
onde o CAI Antares atende as Divisões Alcor e Nihal. A divisão Nihal lida com
contratos internos e externos nas regiões rurais e mais distantes de Horizonte,
enquanto Alcor, liderada pelo Comandante Donovan Kerner, atende primariamente
contratos de segurança corporativa e política locais, da cidade de
Horizonte-Prime e a região metropolitana.
Enquanto funcionários (tanto operadores quanto técnicos e
pessoal especializado) podem ser mudados de Divisão sem aviso prévio, a Atlas
esforça-se em manter certar noções de serviço e camaradagem que afetam
positivamente a moral, e alguns podem servir por diversos anos na mesma
Divisão. Apesar das semelhanças com forças armadas governamentais, não se deve
esquecer que a Atlas é uma empresa privada, e em nenhum lugar isso é mais
notável do que nas amenidades: Operativos devem usar uniformes regulares
estritos, mas os códigos de comportamento e aparência são básicos; toda sorte
de equipamento pode ser “importado” para uso pessoal, desde que recebendo luz
verde do CAI local; a empresa oferece bônus e incentivos para posições de
confiança; e, claro, diversos descontos corporativos para com empresa do
conglomerado Hyperion.
Todos os funcionários da Atlas recebem as seguintes peças de
equipamento como posses pessoais:
Pistola Leve AE78-C:
Uma interessante anomalia, a série AE foi desenvolvida e é fabricada pela
própria Atlas. A pistola é de calibre leve e polímeros espertos, pesa quase
nada, e usa um sistema de biometria Saronis. Muitos operadores preferem
trocá-la por alguma outra coisa, porém, pois enquanto ela é perfeitamente funcional, ela não possui nenhuma
qualidade marcante. Características: Dano 2d4. Peso 0. Mod
0. Custo Pobre. Alcance 20/80. PA 2, 1M, Discreta.
Colete Tático
Broadmore MKI: Produção comum da Weta Seguranças, consiste de placas de
polímero inteligente sobre uma sub-armadura de kevlar reforçado, e possui
sistemas IFF e de comunicação integrados com a armadura, óculos e capacete. O
modelo MKI não possui os sistemas de escudo cinético integrado de seu primo
mais famoso, mas ainda é uma armadura comum em forças militares privadas em
todo o protetorado. Características:
Armadura 3/7. Peso 2. Mod 1. Custo Pobre. Parcial, Bateria. Possui Commlink
integrado.
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on terça-feira, junho 11, 2019
at 21:10
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